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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A Quinta do Sumidouro e a casa de Fernão Dias

(Por Arnaldo Silva) A Quinta do Sumidouro é a ocupação mais antiga da cidade de Pedro Leopoldo, hoje com cerca de 62.580  habitantes, segundo o IBGE em 2022, distante apenas 46 quilômetros de Belo Horizonte, entre as rodovias MG-10 e MG-424. (fotografia acima de Alexa Silva/@alexa.r.silva)
          Quinta do Sumidouro é um "bairro" de Fidalgo, distrito de Pedro Leopoldo desde 1923. O distrito de Fidalgo é uma das mais antigas povoações de Minas Gerais. O conjunto arquitetônico da Quinta do Sumidouro é um dos poucos bens históricos preservados da cidade. Sua origem data de 1674. 
Fernão Dias Paes Leme          
          Foi nesse ano, 1674, no século XVII, que chegou à região, a bandeira de Fernão Dias Paes Leme, em busca de ouro e esmeraldas.
Por ser uma região de terras férteis e abundante em água, Fernão Dias escolheu o local para fixar residência e formar sua "Quinta". Uma quinta para os portugueses era uma extensão região com terras férteis e água. Um lugar ideal para construir moradias e cultivar a terra. Hoje é o mesmo que uma fazenda. (na imagem acima da Alexa Silva/@alexa.r.silva, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, com destaque para o cãozinho Viralata Caramelo)
          Sua casa foi construída em adobe e pau-a-pique com detalhes em branco e verde na base, portas e janelas de madeira bruta, mas bem entalhada.
De Anhanhonhacanhuva para São João do Sumidouro
          Habitado anteriormente por indígenas, o local era conhecido por ", "Anhanhonhacanhuva", na língua tupi, que significa "água parada que some no buraco", um sumidouro.
           Era comum entre os bandeirantes e portugueses que chegavam à Minas, na época da Colônia, alterar nomes de lugares, montanhas e de rios, dados pelos povos indígenas, para nomes em português.
          Foi o que fez Fernão Dias. O bandeirante mudou o nome Anhanhonhacanhuva para Quinta de São João do Sumidouro, manteve apenas a tradução da palavra, sumidouro, no português. Com o tempo, passou a ser chamar apenas Quinta do Sumidouro, que faz parte de distrito de Fidalgo, pertencente a Pedro Leopoldo desde 1923. (na foto acima e abaixo de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial, a casa em que viveu Fernão Dias e a estátua que retrata o bandeirante)
          O bandeirante morreu nas proximidades do arraial em 1681. Seus restos mortais foram levados para sua cidade natal, São Paulo, onde nasceu em 1608, por seu filho mais velho, Garcia Rodrigues Paes, sepultando-o no Mosteiro de São Bento. 
          Fernão Dias Paes Leme deixou história, tanto de sua vida, como nas construções, sendo hoje um dos principais pontos de visitação turística da Região Metropolitana de Belo Horizonte. 
          A casa em que viveu conta sua trajetória de vida, bem como objetos de uso indígenas encontrados no sítio arqueológico do Sumidouro, além das riquezas arqueológicas da região e de conhecer como era a vida nas primeiras décadas do surgimento de Minas Gerais, entre o século XVII e início do século XVIII
A terceira igreja erguida em Minas
          Erguida a partir de 1694, no fim do século XVII, foi a terceira igreja construída em Minas Gerais. (na foto acima de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial).
          A primeira foi a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, datada de 1670, construída em Matias Cardoso, Norte de Minas e a segunda, foi a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, datada de 1688, construída em Brejo do Amparo, distrito de Januária MG.
Primeira, segunda e terceira fase do Barroco Mineiro         
          Originalmente, foi uma construção bem simples, em sua fase inicial, com as características da primeira fase do Barroco Mineiro.
          Já no século XVIII, a Capela recebeu adornos, ornamentações e talhas no estilo Joanino, nome dado ao estilo português que surgiu com a junção de vários estilos arquitetônicos e artísticos lusitanos, durante o reinado de Dom João V, em Portugal, entre 1706 a 1750.
          O estilo Joanino tem como características a ornamentação em pedras e madeira, colunas onduladas, além do colorido excessivo das pinturas, que cobriam todo o teto de igrejas, casarões e palacetes. 
          As construções erguidas em Minas Gerais nas primeiras décadas do século XVIII, seguiram esse estilo. O estilo Joanino representa a segunda fase do Barroco Mineiro. Por ter sido o estilo mais comum no início do século XVIII, era conhecido ainda por estilo Setecentista. (na foto acima de Arnaldo Silva/@arnaldosilva_oficial, o retábulo da Capela do Rosário)
          O estilo Joanino foi substituído pelo Barroco Mineiro, que se desenvolveu e se solidificou a partir da segunda metade do século XVIII, graças ao talento de grandes artistas mineiros como Natividade, Manoel da Costa Ataíde e Antônio Francisco Lisboa, o Mestre Aleijadinho.
Obra do Aleijadinho e pinturas Rococó
          A Capela do Rosário da Quinta do Sumidouro, conta com imagem de Nossa Senhora do Rosário, obra atribuída ao Mestre Aleijadinho.
         Além disso, as pinturas da nave da capela foram feitas em estilo Rococó, predominante na terceira fase do Barroco Mineiro.
          A Capela de Nossa Senhora do Rosário é uma das poucas construções brasileiras que passou pelas 3 fases do Barroco Mineiro, por isso a importância da capela para a história de Minas Gerais.
          Os artesãos, arquitetos e pintores mineiros aprimoraram as técnicas do estilo Joanino e adaptando outros estilos, criando assim uma identidade própria, originando com isso o Barraco Mineiro.
          O Conjunto arquitetônico da Quinta do Sumidouro formado pela Capela, a Lagoa da Lapa e a Casa de Fernão Dias, são bens históricos tombados como Patrimônio Histórico do Estado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artistico - IEPHA/MG, desde 1976.
Outros atrativos
          Além da história e arquitetura colonial, o distrito fica próximo da Gruta da Lapinha, na vizinha cidade de Lagoa Santa e na própria região, existem grutas e sítios arqueológicos, além do Parque Estadual do Sumidouro, um dos mais importantes sítios arqueológico do Estado. Foi nessa região, que foi encontrado a "Luzia", o mais antigo fóssil das Américas.

sábado, 4 de agosto de 2018

A origem das cores vivas da arquitetura ouro-pretana

(Por Arnaldo Silva) Quem visita Ouro Preto fica encantado com as cores vibrantes e perfeição das construções coloniais do seu casario e com imponência beleza de suas igrejas. Com a descoberta do ouro na região, a partir de 1713 começaram a chegar centenas de famílias portuguesas e com eles vieram arquitetos, engenheiros e pedreiros portugueses, que deram início a construção de suas casas, todas construídas com as mesmas características dos casarões em Portugal.
          Os construtores que vieram para cá, eram mais que profissionais da construção, eram artesãos e mostravam isso nas suas construções. É difícil não parar para contemplar e fotografar os belos casarões, mesmo os mais simples. Todos tem requinte, beleza, criatividade em todos os detalhes e suas fachadas são verdadeiras obras de arte. (fotografia acima de Thelmo Lins e a abaixo, de @arnaldosilva_oficial, detalhes da Arte Barroca na Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia)
          Alguns materiais para a construção das casas vieram de Portugal, mas pela demora e alto custo para trazê-los da Europa para cá, os construtores buscaram alternativas locais para concretizarem seus projetos. Os materiais usados para a base das casas eram cal e pedra que era abundante na região. No centro histórico de Ouro Preto as paredes ficam uma parte à mostra, para que o visitante veja como era. Era pedra sobre pedra, principalmente a parte de baixo onde ficavam as senzalas. 
          Não existia a diversidade de tintas como existem hoje. As cores comuns de tintas que existiam era o vermelho, cobalto, ocre, azul, branco e dourado. A base das tintas era a gema de ovo porque os componentes presentes na gema faziam com que endurecesse e fixasse melhor a pintura nas paredes. (na foto acima de Ane Souz, a Praça Tiradentes em Ouro Preto MG)
          Os pigmentos provinham de plantas(anil, assafroa, ipê, mulato, pau de braúna, urucum e sangue de dragão). Usavam também compostos presentes no solo como argila, terras coloridas, cal. Nos rebocos e pisos, usavam-se uma espécie de argila de várias cores conhecida tabatinga. 
          Essa argila proporcionava tintas nas cores branca, amarela e vermelho rosado). Na pintura exterior, usavam um pigmento de carbonato de chumbo (alvaiade) que tornava as pinturas mais resistentes ao tempo. 
          Em sua maioria os casarões eram feitos com tijolos de adobe, que é uma mistura de barro com estrume de gado. A base era de madeira. As construções mais simples eram com armações em madeira e toda barreada. As igrejas eram construídas em pedra bruta. (na foto acima  Ane Souz, a Igreja do Carmo e abaixo de Matheus Freitas, detalhes do casario ouro-pretano)
          O acabamento das casas e igrejas eram no capricho, já que além de construtores, era artesãos e não economizavam o talento, fazendo belas esculturas e detalhes nas fachadas de suas obras.
          Destaque em Ouro Preto, a Igreja do Rosário é totalmente diferente dos padrões das igrejas da época, já que tem um traçado irregular e sua frente, em sentido oval.(na foto abaixo de Marselha Rufino) Essa arquitetura não tem inspiração portuguesa e sim nas catedrais do norte Europeu.
          Esses primeiros construtores que vieram para o Brasil e principalmente Minas Gerais fizeram escola. Com eles surgiram vários outros construtores e artesãos e continuaram a fazer casas, igrejas e outras construções, inspiradas no estilo português. Desses, alguns ficaram famosos e são hoje referência na arte barroca, como Mestre Aleijadinho e o Mestre Ataíde, o maior pintor do período barroco. (na foto abaixo de Arnaldo Silva, o Chafariz do Alto da Cruz, com detalhes do Mestre Aleijadinho, acredita-se que a imagem no topo do chafariz tenha sido o primeiro trabalho do Mestre)
          As obras desses dois artistas estão espalhadas por várias cidades históricas mineiras, principalmente em Ouro Preto. Aleijadinho no início seguia à risca a arquitetura portuguesa, mas aprimorou-se com o tempo e mesclou a linha portuguesa com detalhes de outras arquiteturas, dando vida e personalidade própria à sua arte, hoje identidade arquitetônica mineira. 

sábado, 21 de julho de 2018

O Largo do Coimbra em Ouro Preto

(Por Arnaldo Silva) O Largo de Coimbra fica a poucos metros do Museu da Inconfidência e é um dos locais mais visitados em Ouro Preto MG devido a Feira de Pedra Sabão, a casa do Inconfidente Tomaz Antônio Gonzaga, a Igreja de São Francisco de Assis e seus bem preservados casarões do século XVIII. 
         No século XIX e início do século XX o local era usado por tropeiros, que vinham de longas distâncias para comercializarem seus variados produtos com os ouro-pretanos. Traziam de tudo, como por exemplo açúcar, querosene, sal, objetos de uso da época como as lamparinas, roupas, sapatos, velas, etc. (foto acima de Elvira Nascimento e abaixo de Alisson Gontijo)
          Como o fim das  atividades dos tropeiros provocado pelo surgimento dos automóveis e caminhões, que facilitavam a entrega dos produtos, uma nova feira surgiu no local. Produtores rurais passaram a usar o espaço para venderem seus produtos como frutas, verduras, leite, doces, carnes, etc direto para o consumidor, 
Com título de Patrimônio da Humanidade em 1980, o turismo passou a ganhar força e o Largo do Coimbra, um dos lugares mais visitados da cidade, passou a ter a feira exclusiva para comércio e exposição do artesanato local e assim é até hoje. Onde ficavam os tropeiros, com seus cavalos e mercadorias, passou a ser uma feira rural e por fim, feira permanente de artesanato em pedra sabão. (na foto abaixo de Elvira Nascimento, vista da sala da casa do Inconfidente Tomaz Gonzaga)
          Do Largo do Coimbra se tem uma privilegiada vista do Pico do Itacolomi, do bairro Antônio Dias, onde está a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e alto da Igreja de Santa Efigênia. 
          Ir a Ouro Preto e não ir no Largo do Coimbra, é como se tivesse perdido metade do passeio. É imprescindível visitar o Largo.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Os girassóis do Triângulo Mineiro

(Por Arnaldo Silva) Dificilmente alguém não para admirar os girassóis floridos no Triângulo Mineiro. Os girassóis fascinam, simplesmente fascinam por sua beleza. A planta tem origem no México, na América Central. Sua  florada começa no fim do verão e se estende até agosto. A florada dura em média, 45 dias. Nessa época do ano, é comum pessoas que passam pela BR 050 e BR 452, no Triângulo Mineiro, entre Uberaba e Uberlândia, pararem para registrar e se fotografar em meio aos milhares de girassóis que chegam até metros de altura.
          Em Uberaba,  os campos de girassóis pertencem à empresa Alta Genétics na Rodovia BR 050, KM 164 podendo ser visitados entre abril e maio, durante a Expozebu. No período da Expozebu (geralmente entre abril e maio) quem quiser pode andar entre os campos de girassóis. Fora desse período, somente da BR mesmo já que as plantações ficam às margens da rodovia. As vezes a empresa alterna o cultivo, plantando outra cultura, por isso, informe-se antes. (Foto acima e abaixo de Cris Ferreira/@paisagenscsf)
          Além de Uberaba e Uberlândia, em Santa Juliana, Araguari, Estrela do Sul e outras cidades na mesma região, existem várias fazendas com plantio de girassóis. Não só no Triângulo Mineiro, mas em várias regiões de Minas Gerais, os girassóis podem ser contemplados, como em Florestal na Região de Belo Horizonte, Patos de Minas e Araxá no Alto Paranaíba, Caxambu, Ouro Fino, Conceição das Alagoas, Pedralva, São Pedro da União, Cruzília e Areado no Sul de Minas e Catuji e Manga no Norte de Minas, dentre outras cidades. 
Utilização
          Dos seus frutos, popularmente chamados sementes, é extraído o óleo de girassol que é comestível. A produção mundial ultrapassa 20 milhões de toneladas anuais de grão. (foto acima de Cris Ferreira/@paisagenscsf)
          A semente também é usada na alimentação de pássaros em cativeiro além de ser uma das mais utilizadas na alimentação viva.
A sua flor é comercializada como flor de corte. Existem dois grupos de variedades importantes: uniflor com haste única e uma flor terminal; multiflor com flores menores que com ramos desde a base que são mais utilizadas na confecção de bouquet.
          A semente do girassol tem sido utilizada no Brasil na produção de biodiesel.
          Tem sido também uma boa alternativa para alimentação de gado, em substituição a outros grãos.
          As suas folhas podem inibir o crescimento de plantas daninhas através do fenômeno alelopatia.
          Antes de visitar as cidades para conhecer as plantações, verifique, junto às prefeituras ou sindicatos rurais dessas cidades, se está na época da florada, e ainda, se foi plantado. Muito produtores, podem optar por plantar outras lavouras, ao invés de girassóis, dependendo da época e do mercado. 

quinta-feira, 12 de julho de 2018

A tradição do Queijo Minas Artesanal

(Por Arnaldo Silva) O Queijo artesanal mineiro, tradição que existe em Minas Gerais desde o inicio da descoberta do Ouro, no início do século XVIII, é produzido em mais de 600 municípios Mineiros, gerando emprego e renda para mais de 30 mil famílias, que vivem da produção de queijos.(na foto acima queijos feitos Canastra pelo Mestre Queijeiro Roberto Soares em São Roque de Minas MG)
          O modo artesanal de fazer Queijo nas regiões do Serro (na foto acima, fazenda de gado Gir, do Túlio Madureira), Serra da Canastra, Serra do Salitre e Campo das Vertentes é Patrimônio Imaterial de Minas desde 2004, reconhecido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) e desde 2008, é Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Ipham). 
          Por ano, somente em Minas Gerais, é produzida uma média 250 mil toneladas de queijo, o que ajuda o Brasil a se manter no posto de 6º maior produtor de queijo do mundo. No Brasil, Minas Gerais o maior produtor. (na foto acima, de Tiago Geisler, o famoso Queijo do Serro, da cidade do Serro MG)
Queijo Minas Artesanal e Queijo Minas Frescal
          O queijo artesanal mineiro é o queijo que preserva as formas originais e seculares na sua produção. Ou seja, leite cru não pasteurizado, sem acréscimo algum de outro componente. Após o preparo, o queijo artesanal passa por um processo de maturação que pode ser de uma semana, um mês ou até um ano. A maturação faz com que a coloração do queijo artesanal fique amarelada ou marrom, dependendo do tempo de maturação. Já o miolo possui uma textura firme e seca. É a maturação que dá sabor e qualidade ao queijo. 
          Outro tipo de queijo, o queijo Minas frescal, é mais fácil de ser encontrado, por ser produzido em maiores quantidades, principalmente por laticínios. Quem gosta de queijo e vive em outro Estado, muitas das vezes confunde esse queijo com o queijo artesanal. E não é. O frescal é um tipo de queijo úmido, bem esbranquiçado e massa bem mole (na foto acima de Judson Nani)
          O processo de produção desse queijo é diferente do queijo artesanal e não pode e nem deve ser confundido com o tradicional modo de fazer queijo artesanal, cuja receita tem três séculos de tradição.
          Ou seja, Queijo Minas Frescal é um tipo de queijo e o queijo secular e tradicional, com o modo de fazer reconhecido pelo Iepha e Iphan como Patrimônio Cultural e Imaterial, é outro tipo de queijo. (na foto abaixo, de Jerez Costa queijo Minas artesanal da Queijo D´Alagoa, de Alagoa MG)
          A receita do queijo artesanal mineiro é a mesma para todos. Mas o que dá a qualidade, a textura o sabor inconfundível ao queijo artesanal mineiro, não se encontra em nenhum outro lugar, só em Minas Gerais. A alimentação adequada, qualidade das pastagens, qualidade e cuidados com o rebanho, o clima, a temperatura das serras mineiras, a forma com que o queijo é trabalhado manualmente pelo produtor e principalmente pelo conhecimento da arte da fazer queijos, que passa de geração para geração. Esses são os diferenciais que faz do queijo artesanal de Minas Gerais, único e especial no mundo. 
16 de maio: Dia do Queijo Minas Artesanal
          Uma data que marca a importância dos queijos artesanais para a história, tradição e economia mineira. (na foto acima, queijos Canastra do Rancho 4R, feitos pelo Mestre Queijeiro Roberto Soares, de São Roque de Minas)
          O dia 16 de maio, é comemorado em Minas como o Dia do Queijo Minas Artesanal (QMA). Instituída pela Lei 22;506, de 2017, é em referência ao dia 16 de maio de 2008, quando o Modo Artesanal de Fazer Queijos de Minas, nas regiões do Serro, Serra da Canastra e Alto Paranaíba, foram reconhecidos pelo Conselho Consultivo do Instituto de Patrimônio História e Artístico Nacional (Iphan) ,passando a fazer parte do livro de saberes e sabores do Instituto.
          O queijo artesanal é o queijo feito com leite cru, sem passar pelo processo de pasteurização, feitos basicamente nas pequenas propriedades, totalmente artesanal, gerando fonte e renda para mais de 30 mil famílias mineiros, numa produção anual de 85 mil toneladas, em média.
          QMA, é um rótulo que vem nos queijos, com certificação e Selo Arte, expedidos pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Legalizado perante o IMA, os queijos podem usar o rótulo QMA, e o Selo Arte, que permite a comercialização em todo o Brasil.
          Somente os queijos com origem nas regiões queijeiras, reconhecidas pelo órgão podem usar o rótulo QMA. As microrregiões queijeiras, reconhecidas pelo IMA, com permissão para usar o QMA e Selo Arte são: Serra da Canastra, Serra do Salitre, Araxá, Cerrado Mineiro, Campo das Vertentes, Mantiqueira de Minas, Alagoa MG, Serro e Triângulo Mineiro, podem usar o rótulo QMA. (na foto acima, o queijo da Serra do Salitre, da Fazenda Pavão, do produtor João Melo. Em destaque na embalagem, o Selo Arte e registro do IMA)
          Para obter o rótulo QMA, as queijarias tem que ser legalizadas pelo Ima. Os queijeiros contam com a assistência da Emater/MG, além de ajudar os produtores nos estudos para criação de regiões queijeiras. Estando legalizados perante o Ima, o produtor pode requisitar o Selo Arte, que permite a comercialização de seu produto em todo o país. Somente os queijos com Selo Arte e certificado QMA, podem usar comercializar seus queijos para foram de suas regiões, bem como usar, o termo QMA em seus rótulos.

domingo, 8 de julho de 2018

Calçamento com pés de moleque: a origem do nome.

(Por Arnaldo Silva) As ruas de nossas cidades antigamente eram calçadas com pedras brutas. Esse calçamento recebeu o nome de "Pé de Moleque". Costumamos falar em ruas de pés de moleque sem ao menos saber o porquê desse nome. Agora vocês vão saber.
          Esse tipo de calçamento era comum na Europa nos tempos antigos e foi introduzido pelos Portugueses no tempo do Brasil Colônia. (fotografia acima de Cesar Reis em Tiradentes MG) As pedras vinham de Portugal, em navios e as ruas das cidades litorâneas como Rio de Janeiro, Paraty, Salvador, Porto Seguro, Santos, etc., receberam esse tipo de pavimentação. Chegavam em navios e eram levadas paras os seus destinos em carros de bois.
          O ouro de Minas Gerais seguia para o porto de Paraty/RJ em carruagens, mulas, burros e em sua maioria, em carros de bois. Deixavam o ouro e traziam pedras para calçamento, na volta. As ruas de Paraty/RJ foram quase todas calçadas com essas pedras vindas de Portugal.
          Como as cidades e vilas mineiras eram muito distantes para transportar tantas pedras, optaram por calçar as suas ruas com as pedras existentes nas regiões próximas às mesmas, que existiam em abundância, em beiras de rios, por exemplo. Na região de Ouro Preto, a pedra sabão era a mais comum e foi a mais usada nos calçamentos das ruas da cidade. O corte das pedras era totalmente rústico, feito a base da picareta, pelos escravos e em boa parte, nem eram cortadas, eram colocadas nas ruas da forma que eram retiradas.
            Com o aumento da exploração do ouro nas Minas Gerais, o fluxo de cavalos, carroças e carruagens aumentava a cada dia. As pequenas vilas que existiam não tinham ruas e sim caminhos abertos pela caminhada das pessoas e pelas rodas das carroças e carros de bois. (fotografia acima de Peterson Bruschi em Ouro Preto MG)
          Com o crescimento das vilas, bem como as transformações destas em cidades, surgiu a necessidade da abertura de ruas mais largas que os caminhos existentes. E os escravos foram largamente usados para abrir ruas e calçar as mesmas. Era no braço, na picareta, enxada e pás. As pedras vinham de pedreiras e rios, trazidas em carros de bois.
          A partir de 1760, a melhora das vias públicas se fez necessário, porque com o fluxo de pessoas e animais constantes, o transporte de mercadorias era prejudicado por atoleiros, buracos e poeira, prejudicando a todos. E para solucionar esse problema, as cidades começaram a receber calçamento nas suas ruas lamacentas  e poeirentas, que com o tempo, passou a ser chamado de pés de moleque, nas suas ruas lamacentas e poeirentas. 
          O calçamento era necessário para evitar que as tropas com suas carroças, mulas e cavalos abarrotadas de ouro, diamantes, café e gêneros alimentícios, atolassem em dias de chuva ou levantassem poeira, em dias de estiagem, o que incomodava os moradores dos casarões e pedestres.
          Os trabalhos de calçamentos eram orientados por mestres pedreiros e executados pelos escravos e também por presos das cadeias próximas, que eram obrigados a trabalhar de graça, sob forte vigilância e acorrentados pelos pés. Eles preparavam a rua na enxada e iam postando pedra por pedra, uma ao lado da outra. (fotografia acima de Matheus Freitas/@m.ffotografia)
          Os filhos desses escravos, que eram costumeiramente chamados de "moleques" iam em seguida esparramando terra arenosa e acertando as pedras com os pés. Não eram pedras uniformes e nem certinhas, porém o calçamento ficava bom, evitava o barro nos tempos de chuva e poeira na estiagem. 
         É por isso que esse tipo de calçamento se chama "Pé de moleque" embora muita gente diga que o nome é porque essas pedras lembram muito a cor do famoso doce de amendoim que conhecemos, o pé de moleque. 
         O surgimento desse doce é bem posterior ao surgimento do nome desse tipo de calçamento, portanto, não faz sentido associar a pedra ao doce, até porque moleque, sempre era usado para chamar os filhos dos escravos. O doce de amendoim, surgiu no século XIX e esse tipo de calçamento existe há séculos, na Europa, inclusive na Roma antiga, há mais de dois mil anos, ruas romanas tinha esse tipo de calçamento. 
          O doce em questão passou a ser chamado de "Pé de Moleque" justamente porque esse tipo de calçamento lembra o doce no tabuleiro e não o contrário. Veja a foto acima do Cesar Reis, de uma rua em Tiradentes. Não lembra o doce no tabuleiro?
          No final do século XIX, já no fim do Brasil Imperial, as cidades começaram uma era de modernização e urbanização que acompanhava o desenvolvimento das cidades Europeias, buscando melhorar a vida de seus habitantes. (fotografia acima de Peterson Bruschi em Ouro Preto MG)
          Com essa visão de modernizar as cidades, os calçamentos em pés de moleques começaram a ser retirados e colocados no lugar paralelepípedos, que são pedras bem trabalhadas, lisas, colocadas lado a lado. Por isso são chamadas de "pedra casada" ou "rua de pedras casadas". Esse tipo de calçamento evitava os constantes tropeços que o calçamento em pés de moleques causavam e por dar um visual mais bonito às ruas, já que eram lisas e uniformes.
          E assim foi na maioria das cidades históricas mineiras e do Brasil também. Poucas ruas de nossas cidades históricas mantiveram o calçamento original, sendo substituídos pelos paralelepípedos do final do século XIX. (na foto acima de Matheus Fotografia - @m.ffotografia, rua em São João Del Rei MG) Nas fotos acima você percebe bem a diferença nos tipos de calçamentos.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

A Igreja de São Francisco de Paula em Ouro Preto

(Por Arnaldo Silva) É a igreja mais pobre em detalhes de Ouro Preto. Sua construção iniciou-se no ano de 1804, sendo a última erguida no período Colonial, em plena decadência do ouro. (fotografia acima de Fabinho Augusto)
          Por isso o contraste em termos de riquezas nos detalhes, em comparação com as outras igrejas de Ouro Preto, erguidas no auge do Ciclo do Ouro. Devido a falta de recursos, sua conclusão foi longa, terminada em 1898. Foram 94 anos para ser concluída. (na foto acima e abaixo de Ane Souz, o altar da Igreja de São Francisco de Paula)
          O projeto da igreja é de autoria do Sargento-mor, Francisco Machado da Cruz e seu estilo arquitetônico foi fiel ao Barroco mineiro e ao Rococó, estilos predominantes na arquitetura mineira do período colonial. Mesmo com o fim do período colonial, com a independência do Brasil em 1822, o projeto original da Igreja não foi alterado e concluído conforme o original.
          A igreja foi construída onde era a antiga Ermida de Nossa Senhora da Piedade que foi doada, à Irmandade da Ordem Terceira que tinham como patrono, São Francisco de Paula. Nessa capela foi colocada uma imagem de São Francisco de Paula, talhada pelo Mestre Aleijadinho.
          Por ser pequena e com o aumento do número de fiéis, a Irmandade viu a necessidade de construir uma igreja maior. (na foto acima de Ane Souz, detalhe das obras barrocas, talhadas em madeira no interior da Igreja de São Francisco de Paula)
          No lugar da pequena Ermida, foi erguida a Igreja dedicada ao patrono da Ordem, São Francisco de Paula. As relíquias da pequena Ermida, como a imagem de São Francisco de Paula, foram transferidas para a nova igreja, sendo retiradas e transferidas para o Museu da Inconfidência, atualmente. (na foto acima e abaixo de Ane Souz, os altares laterais da Igreja de São Francisco de Paula) 
          Ao lado da igreja, foi construído um cemitério para os membros da Irmandade, já que a partir de 1810, a Igreja Católica proibiu sepultamentos dentro dos tempos, prática comum na época.
          Quatro estátuas dos evangelistas, João, Marcos, Lucas e Matheus em louça importadas do Porto, em Portugal, ornamentavam a mureta da escadaria de acesso ao templo, se destacando na paisagem em torno da igreja, mas como a imagem do padroeiro, também foi retirada (como podemos ver na foto acima, de Arnaldo Silva e na foto abaixo da Ane Souz, detalhes da ornamentação interna da Igreja de São Francisco de Paula)
          O motivo, creio eu, por segurança, para evitar depredação ou furtos, já que a igreja fica num local mais afastado, isolado, rodeado por mata nativa, com pouca iluminação, o que motivaria e facilitaria a ação de marginais.
          Apesar de não ser uma igreja rica em detalhes, tanto no exterior quanto no seu interior, foi construída num local privilegiado, o Morro da Piedade que é uma área montanhosa de Ouro Preto. (foto acima e abaixo de Ane Souz)
          Isso faz a igreja se destacar, sendo vista em todos os ângulos da cidade. Fica a alguns metros da Rodoviária, sendo então a porta de entrada para os turistas, que quando chegam à cidade, vão direto para o o adro da Igreja, contemplar a vista, já que a cidade fica completamente à vista. (fotografia abaixo de Arnaldo Silva)

          A igreja de São Francisco de Paula não é aberta a visitação. Abre suas portas somente aos domingos, as 10 horas, quanto são realizadas missas.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Brumal e a Igreja setecentista de Santo Amaro

(Por Arnaldo Silva) Brumal foi fundado em 1704 pela bandeira de Antônio Bueno, sendo uma das mais antigas povoações de Minas Gerais. É um dos mais belos distritos do Estado Mineiro. Seu centro histórico preserva as características originais do período colonial. Seu nome inicial era Brumado devido as constantes brumas formadas no inverno, já que a região fica aos pés da Serra do Caraça, onde a serração é comum.
 
          Depois passou a se chamar Brumado do Mato Dentro, Santana do Brumado, Barra Feliz e por fim, em 1943, seu nome atual Brumal. É distrito da histórica cidade de Santa Bárbara, município localizado no Quadrilátero Ferrífero, na região da Serra do espinhaço a 110 km de Belo Horizonte e distante 6 km de Barão de Cocais MG.(fotografia acima Sérgio Mourão/Encantos de Minas)
          Mesmo com pequena produção das minas ouro das redondezas, os fundadores do arraial acreditaram no potencial da mineração de Brumal e esta atividade foi se consolidando ao longo dos anos, atraindo um número constante de pessoas para o povoado, tornando-o próspero. Em 1837 o arraial contava com 1073 moradores, que viviam em 173 casas e oferecia uma vida confortável aos seus moradores. 
            Hoje Brumal tem mais de 2 mil moradores e sua história é bem preservada, bem como seu casario e monumentos históricos como a Igreja de Santo Amaro, o Largo com o Chafariz ao centro, a Casa do Cartório e o prédio da escola velha. (na foto abaixo da Elvira Nascimento, o altar da Igreja de Santo Amaro)
Igreja de Santo Amaro do Brumal
          A iniciativa da construção dessa igreja partiu do morador Amaro da Silveira Borges, que segundo consta no inventário da Oferta Turística relata a iniciativa do morador dessa forma: "Amaro da Silveira Borges, morador do Arraial de Brumado, dirigiu uma petição ao Bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei Antônio de Guadalupe, dizendo que desejava fazer, à sua custa, a construção de uma capela na localidade em que residia, em virtude de a Matriz se achar distante duas léguas. O edifício religioso serviria assim para mais de 200 pessoas. Concedida a licença, por provisão de 14 de fevereiro de 1727, as obras foram iniciadas, e em outubro do mesmo ano a capela recebeu a bênção do vigário da freguesia. Em 1739, os três retábulos já estavam instalados, inclusive o da capela-mor, além de ornamentos e alfaias diversas. Em 1747, o visitador geral da capitania esteve no local, verificando obras não-terminadas e impôs o prazo de quatro meses para sua conclusão, sob pena de interdito. A partir de 1759, a igreja passou por várias reformas e acréscimos, inclusive consolidação das torres e reparações nos telhados" 
          A Igreja de Santo Amaro (na foto acima de Elvira Nascimento) é a mais importante herança dos fundadores de Brumal para a cultura colonial mineira, sendo hoje uma das mais importantes obras setecentista do Brasil, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sendo registrada no Livro Belas Artes. Inscrição nº 248. 1948.
          Foi dedicada a Santo Amaro e a capela-mor, foi feita com elementos do estilo joanino, muito usado no Barroco português durante o reinado de dom João V (r. 1707-1750).  Importantes exemplares de retábulos joaninos são encontrados tanto em Portugal como no Brasil e acredita-se que o altar da Igreja de Santo Amaro, em Brumal, tenha sido o primeiro do estilo joanino em Minas Gerais. (a fotografia abaixo, de Elvira Nascimento, mostra o interior da Igreja de Santo Amaro)
          O historiador Robert Smith, define assim o estilo Joanino: “É característico deste período um vocabulário decorativo onde predominam conchas, feixes de plumas, palmas, volutas entrelaçadas, grinaldas e festões de flores. Figuram ainda uma diversidade de baldaquinos e sanefas, cortinas e panos, fragmentos de arcos e outros motivos arquitetônicos. [...] No interior das igrejas a talha dourada é a manifestação artística mais relevante, conferindo imponência e fausto aos retábulos, surgindo frequentemente associada a outras artes decorativas como o azulejo, a pintura, a escultura e a pintura decorativa, impondo uma nova dimensão a espaços sem relevante expressão arquitetônica. A amplitude atingida por esta conjugação de expressões resulta muitas vezes, em estruturas de grande complexidade, tanto iconográfica como artística, cujo brilho dourado dá especial relevância”.
          A construção foi iniciada em 1727 quando o arraial estava em franco crescimento econômico, e inaugurada em 1747 ainda inacabada, pois faltava a conclusão dos painéis parientais que retratam cenas bíblicas, incluindo a vida de Santo Amaro, sendo totalmente concluída  no final do século XVIII. (na foto acima, de Elvira Nascimento, o altar da Igreja de Santo Amaro em Brumal)
Chafariz do Largo de Brumal
          Como podem ver na foto acima, de autoria de Judson Nani, o famoso chafariz, construído em 1898 fica no centro de Brumal, numa praça totalmente gramada, que junto com o casario colonial integra o conjunto arquitetônico do distrito, sendo um dos lugares mais visitados. Segundo informações disponível no site da Prefeitura de Santa Bárbara "Em 2008, o Chafariz passou por um processo de restauração. De acordo com o projeto, aprovado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG), a intervenção de conservação e restauração do Chafariz, construído em pedra-sabão de linha arquitetônica plana e geométrica, consistiu na higienização do conjunto e reintegração com prótese dos elementos que apresentavam comprometimento do equilíbrio e harmonia do Chafariz. Foram utilizados materiais e técnicas que não alteraram a significação e a aparência original do monumento" (foto abaixo de Judson Nani, da área central de Brumal) 
As cavalhadas
          Todos os anos, no dia de Santo Amaro (2 de julho), acontece a famosa Cavalhada. Cavalhadas é a forma que os cristãos  encontraram para simbolizar as guerras travadas entre Mouros e Cristãos na conquista da Terra Santa. As chamadas Cruzadas, que aconteceram no período da Idade Média.
          Os Mouros tentavam impedir os Cristãos de conquistarem Jerusalém e este lutavam para conquistar seu objetivo. As batalhas eram travadas sobre cavalos em ataques com espadas e lanças, numa batalha sangrenta e mortal. 
          Os cristãos venceram e desde a idade média começaram a surgir batalhas simbólicas sobre cavalos para marcar o evento. Os cavalheiros se vestem com roupas que lembram os Mouros e Cristãos, mas não usam lanças ou espadas e sim, confetes e fitas.
A Cavalhada de Brumal  tem os desfiles de cavalheiros, corridas e jogos acompanhados por um conjunto musical. Essa festa existe desde 1937. 
          Começou com um morador, Sr. Jorge da Silva Calunga, que segundo dizem,  fez uma promessa a Santo Amaro e se a graça fosse alcançada, faria em Brumal no dia da festa de Santo Amaro uma Cavalhada em homenagem ao santo. Como a graça foi atendida, em 1937 organizou a primeira cavalhada  e a tradição foi mantida pelos familiares e moradores do distrito, fazendo parte hoje do calendário cultural e religioso do distrito e de Minas Gerais, sendo inclusive patrimônio histórico imaterial de Santa Bárbara MG.

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