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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O significado das gavetas nas antigas mesas em Minas

(Por Arnaldo Silva) Dizem que mineiro é pão duro. Nas casas que eu ia antigamente, tinha uma mesa enorme na cozinha com várias gavetas. Uma para cada cadeira. Quando chegavam visitas, abriam as gavetas com pressa e colocavam a comida para que as visitas pensassem que já tinham feito as refeições. Muitos pensavam que era vergonha porque a comida era muito simples e tinham vergonha de mostrar.
          A mesa existia mesmo e era verdade sim que colocavam a comida nas gavetas quando chegava alguém. Não era por causa das visitas ou da simplicidade da comida que faziam isso. Era por medo somente.
         Boa parte dos imigrantes portugueses que vieram para Minas eram Cristãos Novos, ou seja, judeus convertidos a força para o Cristianismo. Muitos desses Cristãos Novos ainda praticavam o Judaísmo escondidos, por medo de serem identificados e denunciados à Inquisição que vigorava em toda a Europa e também na América até meados do século XIX. Por isso criavam formas de disfarçar as práticas judaicas. Guardar comida nas gavetas era uma delas. Quando um padre ou algum religioso chegava para visitar, tinha na mesa muita carne de porco que já era preparada justamente para quando aparecessem visitas. Não comiam nada, apenas ofereciam ao visitante. Diziam que já tinha feito as refeições. Todos sabem que judeu não come carne de porco. A comida Judaica, Kosher, ficava escondida nas gavetas. Quando as visitas iam embora, tiravam as comidas das gavetas e comiam normalmente. E assim iam vivendo e praticando como podiam sua religião, secretamente.
          Os chamados Cristãos Novos eram muito vigiados e policiados pela comunidade. Evitavam muitas conversas sobre religião, trabalhavam muito e guardavam sempre o que ganhavam. Não existiam bancos naqueles tempos. Guardavam o que ganhavam dentro de um colchão, que era o lugar mais seguro para isso. Raramente gastavam o dinheiro que ganhavam, somente em casos de muita necessidade e urgência.
          Sempre tinham ouro em pó ou bruto, guardado. Conheci um senhor, que praticava uma espécie de sincretismo judaico-católico, que tinha a boca cheia de dentes de ouro. O apelido dele era “Boca Rica”. Ele e a família misturavam crença e práticas judaicas com cristãs e por isso tinham medo de serem molestados pelos cristãos autênticos, como ele denominava os cristãos de origem e caso precisasse fugir ou sair as pressas do lugar que estavam, nem precisava levar nada. Por isso guardava toda sua riqueza na boca, lugar mais seguro, segundo ele.
          Todos faziam isso por questões de segurança. Judeu ou descendentes diretos quando identificados, eram muito perseguidos e sempre tinham que fugir de um lugar para outro. Como não podiam levar muitas coisas, como bois, móveis, e outros pertences, devido às dificuldades de levar tudo, levavam apenas roupas, dinheiro e ouro. Assim, quando chegassem ao destino, já tinham como recomeçar suas vidas.
          Lembro de uma história contada por parentes paternos, que são de origem judaica. Eles diziam que foram os judeus que criaram os bancos. Como eram perseguidos e muitas vezes suas comunidades eram saqueadas e queimadas, criaram uma forma de guardarem suas riquezas, sem que ninguém percebesse. Num porão de uma casa de família normal da comunidade, guardavam suas riquezas como ouro, jóias e dinheiro. Cada família tinha anotado o que guardava. O local era escolhido pela comunidade e a família da casa cuidava para que tudo transparecesse normal. A entrada para o porão era coberta por um tapete e sobre o tapete, ficava um enorme banco para disfarçar. Sentado nesse banco, ficava o responsável por guardar e anotar os pertences da comunidade. Assim ele recebeu o nome de banqueiro, conseqüentemente, o local que antes era porão, passou a se chamar banco. Assim se popularizou as duas palavras.
          A fama de que mineiro guarda dinheiro no colchão, gosta de ouro e fecha a mão para gastar, veio dessas práticas dos judeus e cristãos novos.
          Minha família paterna era uma dessas que mantinham algumas práticas judaicas escondidas dos olhares dos religiosos católicos.
          Esse comportamento dos Cristãos Novos acabou virando tradição e foi se difundindo nas casas dos cristãos normais que passaram a fazer mesas com várias gavetas, a guardar dinheiro no colchão, ter ouro em casa e gastar o menos possível e outras práticas e tradições de origem judaica.
          Mas mineiro não é pão duro e nem miserável. Nosso povo tem o prazer de receber suas visitas e por mais simples que seja sua casa, tem um enorme prazer de mostrá-la, cômodo por cômodo. Mineiro é hospitaleiro. As visitas são bem vindas, comem do bom e do melhor, sem miséria. Mesmo que haja pouca comida em casa, as visitas são tratadas como reis. 

Assombração da Capela Velha

(Por Maria Mineira*) Denominado Capela Velha, esse lugar é cortado pela estrada que liga São Roque de Minas à cidade de Bambuí. O botânico naturalista francês, Saint-Hilaire, por volta de 1820, quando passou na Capela Velha em sua viagem às nascentes do Rio São Francisco escreveu no seu diário:
          (...) A pouca distância da fazenda do Geraldo passei diante da capela de São Roque, onde um padre vem de vez em quando celebrar a missa. A capela fica isolada no alto de um outeiro e é feita de madeira e barro, com paredes sem reboco, e seu estado era miserável. Ao lado foram construídos uma casinha e um rancho, para abrigar os que vêm assistir à missa.
          Há muito tempo, ali havia uma pequena mata de grandes árvores reunidas em poucos hectares. Os antigos afirmavam que a cidade foi instalada lá. Pela dificuldade do acesso à água, foi transferida aqui para baixo, onde hoje se encontra.
          Cresci ouvindo histórias de assombração, acontecidas naquele local. Muitos comentavam sobre uma luz vermelha que vinha do céu, à noite. Ouvi também sobre a boiada fantasma. Outros falam de uma árvore que se originou quando enterraram ali uma escrava benzedeira. A cruz de um galho verde brotou se transformando na árvore mais alta daquele lugar. Conta-se que árvore assombrada se dobra por terra ajoelhando-se toda sexta-feira de lua cheia.
          Movida pela curiosidade comecei a entrevistar antigos moradores e soube de fatos interessantes. Aqui, a narrativa do senhor João, de 70 anos que preferiu não se identificar:
          Indesde qui ieu era mininim piqueno ieu escutava o povocontá esse causo de sombração. Lá perto di casa memo, tinha uma moitinha de bambu qui balangava as fôia memo semventá. Ieu via isso, mais nunca fui minino acismado não. Tanto qui crisci sem incomodá munto cum esses causo de arma penada.
          Certa veiz, ieu já divia tê uns vinte ano, morava na Varge Grande. Nessa época ieu arrumei uma namoradinha que moravamêi longe. Todo fim de semana ieu ia na casa dela e pá mode chegá lá tinha que passá na estrada da Capela Véia. Meus irmão tudo ficava mi acismano, dizeno qui ieu ia vê arma dôtro mundo, lubisome, boiada assombrada...
          Ahh, se um cabocrin invocado cum uma moça bunita ia alembrá de tê medo de sombração! Ieu ria inda falava preles assim:
—Si ieu vê arma penada ieu tiro as pena dela, passo uma rastêra, inda jogo na puêra da istrada.
          Ieu passei muntas vêiz andano di noite naquela estrada. Até a minina qu’eu namorava ficava cum medo de ieu ir simbora suzim. Num dia que tava armano uma chuvona braba inté o pai dela disse:
—Ô João, envém chuva, ispera a chuva passá ô intão posa aqui e dexa pá imbora amanhã cedo.
—Não sinhô, meu sogro. Num tenho medo de nada, não!
          A minina inda tentô fazê ieu ficá, mas ieu aproveiteipá rastá uma malinha emostrá minha corage.
—Ô minha frô, num picisa tê coidado comigo! Tem perigo de nada, não! Num tenho medo de chuva e nem de sombração.
          Dei um abraço na moça, dispidi do povo da casa, inda tomei um golin de cachaça qui o pai dela mim deu, dispois cacei o rumo de casa...
          Ieu andava dipressa, a distança até minha casa era de umas duas légua. Os curisco riscava o céu crariando a estrada. Os truvão quais me dexava surdo. Foi nessa hora quando um dos raio crariô o caminho qui ieu reparei qui tinha mais gente pru perto...
          Ieu tava duma banda da estrada e na outra banda avistei arguém. Ieu nunca tinha visto pessoa feito aquela nessas redondeza. Tavamêi longe, mais deupávê qui se tratava de uma muiê. Ela usava um vistido escuro quais rastano no chão, mais quando mudava os passo dava pá vê umas canela fininha e uns pé discarço. Carregava um punhado de imbornar chei de trem nos ombro, ês paricia tá munto pesado.
          Ieu andava de cá e ela de lá da estrada, nóis nem si oiava. Os dois andava depressa modi num pegá chuva. Acabei ficanomêi sem graça, ieu num tava carregano nadica e era uma vergonha um home dexá aquela veiinha carregá tanto peso nos ombro.
          Travessei a estrada e pedi pá ajudá ela a levá arguma coisa. A muié nem tirô os zoios do chão, mais rancô um dos imbornar dos ombro, me entregô e continuô a andá dipressa.
          Minha Nossinhora! Ieu nunca tinha carregado trem tão pesado! O peso daquilo qui ela levava nos ombro quais qui me discaderô! Custei a levantá o peso do chão. Agora ieu tinha qui guentá. Quem mandô ieu oferecê pá mode carregá, né memo?
          Cuntinuemo a andá... Ieu e a véia isquisita de rôpa preta. Cada um dum lado da istrada. Ieu tava froxim! Num guentava mais aquele saco de trem nas costa. Pu resto ieu já tava é rastano aquilo chão afora. Cê besta de trem mais pesado, sô! Paricia um saco de chumbo! Pió era qui a muié tinha munto mais peso nos ombro e num diminuía o passo. Ieu de cá e ela de lá... Im poco tempo nóis feiz a curva e já entremo na istradinha qui travessava a Capela Véia.
          Vô fala um trem procê, Sá moça: O qui sucedeu ali, ieu nunca mais qui sisquici na vida. Di repente, bem no meio da istrada a véia parô... Sem mi oiá, ela acenô cum uma das mão chamano ieu pa mais perto. Ieu inocentim de tudo, achei qui ela às vêiz quiria prosiá mais ieu.
          De repente ela estendeu o braço pámode pegá o imbornar dela qui ieu tava carregano. Ieu besta inda priguntei pá onde qui ela ia, mode quê ali pru perto num tinha casa. Num sei se os ripio de frio era da chuva que caía em riba di mim, ou se me deu um farta de coragi de chegá mais perto daquela criatura. Ieu parado nomêi da estrada e ela me acenano pra ieu chegá mais perto.
          Numa hora o clarão dum relampo bateu bem im riba de nóis. Aí, nesse prazim ieu pude vê a cara dela, si é que podia chamá aquela ossaiada de cara. Ieu vi foi uma cavêra! Juro qui foi! Ieu num tava tonto, não! E o braço qui ela istendeu pá mode pegá os trem era só osso tamém. As mão, os dedo! A criatura intêra era um esqueleto vestido de preto! Peguei cum tudo quanté santo qui ieu cunhicia. Ieu num era bem chegado numa reza, mais na hora do aperto a gente reza até sem sabê.
          Ieu rezano e tremeno, inté mijano pás perna abaxo, vi aquela muié de osso tacá os trem dela na costa, subi no barranco e sumi mata adentro. Nunca mais fui home de passa suzim ali, nem di noite e nem di dia. Nunca mais abusei nem fiz graça cum arma penada, luz vermêia. Isso acunticeu de verdade, ieu vi cum esses zoios qui a terra há de cumê.
*Maria Mineira é professora e escritora, moradora de São Roque de Minas, na Serra da Canastra

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Traição caipira é diferente

(Por Maria Mineira/São Roque de Minas) Houve uma época em que vovô Joãozinho teve um grave problema de saúde. Passou por uma cirurgia e ficou de repouso por vários meses. Muito contrariado viu sua fazendinha meio jogada ao léu. O milharal morrendo no mato, os pastos precisando roçar, o telhado do paiol desabando, o gado cheio de carrapatos... Havia um mundo de coisas a fazer, isso gastaria muitos dias de serviço, e na época vovô não tinha condições de pagar peão. Havia gasto todas as economias com médico e remédios.
          Tenho lembranças fragmentadas desse episódio. Era menina de uns treze anos e passava uma temporada na roça ajudando vó Geralda com os serviços domésticos. Não sei ao certo de quem partiu a ideia, se foi do vizinho Zé Mário ou do Roque Pedro. Sei que num domingo após o terço, sem vovô saber, fizeram uma combinação: iriam passar uma “traição” nele. 
          O que era a tal traição? Creio que hoje isso se tornou uma prática em desuso, mesmo no meio rural, pois, era diferente do mutirão. Apesar de ser também um trabalho solidário para executar rapidamente uma limpa de pasto ou uma capina, a ajuda era espontânea; espontânea, mas organizada.
          Uma pessoa em segredo convidava diretamente a vizinhança para tal dia e tal hora o grupo se reunir na casa de um compadre ou no cruzeiro e de madrugada passar a traição, a surpresa. Por sua vez o convidado estendia o convite ao parente para comparecer ao serviço. Funcionava o boca a boca, pois não havia telefone. Se necessário levavam o almoço pronto para não dar despesa ao “traído”. Quem pedia ajuda ou a recebia, ficava na obrigação de retribuir o serviço prestado, ajuda mútua.
          No dia marcado, os vizinhos esperaram o cair da noite. Lembro-me ter acordado com o foguetório, achei que o mundo estava acabando! Vovô Joãozinho e Vó Geralda se levantaram assustados com o latir do cães, a cantoria, os fogos de artifício, enxadas ou foices, usadas como instrumentos de percussão. Um dos vizinhos abriu a porteira, soltou três foguetes e mandou a turma vir chegando. Foi preciso alguém espantar os cachorros até o fundo da horta, porque queriam atacar os visitantes inesperados.
          Não me esqueço da expressão no rosto dos meus avós. Tadinhos deles! Ficaram tão comovidos que, tremendo de alto a baixo, se apoiando um no outro assistiam aquela manifestação de amizade. Homens e mulheres deram um banho de aguardente nos dois e os carregavam para o terreiro, onde a lua iluminava tudo. Choraram abraçados, não sei se era só de emoção ou se espirrou cachaça, encharcando os olho dos dois.
          Enfileirados com as enxadas nos ombros, os vizinhos cantavam:
os dois istimado amigo
Sá Gerarda e Sô João
Vem recebe seus vizinho
Pra esse grande mutirão.
Abre a porta acende a luiz
Pa podê nos recebê
O dia já tá clariano
Já começa amanhecê.
Nóis trabaia cantano
Pra mostra nossa vóis
Sá Gerarda vai pro fugão
Fazê um café pra nóis.
          O povo veio prevenido. As comadres trouxeram tudo para o desjejum. Antes do dia amanhecer fizeram uma oração e depois forraram o jirau de bambu com folhas de bananeira e colocaram uma grande variedade de quitandas: Pães de queijo, brevidades, roscas, bolos de fubá, biscoitos de polvilho e muitos bules de café quente.
          Mal o sol nasceu o grupo dos homens seguiu para a roça. As mulheres distribuídas pela casa iniciaram as tarefas: lavação de roupas, a plantação da nova horta de couve, debulhação de milho fazeção de doces e quitandas.
          Na roça, o mato sumia, cobras morriam, o coordenador do serviço gritava e a turma não parava. Durantes uma semana trabalharam para meu avô. A roça ficou capinada, os pastos limpos, o gado curado, o paiol e a casinha de queijo foram reformados.
          Era comum cantar durante o trabalho, ora em duetos ou em forma de coral. Havia o puxador e os outros respondiam - parecido com o canto da Folia de Reis ou Canto Responsorial.
          O homens cantavam:
Nóis toma uma cachacinha
Pru nosso peito isquentá
Vamo, vamo minha gente.
O serviço vai começá.
Alicrim despedaçado
Foi cortado e já morreu
Ieu tamém vivo magoado
Por amor que já foi meu
          As mulheres deixaram a casa brilhando, mataram e arrumaram dois capados, encheram as latas de biscoitos e a cristaleira de vó Geralda de doces. Lavaram e trocaram as palhas dos colchões, plantaram uma enorme horta de couve, capinaram todo o quintal e ainda podaram as roseiras, ariaram as panelas de ferro até brilharem.
          Elas trabalhavam cantando:
A lua bria no céu
Inté parece um quêjo
Sodades do meu amor
Faiz mêis qui ieu num vejo.
Si chorano ieu fizesse
Meu amor vim mi buscá
Ieu chorava noite intêra
Inté o dia clariá.
          No último dia da semana, depois de tudo pronto havia uma grande confraternização. Eram servidas tachas de arroz, tutu de feijão, leitoa assada, muito frango com palmito, macarronada com muito queijo ralado, suã de porco com arroz.
          Houve um pagode que durou a noite inteira. Todos voltaram de banho tomado e roupas novas . Os homens de lenço no pescoço, as mulheres vestidas de chita. Antes de começar um animado baile ao som da sanfona, das violas e cavaquinhos, ainda recitaram os últimos versinhos para meus avós que não cabiam em si de tanta felicidade:
Viva as roça capinada
De Deus nóis tudo é fio
Viva a nossa amizade
Viva os pendão de mio
Aqui estamos moçada
Nessa alegre reunião
Viva, viva cumadi Gerarda.
Viva, viva cumpadi João!
Nota: alguns dos versinhos eu lembrava, outros perguntei à minha mãe.
Na foto à direita, o meu avô Joãozinho, meu bisavô Tininho ao centro e sô Josué, um amigo deles. Saudades de todos...

18 destinos paradisíacos para você curtir em Minas

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais é o destino para os amantes de rios, lagoas e cachoeiras. São cidades com paisagens deslumbrantes! Rios, cachoeiras, praias artificiais, lagoas, represas, clubes, mares de serras e natureza exuberante, garantem uma diversão perfeita para quem vive ou opta por estar em terras mineiras. São 853 municípios mineiros, todos com belezas e opções de lazer e diversão para todos os gostos.
          Desde os lugares mais tranquilos, até os lugares mais agitados, você encontra em todos os cantos de Minas Gerais. São centenas, mas infelizmente não podemos postar todos os municípios de uma vez só e escolhemos 18. Faltaram então 835. Vale a pena conhecer Minas e viajar pelas maravilhas de nosso Estado. (na foto acima de do Deividson Costa, a Represa de Camargos, em São João Del Rei) Conheça as as cidades e suas paisagens para você vivenciar Minas.
01 - Carrancas e São João Del Rei
          São João Del Rei, Carrancas, Itutinga, Nazareno e Madre de Deus de Minas, são banhadas pelas águas da Represa de Camargos, Região do Campo das Vertentes. A represa é formada, principalmente, pelas águas do Rio Grande. A Usina Hidrétrica de Camargos, construída entre Itutinga e Nazareno, entrou em operação, em 1960.
          O espelho d´água formado pelas águas da represa, realçou a beleza da região, além de permitir, pescarias, passeios e prática de esportes aquáticos, com destaque para os povoados de Engenho da Serra, pertencente a São João Del Rei (na foto acima do Deividson Costa) e Capela do Saco, em Carrancas. Além do desenvolvimento que a usina proporcionou à região, desenvolveu bastante o turismo local, com as águas da Represa de Camargos, criando paisagens incríveis e melhor qualidade de vida, nas cidades, distritos e povoados, banhados pela represa. 
          Um dos mais antigos e tradicionais povoados da região, é a Capela do Saco (na foto acima de Gilson Nogueira), entre Carrancas e São João Del Rei. Está às margens do Rio Grande. O distrito foi um importante canal comercial de São João Del Rei no século XVIII, para escoamento da produção do ouro até o porto de Paraty/RJ. Seu povo é agradabilíssimo e muito gentis. A de Camargos é um convite para um bom banho, em dias ensolarados. 
          O visitante, além da represa, pode curtir várias cachoeiras na zona rural do distrito como por exemplo as quedas do Rio Grande que formam pequenas cachoeiras com lagos ao longo do trajeto do rio, ótimas para banho. É um dos maiores atrativos da região onde se pode trazer lanchas, jet skis, botes ou mesmo curtir as águas tranquilas da represa (na foto acima de Jerez Costa). Um dos passatempos preferidos, dos moradores e de visitantes é pescar às margens do Rio Grande e Represa.
02 - Alto Caparaó
          Sua população segundo o Censo realizado pelo IBGE em 2019 é de 5.847 habitantes. Está a 997 metros de altitude, na Zona da Mata Mineira, próximo a divisa com o Espírito Santo. Em Alto Caparáo estão localizados o Pico do Cristal com 2.769,05 metros de altitude e o lado mineiro do Pico da Bandeira (na foto acima do Sairo Guedes), com 2.891,32 metros de altitude, o ponto mais alto de Minas Gerais e o 3° mais elevado do Brasil, na divisa com o município capixaba de Ibitirama. Alto Caparaó faz parte do Circuito Turístico do Pico da Bandeira, estando no município uma das portarias para o Parque Nacional do Caparaó. A outra entrada do Parque fica no município de Dores do Rio Preto/ES. O Parque é seu principal atrativo turístico onde estão localizados a Cachoeira Bonita, os vales: Verde e Encantado, o Pico da Bandeira, o Pico do Cristal entre outros.
03 - Boa Esperança
          Boa Esperança, segundo o IBGE, contava em 2019 com 40.127 habitantes e fica no Sul de Minas. É neste município que se encontra a Serra da Boa Esperança, a qual se tornou célebre através da música que leva seu nome, composta por Lamartine Babo e interpretada por diversos cantores. Por seu território passa o Rio Grande, importante para o desenvolvimento da região. O município faz parte do circuito turístico Grutas e Mar de Minas.
          O Lago de Boa Esperança possibilitou o desenvolvimento do turismo e do lazer da população. (foto acima de Rogério Salgado) O lago formado pelo represamento das águas do ribeirão Marimbondo, Maricota e Cascavel dá mais beleza e charme á cidade. São 9 km², com 3 km², banhando a cidade, com uma bela orla com praças, avenidas arborizadas, restaurantes, instalações para pesca com vara, ancoradouro para barcos e jardins; Passeio de Lancha; Passeio de Jet Ski; Pesca esportiva; Cachoeira do lago; Ultraleve e duas praias artificiais são atrativos imperdíveis na cidade: a Praia do Bicano: Criada em torno da Av. Beira Lago com intuito de reunir as pessoas para desfrutarem da beleza do Lago dos Encantos e a Praia do Celeiro: Localizada nas proximidades da FAFIBE. 
          O verão em Boa Esperança é imperdível. Vale a pena!
04 - Itabira
          Na terra do poeta Carlos Drumond de Andrade,  a 110 km de Belo Horizonte, com cerca de 125 mil moradores, Itabira destaca-se a bela arquitetura de seus casarões na área central e diversos atrativos naturais, tais como o Parque Natural Municipal da Água Santa, que tem 12 mil m² e é uma área verde situada no centro de Itabira; a Mata do Intelecto, remanescente de Mata Atlântica de 21,60 hectares; a Mata do Limoeiro, remanescente de Mata Atlântica de 2 mil hectares, um dos maiores da região; o Morro Redondo; a Pedra da Igreja; a Serra do Bicudo; o Cânion dos Marques; a Serra das Bandeirinhas; a Serra dos Alves; além das cachoeiras dos Cristais, da Lucy, dos Borges, do Campo, do Bongue, da Conquista, da Boa Vista, do Derrubado, do Paredão, do Limoeiro e do Meio. Em Ipoema se destacam as cachoeiras Alta, Boa Vista, Patrocínio Amaro (na foto acima de autoria de Sérgio Mourão) e do Meio.
05 - Pirapora 
          Pirapora fica no Norte de Minas e está localizada a aproximadamente 340 quilômetros da capital Belo Horizonte. A cidade, com cerca de 60 mil habitantes, destaca-se por ser o começo do trecho navegável do Rio São Francisco e por suas indústrias de ferro-silício, silício metálico, ferro-ligas, ligas de alumínio e tecidos que são os principais produtos exportados pelo município. A ponte Marechal Hermes, sobre o Rio São Francisco (foto acima de Rhomário Magalhães) e o barco a vapor Benjamim Guimarães, o artesanato, culinária típica e plantações de uvas, bem como o vinho produzido no município são os principais atrativos da cidade.  Cidade de praia fluvial e cachoeiras, atrai turistas de todo o país e tem um dos melhores carnavais do Norte de Minas.
06 - Baependi 
          Com pouco mais de 20 mil habitantes, Baependi fica no Sul de Minas. A economia do município é baseada na agricultura, no comércio, no artesanato, na comercialização de pedras de quartzito e no turismo, já que a beleza natural é o forte da cidade, cercada de montanhas, matas, rios e inúmeras cachoeiras. O artesanato é uma importante atividade econômica em Baependi. As peças feitas em bambu, palha de milho e tronco de cafeeiro são distribuídas em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e capitais da Região Nordeste do Brasil.
As paisagens de Baependi são de tirar o fôlego. (na foto acima de Jerez Costa, a Cachoeira do Caldeirão)Vale a pena curtir as maravilhas de Baependi.
07 - Santana do Riacho
          Com cerca de 5 mil moradores, Santana do Riacho localiza-se a norte da capital do estado, distando desta cerca de 100 km.(foto acima de Arnaldo Quintão) É a porta de entrada para a Serra do Cipó. No município estão várias trilhas, morros e montanhas propícios a escaladas, cânions, cachoeiras e piscinas naturais de águas cristalinas, além de uma grande variedade de espécies animais e principalmente vegetais, sendo que o distrito da Lapinha da Serra. 
08 - Aiuruoca
          Aos pés do Pico do Papagaio, na Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas, está a charmosa e atraente Aiuruoca onde vivem um pouco mais de 6 mil pessoas. Sua altitude é de 989 metros mas seu relevo é acidentado, podendo variar entre 1300 a 2357 metros de altitude.
          O ar místico e misterioso de suas montanhas atraem turistas de todo o Brasil interessados em uma viagem emocionante, para seu interior com contato pleno com natureza exuberante, locais para  meditações, yoga, orações. Ambientes e práticas que proporcionam alívio do corpo e alma. (foto abaixo de Jerez Costa)

 Além disso, você encontra no município:
Cachoeiras - são mais de 85 sendo que cerca de 40 são visitadas constantemente e impressionam por sua beleza.
Esportes de Aventura - rapel, canyoning, escalada, tirolesa, rapel guiado, off-road, mountain bike, mini-rafting, rafting, boia cross.
Roteiros de Passeios - são inúmeros e atendem a todos os públicos.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição - datada de 1726, com antigos altares de madeira.

09 - Diamantina e seus distritos
          Diamantina possui 24 distritos e os mais famosos e procurados por turistas no verão são: Conselheiro Mata, Curralinho, Sopa, Biribiri e Mendanha. Cachoeiras como da Sentinela, Cristais e do Telésforo em Conselheiro Mata são as mais visitadas no verão. (na foto abaixo de César Rocha)
          É uma das mais importantes cidades históricas de Minas Gerais, com pouco mais de 50 mil moradores. É patrimônio Cultural da Humanidade desde 1999 e a  porta de entrada para o Vale do Jequitinhonha, estando a sede a 285 km de distância por rodovia da capital Belo Horizonte, a 1280 metros de altitude, sendo banhada pelo rio Jequitinhonha.
10 - Uruana de Minas
          Uruana de Minas fica no Noroeste do Estado e contava com 3264 habitantes em 2019, segundo o IBGE. Faz divisa com os municípios de Arinos, Unaí, Riachinho e Bonfinópolis de Minas. A cachoeira da Jiboia (na foto acima de Clésio Rodrigues), com 120 metros de queda é uma das maiores atrações da região, fazendo do verão uma estação super especial para seus frequentadores.
11 
- Porteirinha
          Porteirinha é uma bela cidade do Norte de Minas Gerais com cerca de 40 mil habitantes. O município que tem como principal ponto turístico a Cachoeira do Serrado (frequentemente o nome é confundido como erro de português, porém o Serrado é o nome próprio e não uma alusão ao cerrado). (na foto acima de Marcelo Santos) Porteirinha é rodeada de grandes morros, que tornam-se uma atração turística do município. No ponto culminante de Porteirinha encontra-se o Cristo Redentor de Porteirinha, motivo de orgulho para os porteirinhenses.
12 - Botumirim
          Botumirim, uma pacata cidade com cerca de 7 mil habitantes, fica no início da Serra do Cantagalo, na divisa do Norte de Minas com o Vale do Jequitinhonha. Vizinho do Parque Nacional das Sempre Vivas, o município é banhado por vários ribeirões e tem o Rio Itacambiruçu como principal fonte alimentadora de água e que também nutre a recente Usina Hidrelétrica de Irapé, inaugurada no ano de 2006. O Rio do Peixe (na foto acima de Wilson Ferreira Santos) e suas formações rochosas surpreendentes, é um dos principais atrativos de toda a região. O lugar é lindo demais!
13 - 
São João Batista do Glória 
          São João Batista do Glória fica no Sudoeste de Minas é um dos paraísos de Minas. Com cerca de 8 mil habitantes, a cidade é pacata, charmosa, atraente e com forte vocação para o turismo, graças às suas belíssimas paisagens naturais. (na foto acima, de Pedro Beraldo, o famoso lago da Pedreira Lagoa Azul, muito procurado pela sua beleza) Cidade predominantemente rural, onde o leite é o principal produto. O município tem várias cachoeiras, o que torna a cidade conhecida regionalmente por cidade das cachoeiras. Devido ao grande nome da cidade, ela leva o apelido de "Glória". Seu mais famoso ponto turístico é o Paraíso Perdido , um dos mais lindos lugares do Brasil e mais visitado também, que proporciona um verão inesquecível e maravilhoso.
14 - Capitólio
          Capitólio é uma das cidades turísticas de Minas mais procuradas não só no verão, mas no ano todo. Cidade com ótima qualidade de vida, excelentes pousadas e restaurantes sofisticados. São cerca de 10 mil moradores que vivem num verdadeiro paraíso natural, graças a belezas águas de Furnas que mudou completamente o município, inundando suas terras e fazendo surgir paisagens impressionantes, sendo hoje uma das mais procuradas cidades para o turismo no Brasil. (foto acima de Marcelo Santos a Cachoeira da Diquadinha) Barcos, escunas, lanchas fazem parte do cotidiano dos moradores e visitantes. O prazer de estar em Capitólio e curtir suas belezas e gastronomia, não é apenas no verão. O turista é bem vindo em todas as estações do ano. 
15 - São Gonçalo do Rio Preto
          Uma pequena e charmosa cidade do Circuito dos Diamantes, com menos de 4 mil habitantes, São Gonçalo do Rio Preto fica à 56 km de Diamantina e à 350 km de Belo Horizonte. Seu destaque maior é o Parque Estadual do Rio Preto (na foto acima de Marcelo Santos, as Corredeiras do Rio Preto), gerenciado pelo Instituto Estadual de Florestas - IEF.  Outra atração é a Praia do Lapeiro, situada a 1 km do centro da cidade, esta possui estrutura para esportes como futebol de areia, vôlei de praia e peteca, além de bares e um restaurante para atender todos os visitantes. Possui uma festa do divino em agosto, que conta com a participação da marujada local procurada por vários historiadores e turistas.
16 - Morada Nova de Minas e Três Marias

          Cidade turística, charmosa, pequena, com menos de 10 mil moradores, privilegiada pelas águas do Rio São Francisco e Represa de Três Marias. Morada Nova de Minas está na Região Central de Minas a 280 km de Belo Horizonte e Três Marias a 270 km. (na foto acima, Praia de Morada Nova de Minas e abaixo, um das praias de Três Marias. Ambas de autoria de Sérgio Mourão)
          Essas duas cidades vizinhas formam um belíssimo complexo turístico e gastronômico, graças às belezas do Rio São Francisco e dos peixes do rio, que geram pratos deliciosos.  A agricultura, artesanato, culinária e alegria do povo dessas duas cidades já são convites para visitá-las mas o Rio São Francisco e passeios de balsa ou barco pela represa são passeios encantadores e imperdíveis.
          Além disso, praias formadas pelas areias do Velho Chico fazem a alegria dos banhistas e turistas. Vale a pena conhecer o Lago de Três Marias e essas duas cidades em particular. 
17 - Nova Ponte
          Com cerca de 17 mil moradores, Nova Ponte é um município novo e muito pacato, totalmente planejado, quando a antiga cidade foi inundada pelas águas da Represa de Nova Ponte. É um dos municípios de melhor qualidade de vida em Minas Gerais. Nova Ponte também é conhecida pelas belezas naturais com destaque para a "prainha e o Balneário Social, atividades esportivas na represa e no Rio Claro, principalmente a Cachoeira da Fumaça (na foto acima de Eudes Cerrado), muito procurado por praticantes de esportes radicais, bem como por seu carnaval, considerado o melhor da região. 
18- Delfinópolis
          Delfinópolis é umas mais belas cidades mineiras, no Sudoeste do Estado, tendo parte do seu território fazendo parte da Serra da Canastra, distante 400 km de Belo Horizonte. São pouco mais de 8 mil moradores vivendo numa cidade pacata, tranquila, aconchegante e rica em belezas naturais como o Complexo do Claro, várias e paradisíacas cachoeiras como a Cachoeira do Zé Carlinhos, o Vale da Babilônia, trilhas, oferecendo ainda sobrevoo de balão (foto acima de Wallace Mello). Conta ainda com uma ótima estrutura em pousadas, restaurantes, guias de turismo para atender os visitantes. 

A lenda da Zagaia

(Por Maria Mineira) Lenda ou não, a história da Zagaia é muito conhecida aqui na região. Conto a versão do meu bisavô Tininho. Seu pai, José Justino foi tropeiro e grande conhecedor da Serra da Canastra e suas histórias.
          Enquanto na região das minas, as pessoas estavam voltadas para a abundância da extração de ouro e diamantes, a produção de alimentos era escassa, para suprir as suas necessidades. Os tropeiros tiveram grande importância econômica, pois, além de animais, faziam também o comércio de carne, toucinho, farinha, rapaduras e queijos, que eram transportados nos cavalos, ou carros de bois. Em caixotes de madeira, ou em broacas (bolsas de couro).
          Certa vez, um tropeiro e dois filhos empreenderam viagem, levando além das mulas, três carros, puxados por várias juntas de bois, conduzidos por escravos, que também tratavam de fazer o carregamento das cargas nos mesmos. Haviam partido do Desemboque, cidade, à época, com quase três mil habitantes, considerada a mais próspera da região, onde existia um entreposto comercial. O destino dos tropeiros era São João Del Rei, aonde chegariam ao fim de um mês.
          Em certa parte do caminho, na rota dos viajantes, ficava a fazenda da Zagaia. Passados alguns meses os tropeiros não retornaram da empreitada. Então, o filho mais novo reuniu alguns homens, preparou um carregamento e seguiu viagem com o intuito de descobrir o paradeiro do pai e dos irmãos. Durante o trajeto, indagava, e a última notícia que o rapaz tivera, é que eles haviam sido vistos perto da Serra da Canastra, a poucas léguas do Sertão da Farinha Podre, antigo nome de uma área que hoje é a cidade de Sacramento e parte do Triângulo Mineiro.
          Depois de muitas léguas, resolveram pernoitar e o único local para descanso era a fazenda Zagaia. Aquela propriedade solitária funcionava como estalagem para viajantes. Os proprietários deram abrigo a toda a tropa, mas ao serem indagados, não souberam informar nada sobre o tropeiro desaparecido.
         A refeição foi servida por uma jovem escrava, esta encantou o tropeiro com a sua beleza e bons modos e por conta disso, antes de seguir viagem, ele a encontrou a sós na cozinha, a presenteou com um corte de chita e um pedaço de fumo de rolo. Combinou vê-la outra vez, em sua volta. Da janela, a moça espiava com olhar triste, a tropa se afastando e sumindo na estrada do chapadão.
          Semanas depois, os tropeiros retornavam já com o dinheiro da venda dos produtos e foram convidados pelos donos da fazenda a pousar ali. A escrava, ao ver de volta o rapaz pelo qual havia se afeiçoado, chamou-o a um canto dizendo a ele que, à noite se deitasse debaixo da cama indicada pela fazendeira e não sobre a cama. Não queria falar mais nada, rogou-lhe que só fizesse o que lhe pedia.
          Estranhando tal pedido, e vendo-a aos prantos, o rapaz desconfiou que algo muito ruim estivesse por acontecer. Tanto insistiu que ela acabou contando o segredo da Fazenda Zagaia. Aterrorizado, ele soube pela escrava, do trágico destino do pai e irmãos: quando retornaram com o dinheiro, o proprietário da fazenda os convidou a passarem a noite no quarto maior, pelo preço do menor. O velho tropeiro e seus filhos aceitaram de bom grado, ignoravam que, escondida no teto, havia uma zagaia pronta para ser lançada sobre eles e dar-lhes o descanso eterno.
          A Zagaia era uma enorme peça de madeira com grande quantidade de pontas de ferro. Os donos a amarravam logo acima das camas, perto do telhado. A outra ponta da corda ficava no quarto ao lado, onde esperavam. Ao ouvir os hóspedes se mexendo na palha dos colchões, era sinal que já estava na hora... Sem dó nem piedade soltavam a corda e zagaia despencava, cravando suas pontas nos hóspedes.
          Assim foram mortos o velho tropeiro e os filhos. Depois de roubarem todos os pertences e dinheiro, jogaram os três corpos do alto de um penhasco, nos fundos da fazenda.
          Enamorada, a moça não queria o mesmo destino para o seu benfeitor. À noite, o ajudou a se esconder em outro ponto do quarto e aguardaram em silêncio, até que os fazendeiros assassinos acionassem a Zagaia.
          Revoltado, sem pensar duas vezes, o filho do tropeiro quis vingar o pai e os dois irmãos. Antigamente nesses sertões a justiça era feita assim: “Aqui se faz aqui se paga”. Na mesma noite reuniu os camaradas e deu cabo da vida do fazendeiro e de todos os seus comparsas, poupando apenas a escrava, que levou consigo. Assim terminou uma longa série de assassinatos no Chapadão da Canastra.
          Num precipício perto da fazenda foram encontrados os restos mortais do tropeiro e seus dois filhos, juntamente com as ossadas de centenas de viajantes incautos que por ali passaram e foram vítimas dos assassinos da Fazenda da Zagaia.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Conheça André do Mato Dentro

(Por Arnaldo Silva) André do Mato Dentro é um distrito de Santa Bárbara MG a 110 km de Belo Horizonte. (na foto acima, do Barbosa, a Igreja de Santo Antônio)
          A região faz parte da Serra do Gandarela, um santuário ecológico dos mais belos e importantes de Minas Gerais.(Casario do distrito. Foto do Barbosa)
          André do Mato Dentro possui vários atrativos turísticos com áreas de Mata Atlântica com vários lagos e cachoeiras. (foto acima do Barbosa) O distrito é pitoresco, com casas simples e charmosas. A Paróquia de Santo Antônio é o ponto de encontro dos moradores do Vilarejo e local que concentra as festas, principalmente, religiosas.
          As festas de Santo Antônio e São Geraldo, tradicionais do distrito, acontecem em outubro. Entre as festas, acontece sempre a Cavalhada Feminina. 
          A Cavalhada foi criada em 1999 por meninas da comunidade, relembrando a luta entre Mouros e Cristãos da antiguidade. A Cavalhada Feminina já é tradicional na região e a única do gênero na região e é um dos motivos da presença de grande público na festa.
          Os moradores do local vivem da agricultura. O mel de abelhas produzido no local é de alta qualidade. (na foto acima, do Barbosa, a simplicidade e encanto das construções de André do Mato Dentro) Agora que conhece André do Mato Dentro, faça uma visita ao distrito. Serão todos bem vindos! 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Conheça a Vila Colonial de Macacos

(Por Arnaldo Silva) Bem pertinho de Belo Horizonte, uma charmosa e pitoresca vila chama a atenção para os amantes da natureza, ótima gastronomia e história colonial. É a Vila de Macacos, também chamada de São Sebastião das Águas Claras, distrito de Nova Lima, a 30 km de Belo Horizonte. (na foto abaixo, de Andréia Gomes, a Matriz de Macacos)
Origem do nome
          Macacos, era a alcunha dada pelos bandeirantes que exploravam o ouro na região no século XVIII, aos contrabandistas de ouro, que ficavam sobre as árvores observando o movimento na mineração e usavam trilhas pelas matas para contrabandear o metal. Com isso o nome do lugar passou a se popularizar como Macacos, mesmo tendo como nome oficial, São Sebastião das Águas Claras.
          Com a presença constante de bandeirantes, o arraial foi se formando e crescendo. Em 1718 é construída uma pequena capela, dedicada a São Sebastião, hoje uma das relíquias históricas de Minas Gerais. Sua primeira reforma foi em 1801, tendo acontecido ao longo dos séculos novas reformas, sendo a última recentemente. São Sebastião das Águas Claras é uma das poucas localidades da região da Grande Belo Horizonte, que ainda preservam construções do período colonial. 
O fim do Ciclo do Ouro
            A partir de meados do século XIX o ouro já não é mais encontrado como antes, fazendo com que as atividades mineradoras se extinguisse na região, com muita gente indo embora para buscar novas ocupações. Os que ficaram na vila buscaram se diversificar, investindo na agricultura e pequenos comércios de gêneros de primeira necessidade. (foto acima e abaixo de Guido Berkholz)
Atrações arquitetônicas e naturais de Macacos
          Por sua proximidade de Belo Horizonte e suas belezas naturais, Macacos começou a viver nova fase de exploração, agora com o turismo gastronômico, de aventura e ecoturismo tendo como atrações as cachoeiras dos Macacos, Dantês, Ponte, Central e dos Mendes. Com isso, condomínios, bares, restaurantes finos e pousadas foram se instalando na histórica Vila ao longo das últimas décadas, transformando Macacos no centro de turismo na Região Metropolitana de Belo Horizonte.    
Como chegar
De carro: Pela Av. Nossa Senhora do Carmo - BR 040 sentido Rio de Janeiro. Entrar à direita, logo após a placa que indica a Mineração MBR, km 25.
De Ônibus: Ônibus 3915 - São Sebastião das Águas Claras

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O Túnel da Mantiqueira e a Revolução de 1932

(Por Arnaldo Silva) A Garganta do Embaú era parte do “Caminho geral do Sertão”, quando bandeirantes paulistas rumaram para o sertão mineiro, através de uma passagem na divisa de Minas com São Paulo, no século XVI. 
A Garganta do Embaú
          No caminho dessa passagem, existia uma enorme falha geográfica, que lembrava uma garganta. Nessa falha geográfica existiam minas d´água, que escorriam e formavam pequenas bicas d´água, chamada pelos índios, que viviam na região de “Embaú", traduzindo do tupi-guarani para o português significa “bica d´água." Por isso o nome Garganta do Embaú. 
          Com a descoberta do ouro em Minas, esse caminho fez parte da antiga Estrada Real, que escoava o ouro retirado das terras mineiras para o porto de Paraty/RJ.
          A Garganta do Embaú fica em Passa Quatro, no Sul de Minas Gerais, na divisa com Cruzeiro/SP, a1133 metros de altitude, no alto da Serra da Mantiqueira. A região tem grande valor histórico para mineiros e paulistas. (foto acima de Paulo Santos)
O túnel entre Minas e São Paulo
          Em 1882, o Imperador Dom Pedro II, ordenou a construção de um túnel ferroviário, embaixo da Garganta do Embaú, com extensão de 997 metros, exatamente na divisa de Minas com São Paulo. Essa extensão passou a fazer parte do trecho da Ferrovia Minas Rio, que na época ligava Minas ao Rio de Janeiro em 170 km de ferrovia, transportando passageiros e escoando a produção agrícola da região.        
           A parte paulista do túnel começava no km 23 e a parte mineira, no km 24. Um ano depois de iniciada a obra, o túnel foi inaugurado em 5 de março de 1883 e contou com a presença do Imperador, acompanhado pela Família Real e com a presença de figuras importantes de Minas e São Paulo que entendiam ser esta obra de grande importância para o desenvolvimento da região, tanto de Minas, quanto de São Paulo. 
          Esse trecho entrou em operação em 14 de junho de 1884. A inauguração foi registrada em foto, como podem ver, acima, com autoria atribuída a Marc Ferrez.
          A construção desse túnel uniu mineiros e paulistas, pelos benefícios que a obra traria para os dois lados. A ferrovia significava desenvolvimento.
 
Da esperança de desenvolvimento à guerra        
          Já no século XX, neste mesmo lugar, onde mineiros e paulistas estavam unidos e satisfeitos com a obra, ironicamente, foi marcado por uma das mais sangrentas batalhas do século XX, justamente entre mineiros e paulistas. A alegria da inauguração ficou para trás. No túnel ficaram lembranças de lágrimas, dor, sofrimentos e tristeza. (foto acima de Paulo Santos, o túnel hoje, abandonado)
Vargas e a Revolução
          Getúlio Vargas (São Borja/RS, 19/02/1882 - Rio de Janeiro, 24/08/1954) assumiu o poder em 1930, decorrente de um movimento chamado de “Revolução de 1930”, instalando o chamado “governo provisório” que durou 15 anos. Foi um governo ditatorial, com ações implacáveis e sangrentas contra seus adversários. 
          Com ascensão de Vargas ao poder, a elite paulista, principalmente os produtores de café, perdeu os privilégios que tinha quando era presidente, o paulista Washington Luís, derrubado por Getúlio. Tentando reaver seus privilégios e discordando com os rumos que o Governo dava ao país, os paulistas tentaram unir os estados para derrubar Getúlio Vargas. 
          O Governo Federal não ficou parado. Vargas agiu rápido, mobilizando tropas e conquistando apoios dos presidentes dos estados (governadores) e conseguiu neutralizar a tentativa de influência paulista nos estados, preparando-se política e militarmente para por fim a revolta. Mas os paulistas acreditavam que conseguiriam depor Getúlio Vargas, promover novas eleições e aprovar uma nova constituição, através de uma Assembleia Nacional Constituinte, suas principais reivindicações. 
          Acreditando que tinham forças para derrubar Getúlio do poder, a elite paulista mobilizou as massas populares para marcharem rumo a Capital Federal, na época, o Rio de Janeiro. Iniciaram o que passou a se chamar “Revolução Constitucionalista de 1932”. Saíram da Estação de Cruzeiro SP, rumo a Três Corações, no Sul de Minas, para fazerem baldeação até o Rio de Janeiro.
          A viagem dos paulistas foi curta, durou apenas 34 km. As tropas que iriam para o Rio de Janeiro, não passaram de Passa Quatro MG, cidade mineira na divisa com Cruzeiro/SP.
No meio do caminho: Minas Gerais
          Para chegar a este destino, de ocupar a Capital Federal e depor Getúlio, tinham que passar por Minas Gerais. Esse era o problema, Minas Gerais estava no caminho dos paulistas e reagiu a tentativa das tropas paulistas entrarem em Minas Gerais. As tropas mineiras, aliadas à Getúlio Vargas, não permitiram o avanço das tropas paulistas em seu território, minando o objetivo inicial dos revoltosos de chegar ao Rio de Janeiro. 
O Sétimo Batalhão de Caçadores Mineiros
          Coube ao 7º Batalhão de Caçadores Mineiros, sediado em  Bom Despacho MG, Centro-Oeste de Minas, comandado pelo Tenente-Coronel Fulgêncio, impedir o avanço dos paulistas. As tropas mineiras deixaram Bom Despacho de trem, rumo a Passa Quatro, no Sul de Minas, entrando em confronto direto com as tropas paulistas. Mineiros e paulistas entraram em guerra. Era a Revolução de 1932. (na foto acima oficiais e praças do 7ºBCM na Estação de Trem de Bom Despacho MG, antes do embarque para o Sul de Minas/Foto 7ºBPM de Bom Despacho). 
Juscelino Kubitscheck
          Às Tropas Mineiras, se juntou o médico Juscelino Kubitschek, anos depois, prefeito de Belo Horizonte, Governador de Minas e Presidente da República. JK havia ingressado na Força Pública de Minas Gerais em 1931, com a patente de capitão-médico, atuando no Hospital Militar. 
          Casou-se com Sarah Lemos, em 30 de dezembro de 1931 e no dia 9 de julho de 1932, com apenas 6 meses de casado, foi enviado ao front de batalha. JK assumiu o hospital de campanha, instalado em Passa Quatro, se dedicando com afinco à sua tarefa, sem hora para começar ou encerrar os trabalhos no hospital.
          A sede do 7º Batalhão de Caçadores Mineiros continua até os dias de hoje sediado em Bom Despacho MG, hoje com o nome de ,  7º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais. À época, o 7ºBCM tinha uma extensa área de atuação regional, que compreendia o Centro-Oeste Mineiro, Campo das Vertentes, Noroeste de Minas, Triângulo Mineiro e Sul de Minas. (na foto abaixo, militares do BCM se preparando para embarcar para a divisa de Minas com São Paulo, na Estação de Trem de Bom Despacho MG. Foto cedida pelo 7ºBPM de Bom Despacho MG)
          Os homens do 7º BCM foram para o combate com o firme propósito de defender o território mineiro e a unidade do Brasil, já que a maioria dos Estados da Federação estavam aliadas ao Governo Federal. Foram para impedir e encerrar de vez o movimento revoltoso iniciado pelos paulistas. E foram vitoriosos. Os militares mineiros partiram da Estação de Bom Despacho rumo ao Sul de Minas. (na imagem abaixo, momento da partida dos militares rumo ao Sul de Minas, na Estação de Bom Despacho MG, antes, os militares rezam e são abençoados pelo vigário da cidade. Foto cedida pelo 7º Batalhão da Polícia Militar, de Bom Despacho).
A batalha entre mineiros e paulistas
          As tropas do 7º BCM, ao chegarem ao Sul de Minas, foram logo se preparando para o confronto, se instalando em pontos estratégicos nas cidades mineiras na divisa com São Paulo. Sob o comando do Tenente-Coronel Fulgêncio, os militares mineiros montaram barricadas e ações estratégicas de guerra, fechando o cerco ao paulistas.  
87 dias de guerra
          A guerra foi travada entre julho e outubro de 1932, sendo o Túnel da Mantiqueira, entre os vários campos da batalha nas divisas dos dois estados, palco das mais duras ações de guerra.
          Com o avanço dos mineiros, impondo derrotas e muitas baixas aos paulistas, e temendo ficarem encurralados, recuaram e por fim, se renderam, encerrando o conflito.
          Foram 87 dias de intensos combates, com um saldo oficial de milhares de feridos e 934 mortos de ambos os lados. Informações extraoficiais dizem que esse número de mortos e feridos foi bem maior, principalmente do lado derrotado, o dos paulistas. 
          Um desses mortos, foi o comandante das tropas mineiras, o Tenente-Coronel Fulgêncio. Como todos os outros militares que foram para o combate, deixou sua cidade, se despediu da família, dos amigos e foi cumprir sua missão e como tantos outros, não voltou para casa.(a foto acima, cedida pelo 7ºBPM, mostra a missa de corpo presente em Passa Quatro, do Tenente-Coronel Fulgêncio).
          Na imagem acima, cedida pelo 7º BPM, momento que o caixão do militar é levado para sepultamento e abaixo, o seu sepultamento, em Passa Quatro MG.
Quem ganhou, quem perdeu?
          Numa guerra não existe vencedores e nem perdedores. Existe dor, perdas, mortes, tristeza, traumas. Todos perdem. Não há o que se comemorar. Guerra é uma mancha vergonhosa no coração de um povo. 
          Ficaram as lições desse episódio triste da nossa história para as gerações e as marcas de uma guerra de brasileiros contra brasileiros, de mineiros contra paulistas, presentes nesse local. Por isso o Túnel do Embaú, é de grande importância para a história, mineira, paulista e brasileira, do século XIX e XX. 
          Apesar de derrotados, os paulistas foram atendidos posteriormente em algumas de suas reivindicações como a convocação de uma Assembleia Constituinte, com a finalidade de criar uma nova constituição, que foi promulgada em 1934. 
          A ditadura Vargas se manteve por 15 anos no poder, de 1930 até 1945. Getúlio Vargas retornou ao poder em 1950, desta vez por volto popular, ficando no cargo até agosto de 1954, quando se suicidou. 
9 de julho e o Sétimo Batalhão
          Dia 9 de julho marca para os paulistas o início da "Revolução Constitucionalista de 1932", inclusive a data é comemorada pelos paulistas. Por ironia do destino, 9 de julho marca a fundação do 7º Batalhão de Caçadores Mineiros.
          A data do aniversário do Batalhão e não da Revolução de 1932, é lembrada todos os anos em Bom Despacho MG pela importância do 7º BCM, hoje 7ºBPM, para a história de Minas Gerais, pelos homens que contribuíram para nossa história e deram suas vidas em defesa do território de Minas Gerais, honrando seus compromissos com a sociedade. 
Homenagens ao Coronel Fulgêncio
          Em Passa Quatro, onde o Tenente-Coronel Fulgêncio tombou em combate, a Estação de Trem que ficava na divisa com Cruzeiro SP, teve o nome mudado logo após o fim do conflito, para Tenente-Coronel Fulgêncio. Foram os próprios militares, em honra ao seu comandante, que alteram, com permissão das autoridades da época. Como podem ver na imagem ao lado, cedida pelo 7ºBPM.
          Em Bom Despacho, o Tenente-Coronel Fulgêncio e os combatentes que deixaram a cidade rumo ao Sul de Minas e morreram em confronto, nunca foram esquecidos e são sempre lembrados, um por um, nome por nome. 
          No quartel, um museu com fotos, cartas e objetos da época da Revolução de 1932, conta a história do conflito e é aberto a visitação pública.          
          Em 26 de setembro de 1985 foi criada a Medalha do Mérito Coronel Fulgêncio de Souza Santos, pelo decreto nº 24.973, destinado a agraciar, em diferentes graus, integrantes da Polícia Militar que participaram do movimento revolucionário de 1932, no Túnel da Mantiqueira, instituições e personalidades civis que tenham prestado relevantes serviços à União dos Militares de Minas Gerais. Essa medalha é uma das principais honrarias mineiras. (na imagem abaixo, cedida pelo 7ºBPM, carta manuscrita descrevendo a morte do Tenente-Coronel Fulgêncio). 
O fim do ramal ferroviário
         As atividades ferroviárias do túnel foram encerradas em 1991, com o fechamento do ramal de Cruzeiro/SP a Três Corações/MG e o túnel foi esquecido, mas sua história e marcas, não. 
          Hoje, o Túnel da Mantiqueira é ponto turístico para os visitantes que fazem o passeio no Trem da Mantiqueira, que faz o trajeto entre a Estação de Passa Quatro, até a Estação Coronel Fulgêncio, na divisa com Cruzeiro/SP. (Coronel Fulgêncio é este da foto que está na galeria dos ex-comandantes do 7º Batalhão da Polícia Militar, em Bom Despacho MG. Foi o primeiro comandante do Batalhão, instalado em 9 de julho de 1931. Foto cedida pelo 7ºBPM). 
O tombamento do Túnel da Mantiqueira           
          Por sua importância histórica para Minas Gerais, em 30 de maio de 2017, o Conselho Estadual do Patrimônio Cultural de Minas Gerais (CONEP) aprovou por unanimidade o tombamento do Túnel da Mantiqueira como Patrimônio Histórico de Minas Gerais. 
(Agradecemos à Tenente Lorena, da Seção de Comunicação Organizacional do 7º BPM, pela gentileza em ceder as fotos que fazem parte do Museu do Batalhão que ilustram a matéria)       

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