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quinta-feira, 5 de maio de 2022

As cidades da região da Serra da Canastra

(Por Arnaldo Silva) O Parque Nacional da Serra da Canastra é uma área formada por 200 mil hectares, localizada no Sudoeste de Minas Gerais. Foi criado em 1972 para preservar as nascentes do Rio São Francisco. 
          No entorno da área da Canastra estão 8 municípios: Capitólio, Vargem Bonita, São João Batista do Glória, Piumhi, Delfinópolis, Sacramento, Tapira e São Roque de Minas, considerada a “capital” da Serra da Canastra. (foto acima e abaixo do guia Pedro Beraldo/@ecotrilhasdacanastra)
          Essas cidades em torno da área do Parque da Canastra formam uma região geográfica e turística. É diferente da região queijeira Canastra, formada pelas cidades de Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí, Delfinópolis, Bambuí, Piumhi e São Roque de Minas. Cidades que produzem queijos Canastra com as mesmas características. São duas regiões diferentes.
          O acesso à parte alta da Serra da Canastra, onde está a nascente do Rio São Francisco é por São Roque de Minas e também pela portaria Norte, em Tapira MG. Para conhecer a parte baixa, onde está a Cachoeira da Cascadanta, o acesso é pela estrada de Vargem Bonita. O acesso ao parque pode ser feito ainda por São João Batista do Glória e Sacramento. (na foto acima de John Brandão/@fotografoaventureiro, a Serra da Canastra e abaixo, a Cachoeira da Cascadanta)
          Como as cidades que formam a região são turísticas, um tour pelas cachoeiras, paraísos naturais, lagos, cascatas, montanhas e cânions, é uma ótima opção de passeio e diversão para os amantes da natureza e de esportes radicais. Sem contar os apreciadores da autêntica cozinha mineira e do queijo Canastra, feitos artesanalmente na região como há mais de 200 anos. (na foto abaixo queijos Canastra legítimo, da queijaria Queijo Dinho/Divulgação, de Piumhi MG)
          Vamos conhecer as oito cidades da região da Serra da Canastra e seus principais atrativos turísticos:
São Roque de Minas
          São Roque de Minas está a 320 km de Belo Horizonte, no Oeste de Minas e conta com pouco mais de 7 mil habitantes. Município de terras férteis, água de qualidade e abundante, é considerada a porta de entrada para a Serra da Canastra.
          São Roque de Minas é uma pequena e atraente cidade tipicamente mineira. Tranquila, pacata, tradicional, com ótima estrutura para receber turistas, conta com uma ótima rede gastronômica e hoteleira em sua área urbana e principalmente rural, com várias pousadas e queijarias pela zona rural do município. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade a Matriz de São Roque de Minas e abaixo, de Luís Leite, o Curral de Pedras, feito por escravos)
          Conta ainda com guias especializados, que acompanham os turistas pelos pontos arquitetônicos da cidade e seus povoados, como São José do Barreiro, bem como às fazendas e em todo o Parque da Serra da Canastra.
          Para conhecer a Nascente do Rio São Francisco, o acesso é por São Roque de Minas.
Vargem Bonita
          Vargem Bonita é a primeira cidade mineira banhada pelo Rio São Francisco. A cidade conta com pouco mais de 2 mil habitantes e está a 322 km de Belo Horizonte no Oeste de Minas.
          Cidade típica mineira, seu povo é bem simples, religioso, acolhedor e hospitaleiro. (fotografia acima de Nacip Gômez)
          Por ser passagem obrigatória para a parte baixa da Serra da Canastra e Cachoeira da Cascadanta, a cidade é uma das mais visitadas na região.
          Sua gastronomia é riquíssima, com destaque para os pratos típicos da Canastra e do queijo, encontrados na cidade e nas queijarias do município.
Piumhi
          “Pium” significa mosquito e o sufixo “i”, pequeno, formam a palavra tupi “Piumhi”. O “eme”, na língua portuguesa é usado antes do “p e b”, mas nesse caso é uma exceção à regra, por ser a junção de duas palavras em sua forma original. Para evitar ortografias diversas como Piunhi, Piunhy ou Piumhy, e preservar a história do nome original, foi oficializado através de lei a escrita dessa forma, Piumhi, aprovado na Assembleia Legislativa de Minas de Gerais.
          Quem nasce em Piumhi é piumhiense. Seu povo tem fama de acolhedor, hospitaleiro, além de receberem os visitantes de forma acalorada e carinhosa. Inclusive, a cidade é conhecida como a “cidade carinho”. (na foto acima de Nilza Leonel, vista parcial de Piumhi e abaixo de Nacip Gômez)
          Piumhi conta pouco mais de 35 mil habitantes e está a 265 km distante de Belo Horizonte, no Oeste de Minas, a 16 km de Capitólio, a 25 km de Pimenta e 60 km de São Roque de Minas. O acesso a Piumhi é pela MG-50.
          Piumhi oferece uma boa qualidade de vida a seus moradores, estando entre os 50 melhores municípios mineiras nesse quesito.
          Cidade plana, ruas largas, arborizadas, praças bem cuidadas e charmosas, como a Praça da Matriz, a Praça Guia Lopes e a Praça do Rosário. Conta ainda com um mirante, conhecido como Mirante da Cruz do Monte, com vista panorâmica de toda a cidade, além de belíssimas construções ecléticas, fazendas produtoras de café e de queijo Canastra, belíssimas serras como as serras da Pimenta, do Andaime e do Cromo e cachoeiras paradisíacas como cachoeiras como a Cachoeira da Belinha.
Delfinópolis
          Distante 430 km de Belo Horizonte, no Sudoeste Mineiro, Delfinópolis conta com pouco mais de 7 mil habitantes. Cidade tranquila, com boa estrutura urbana, com economia agrícola sólida, com destaque para a produção de milho, café, cana-de-açúcar, banana, arroz, feijão, soja, pecuária de leite e corte, além da suinocultura.
          Por estar na região da Serra da Canastra e suas belezas naturais, o município é um dos principais pontos de turismo ecológico de Minas Gerais com destaque para o Vão da Babilônia, o Vale da Gurita, o conjunto de cachoeiras formadas pelo Complexo do Claro, além de rotas, trilhas, paisagens, nascentes, matas nativas e montanhas espetaculares. (fotografia acima de Nacip Gômez a Praça da Matriz da cidade e abaixo, os verdes campos do Vale da Gurita)
          Por suas nascentes, picos, matas, paisagens naturais, fauna e flora riquíssima, além de 150 cachoeiras, Delfinópolis é conhecida por “Paraíso Ecológico”.
          Faz parte do Circuito Turístico Nascente das Gerais e conta com um ótimas pousadas e restaurantes, além de um grande número de guias de turismo, equipados e preparados para acompanhar os visitantes, levando-os a uma aventura pelas trilhas e belezas da Serra da Canastra.
São João Batista do Glória
          A 320 km de Belo Horizonte e a 62 km de Capitólio e com pouco mais de 7.500 habitantes, São João Batista do Glória, no Sudoeste de Minas, é uma das referências em qualidade de vida em Minas Gerais.
          Chamada por seus moradores simplesmente de “Glória”, o município conta com uma ampla e sofisticada rede hoteleira, guia de turismo e verdadeiros paraísos naturais como o Paraíso Perdido, trilhas. (na foto acima de Amauri Lima, a Matriz de São João Batista do Glória e na foto abaixo do Luís Leite, a Cachoeira da Maria Augusta))
          Além disso, conta com cerca 130 cachoeiras, com destaque para a Cachoeira da Maria Augusta, piscinas naturais, riachos, lagoas, vales como o Vale da Babilônia, montanhas e serras impressionantes, dentre outras tantas belezas naturais.
          Glória é o lugar ideal para descanso e convívio com a natureza, seja em grupos, família, em casal ou mesmo, individual. Todas essas belezas podem ser aproveitadas com acompanhamento de guias especializados, encontrados na cidade, que conta ainda com um grande número de pousadas, hotéis e restaurantes com ótimas estruturas, tanto em sua área urbana, quanto na área rural.
Sacramento
          Localizada no Triângulo Mineiro, distante 480 km de Belo Horizonte, Sacramento é uma das portas de entrada para O Parque Nacional da Serra da Canastra.
          Com cerca de 27 mil habitantes, o município é um dos grandes produtores de café em Minas Gerais, além de se destacar na produção do queijo Canastra. (na foto acima de Arnaldo Silva, vista parcial de Sacramento e abaixo, de Luís Leite, Desemboque)
          Seu principal distrito, Desemboque, foi um dos berços da formação do Triângulo Mineiro e ocupação do Estado de Goiás, no século XVIII, durante a busca de ouro na região do Sertão da Farinha Podre, como era chamado naquela época.
          No auge da exploração do ouro na região, Desemboque tinha milhares de moradores e um comércio ativo, ao contrário de hoje, com poucos moradores, que se conta no dedo. Dos seus áureas tempos, restou a história, seus casarões coloniais, a Igreja de Nossa Senhora do Desterro e do Rosário. É hoje um dos atrativos históricos de Sacramento e região.
          Além disso, a cidade é bem estruturada, conta com belíssimas construções coloniais e ecléticas do século XX e atrativos naturais como o Rio Grande, cachoeiras paradisíacas, o lago da Hidrelétrica de Jaguará e a Gruta dos Palhares, a maior caverna de arenito das Américas, localizada a 12 km da cidade, num local bem estruturado e organizado, além aprazível, com restaurante e lanchonete, fontes, quiosques e quadras de esportes.
Tapira
          O município de Tapira está a 400 km de Belo Horizonte e faz limites territoriais com Ibiá, Araxá, Sacramento e São Roque de Minas e conta com 5.745 habitantes, segundo Censo do IBGE em 2022.
          A cidade faz parte do Circuito Turístico da Serra da Canastra. Além de ser uma das portas de entrada para o Parque Nacional da Serra da Canastra, Tapira conta com belas paisagens naturais como as cachoeiras dos Bandeirantes, dos Perobas e do Carlos. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade) 
          Além disso, Tapira é uma típica e aconchegante cidade mineira o interior com um povo muito acolhedor, hospitaleiro e gentil, além dos encontros de famílias e amigos em torno de um banco de praça ou fogão a lenha para uma boa prosa. Preservam ainda a tradição os carros de bois, com desfiles, as tradições religiosas folclóricas e culinária mineira.
Capitólio
          Com pouco mais de 8.600 habitantes, distante 276 km de Belo Horizonte e a 80 km da entrada do Parque da Canastra, Capitólio é um dos maiores pontos turísticos de Minas Gerais e desejo de imensa maioria de amantes da natureza e de aventuras. O acesso principal ao município se dá pela MG-050.
          Uma das 34 cidades banhadas pelo imenso Lago de Furnas que conta com 1.440 km² ao todo. Em linha reta, é o equivalente à metade do litoral brasileiro. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, vista parcial de Capitólio)
          Boa parte da extensão territorial de Capitólio é ocupada pelas águas do Lago de Furnas. Por isso a cidade é conhecida “rainha dos lagos” e suas belezas naturais, rodeadas pelas águas cristalinas e esmeraldas de Furnas, faz de Capitólio um dos mais belos e atraentes municípios brasileiros. Um verdadeiro cenário de cinema.
          Cidade pequena, mas muito bem estruturada para o turismo, conta com excelentes pousadas, restaurantes e quiosques com comidas típicas, principalmente pratos feitos com peixes de água doce.
          A cidade possui ainda uma ótima estrutura urbana, com destaque para Matriz da cidade, a praia artificial, formada por um calçadão, quadras, palco para shows, bares, além do nobre balneário Escarpas do Lago.
          O Lago de Furnas, a Cachoeira da Lagoa Azul, o Rio Turvo, a Trilha do Sol, a Gruta do Tucano, o Morro do Chapéu a 1.293 metros de altitude, o Parque Ecológico Cascata, o Recanto dos Vikings e o Paraíso Achado e seus imensos cânions, são os maiores atrativos do município. Boa parte desses lugares, podem ser apreciados com passeios de lanchas, escunas ou chalanas. Em outros, em veículos 4x4, disponíveis pelos guias de turismo encontrados com facilidade no município. (na foto acima do Guia @percio_passeioscapitolio, a Cachoeira do Beija Flor e abaixo de Pedro Beraldo, a nascente do Rio São Francisco em São Roque de Minas)
          As cidades da Região da Serra da Canastra, proporcionam passeios incríveis, emocionantes e inesquecíveis!

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Turismo de aventura na Serra da Canastra

(Por Arnaldo Silva) A Serra da Canastra está localizada entre as regiões oeste e sudoeste de Minas Gerais. O nome passou a ser usado com a chegada de bandeirantes à região, no final do século XVII.
 
          A inspiração para o nome vem do enorme maciço rochoso na serra que lembrava uma canastra. Canastra entre os portugueses era uma espécie de mala de viagem, um baú. Era hábito dos bandeirantes demarcarem pontos de referências para facilitar a localização dos lugares passavam, por isso, davam nomes a serras, picos, rios e montes. (fotografia acima de Rômulo Nery)  
          A serra que forma o maciço rochoso, chamada de Canastra deu nome a uma região geográfica, uma região queijeira e ao Parque Nacional, todos com o nome de Serra da Canastra.
          O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 3 de abril de 1972, através do decreto 70.355. O objetivo da criação do parque foi o de proteger as nascentes do Rio São Francisco, uma das mais importantes reservas ambientais do Brasil. (na foto acima de Conceição Luz, o marco da nascente principal do Rio São Francisco)

A área do parque
          Possui uma área de 200 mil km², com altitudes em seus pontos mais altos chegando a 1500 metros, acima do nível do mar. A área do parque está entre os municípios de São Roque de Minas, Vargem Bonita, Piumhi, Delfinópolis, São João Batista do Glória, Capitólio e Sacramento. Essas sete cidades que formam a região geográfica Serra da Canastra, tendo o Cerrado como bioma principal e ainda, áreas de transição da Mata Atlântica. (fotografia acima de Arnaldo Silva)
Vegetação, fauna e flora
          Na Serra da Canastra predomina uma densa vegetação rasteira, com campos rupestres nativos de lírios, margaridas silvestres (na foto acima de Arnaldo Silva), sempre-vivas, dentre outras espécies e uma rica fauna com destaque para onças, jaguatiricas, lobo-guará, tamanduá-bandeira, veado-campeiro e várias espécies de aves silvestres  como o Urubu-rei, na foto abaixo fotografado pelo Rogério Salgdo.


          Além das matas e campos floridos, encontra-se na área do parque, sítios arqueológicos, pinturas rupestres e construções do tempo da escravidão, como o curral de pedras.
Turismo ecológico
          Lugar de impressionante beleza e impactantes cachoeiras, que formam paradisíacos poços de águas cristalinas.
          São cerca de 30 cachoeiras catalogadas, sendo que algumas, como a Cachoeira da Cascadanta, com seus 186 metros de queda livre, e até seu moço, todo rodeado por enormes e escorregadias pedras (na foto acima de Nacip Gômez). Cachoeiras assim na Serra da Canastra são apenas para contemplação, por questão de segurança.
          Em outras cachoeiras, o acesso é liberado, inclusive para banhos como a Cachoeira da Chinela, com 30 metros de queda (na foto acima de Luís Leite), a Cachoeira da Parida, Nascentes das Gerais, do Jota, a Cachoeira do Cerradão, com 200 metros de altura e três quedas. Tem ainda as cachoeiras Rolinhos, do Zé Carlinhos, do Capão Forro, do Fundão, o Poço das Orquídeas, dentre outras.
          Algumas cachoeiras da Serra da Canastra estão em área particulares e o acesso é pago.
Estrutura e aventuras
          Pela dimensão do Parque Nacional da Serra da Canastra, o mais adequado é o uso bicicletas, veículos de 4x4 e motos devidamente emplacados, de preferência, acompanhado por guias, que são encontrados com facilidade nas cidades da região da Canastra. (fotografia acima de Nacip Gômez)
          Para conhecer melhor a área da Canastra, o ideal é no mínimo 3 dias. As cidades da região são bem estruturadas, oferecendo bons serviços aos turistas, principalmente em termos de hotéis, pousadas e restaurantes de comidas típicas.
          Além disso, o turista encontra artesanato nas cidades e seus distritos e claro, o legítimo queijo Canastra com a oportunidade de conhecer algumas queijarias, abertas para visitação. Uma dessas queijarias é a Queijaria da Cristina (na foto acima do Nacip Gômez), em Vargem Bonita, na estrada para a Cachoeira da Cascadanta.
Acesso ao parque
          Respeitar as regras do parque e o respeito à fauna e flora é mais que obrigação, é dever de gente civilizada. Não se deve tirar nada, além de fotos e preservar os campos e matas, evitando o uso de isqueiros e jogar bitucas de cigarros, para não causar incêndios.
          O acesso à parte alta do Parque Nacional da Serra da Canastra se dá pela portaria de São Roque de Minas. Para a Cachoeira da Cascadanta a portaria de acesso é pela parte baixa, em Vargem Bonita. Por Sacramento, no Triângulo Mineiro, tem outra portaria de acesso ao parque. (fotografia acima de Arnaldo Silva)
Turismo de aventura
          Canastra é um dos principais destinos para o turismo de aventuras e amantes da natureza, já que em algumas cidades da região da Canastra, o visitante pode praticar várias atividades como o rapel, boiacross, paraglider, canionismo, motocross, além de fazer passeios de bikes, quadriciclos, 4x4 e até de balão. (foto acima de Wallace Melo em Delfinópolis e abaixo de Nacip Gômez em São José do Barreiro)
           Um passeio de pelo menos 3 dias na Serra da Canastra é revigorante para o corpo e espírito. Vale a pena.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

O Caminho de Saint-Hilaire na Serra do Espinhaço

(Por Arnaldo Silva) O caminho percorrido por Saint-Hilaire, quando esteve na Região do Espinhaço e Vale do Jequitinhonha, no século XIX, se transformou num roteiro turístico de 170 km de trilhas, pela Serra do Espinhaço.
          Com a sigla CASHI (Caminho de Saint-Hilaire), o roteiro tem início em Conceição do Mato Dentro, cidade distante 170 km de Belo Horizonte, terminando na cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, Diamantina, a 292 km da Capital. (na foto acima do Nacip Gômez, a Cachoeira do Tabuleiro em Conceição do Mato Dentro, com 273 metros de queda livre. A maior de Minas)   
          Idealizado pelo turismólogo Luciano Amador Santos Júnior, presidente do Instituto Auguste de Saint-Hilaire, o Cashi tem como objetivo estimular o turismo ecológico e saudável.
          Além disso, o percurso percorrido pelo naturalista francês há mais de 200 anos, permite uma viagem pelos sabores, saberes e fazeres das cidades e vilarejos, ao longo de todo o percurso do Caminho de Saint-Hilaire. (na foto acima de Nacip Gômez, vista parcial da cidade de Conceição do Mato Dentro)
Uma rota turística
          O Cashi é uma nova rota turística mineira, pela Cordilheira do Espinhaço. Cordilheira é um conjunto de montanhas relacionada geologicamente, no caso, a Serra do Espinhaço é uma extensão relacionada de cerca de 1 mil km, com largura entre 50 e 100 km.
          A Cordilheira do Espinhaço inicia na região do Caraça em Catas Altas, seguindo de forma contínua até a divisa de Minas, com o Sul da Bahia. (na foto acima de Elvira Nascimento, Diamantina e ao fundo, o maciço rochoso do Espinhaço)
          Todos os 170 km do percurso são feitos a pé. Há estudos para estruturar a trilha, com sinalização e demais adequações, para que o trajeto seja feito também por praticantes de cicloturismo e ecoturismo.

Duração do percurso
          Os 170 km do Cashi são percorridos entre 10 a 11 dias pelos caminhantes. Os grupos são pequenos, formado por 10 a 15 pessoas, acompanhadas por guias.
          Durante o trajeto, acontecem paradas para conhecer as cidades e vilarejos, bem como as cachoeiras, mirantes e paisagens pelo caminho. À noite, o grupo para em pousadas para descansar e seguir caminho, no dia seguinte. (na fotografia acima de Tom Alves/@tomalvesfotografia, parte da Serra do Espinhaço)
          Os 170 km do Cashi, percorre as deslumbrantes paisagens da Serra do Espinhaço, que encantaram Saint-Hilaire como as belezas naturais, a riqueza da fauna e flora.
          O caminhante terá ainda a oportunidade de conhecer a sabedoria do povo, preservada por gerações, como a medicina popular através das ervas e raízes, bem como o benzimento para todo tipo de males do corpo e espírito, praticado por benzedeiras e benzedeiros.
Cidades e vilarejos do Cashi
          Em todo o percurso, os caminhantes passarão por vilas, povoados e distritos charmosos e bem pitorescos, além de cidades formadas durante o Ciclo do Ouro.
          Saindo de Conceição do Mato Dentro, os caminhantes seguem rumo aos Córregos e Tapera, seguindo para Itapanhoacanga (na foto acima da Luciana Silva), distrito de Alvorada de Minas, passando por Mato Grosso, distrito do Serro, indo em seguida, para Condado, continuando até Três Barras da Estrada Real, Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras, distritos do Serro. Segue até Vau, já no município de Diamantina, continuando até Capão Maravilha e Curralinho, também em Diamantina, até encerrar o trajeto, na terra de JK e Chica da Silva.
Um caminho pelos sabores e tradições de Minas
          Percorrer todo o caminho feito por Saint-Hilaire é uma aventura de puro êxtase, além de propiciar aos caminhantes conhecer, desfrutar e sentir as belezas naturais de Minas Gerais, bem como sua cultura, artesanato, arquitetura e o estilo de vida simples do povo das alterosas.
          Além disso, pode-se experimentar e saborear as delícias da culinária mineira, também relatadas por Saint-Hilaire em suas andanças pela região, como o Queijo do Serro, além dos tradicionais vinhos finos que saem das várias vinícolas de Diamantina, tradição na cidade desde o século XVIII. (na foto acima de Elvira Nascimento, chegada a Milho Verde, distrito do Serro MG)
          Sem contar os pratos típicos da culinária mineira, como doces, pão de queijo, licores, biscoitos, além da intensa vida cultural da região como a Bolerata do Serro e a Vesperata de Diamantina, as festas folclóricas como a Festa do Divino, do Rosário e as Folias de Reis, bem como a diversidade e riqueza impressionante do artesanato do Vale do Jequitinhonha. (na foto acima do Nacip Gômez, São Gonçalo do Rio das Pedras, distrito do Serro)
Mais informações
          Para saber mais sobre o Caminho de Saint Hilaire, datas de roteiros, custo, hospedagem, alimentação, o que levar, quando ir, etc., entre em contato com a organização através do site ww.caminhosainthilaire.com.br (na foto acima de Giselle Oliveira, artesanato com flores de Sempre-vivas em Diamantina)
Quem foi Saint-Hilaire
          Augustin François César Prouvençal de Saint Hilaire (Orleans, 4 de outubro 1779 – Orleans, 3 de setembro de 1853), foi um naturalista, botânico e viajante francês que esteve no Brasil, entre 1816 e 1822.
          Veio junto com vários outros cientistas, com o objetivo de fazer expedições pelo território brasileiro, quando da mudança do Reino Português para o Brasil. Entre os cientistas que aqui chegaram, no século XIX, Saint-Hilaire foi o mais empenhado em suas expedições e o que mais se destacou nas pesquisas sobre a fauna e flora brasileira.
          Nos seis anos em que esteve no Brasil, Saint Hilaire percorreu 16 mil quilômetros a cavalo e até mesmo, a pé.
        Saint-Hilaire percorreu várias cidades brasileiras da Bahia, Goiás, Rio de Janeiro e principalmente Minas Gerais, que recebeu atenção especial do cientista devido sua fauna e flora diversificada.
          O naturalista francês esteve no Santuário do Caraça em Catas Altas, Serra do Cipó, Serra da Canastra, Serra da Mantiqueira e Serra do Espinhaço, visitando cidades próximas, bem como várias outras cidades mineiras como Diamantina, Conceição do Mato Dentro, Formiga, Paracatu, Araxá, Uberaba, Baependi, Sabará, Passa Quatro, dentre outras tantas.
          Como resultado de suas expedições, foram mais de 30 mil amostras colhidas, nos seis anos de estudos, além de 24 mil espécies de plantas e 6 mil espécies de animais identificados, sendo 2 mil aves, além de 16 mil insetos e 135 mamíferos estudados.
          Saint-Hilaire deixou um vasto legado de estudos e pesquisas, bem como suas impressões sobre o estilo de vida e costumes do povo brasileiro. Estudos e impressões de grande importância, até os dias de hoje.

domingo, 24 de outubro de 2021

Passeando pela cozinha das cidades mineiras

(Por Arnaldo Silva) Mineiro é bairrista por natureza. Ama e valoriza sua cultura, história e principalmente, sua culinária, em todas as cidades de Minas. Vamos fazer um passeio pelas cozinhas mineiras:
          O mineiro pode estar no mais requintado e luxuoso restaurante, em qualquer lugar do mundo, vai procurar saber se tem comida mineira. A comida mineira faz falta ao mineiro. (fotos acima de Carlos Oliveira Stam, do projeto @igarapebemtemperado)
          Defende com garfos, facas, colheres, panelas, tachos e até com a lenha do fogão, a sua cozinha e a riqueza da culinária mineira, que aguça os mais finos paladares do mundo, há mais de 300 anos.
          Quer logo saber se o Feijão Tropeiro é igual ao do Mineirão. Mas se quer comer um tropeiro de verdade e original, tem que ser o de Morro do Pilar.
          Se o Tutu de Feijão é de Paracatu, o Frango com Ora-pro-nobis de Sabará, o Doce de Leite de Viçosa.
          Se vai experimentar Truta, tem que ser de Marmelópolis.
          Quando vai comprar queijo, quer logo saber se é da Canastra, de Alagoa, de Araxá, da Serra do Salitre, do Serro ou de Itapanhoacanga.
          Queijo do Reino, tem que ser o de Santos Dumont.
          Se for tomar vinho, quer logo saber se é de Três Pontas, Andradas, Caldas ou de Diamantina. Se for vinho de jabuticaba de Sabará e de Catas Altas, melhor ainda.
          Se o vinho for o tricentenário Vinho de Rosas do Mosteiro de Macaúbas, em Santa Luzia, nem se fala.
          Se falar em cachaça e não falar de Salinas, é um sacrilégio e se for direto do alambique, melhor ainda, como mostra a foto do Chico do Vale.
          Bar e boteco bom, para tira gosto de verdade, se não for em Belo Horizonte, é em Diamantina.
          O licor, tem que ser o de Itaipé. A cerveja, tem que ser artesanal, puro malte e de Nova Lima.
          Mineiro adora combinar. Se compra queijo, compra também o doce de leite Viçosa e a Goiabada Cascão de São Bartolomeu. Está vendo acima essa foto da Giselle Oliveira? Que combinação perfeita! 
          A rapadura tem que ser de Itaguara.
          O requeijão não tem como não ser o de Poços de Caldas e muito menos o Catupiry, que tem que ser de Lambari.
          Se quer comer churrasco, não pensa em outro senão o churrasco do Triângulo Mineiro, de todas as cidades da região. Sem contar o arroz com jurubeba e a galinhada com açafrão da terra e gariroba. 
          O Pão de Queijo? Tem que ser os que saem dos fornos de Paracatu, sem dúvidas alguma.
          Já os biscoitos, se não for de São Tiago,  de Caldas ou o de Areado, você não sabe o que é biscoito.
          O Rocambole, só se for o de Lagoa Dourada.
          O peixe tem que ser de Formiga e Lagoa da Prata.
Se for comer moqueca, não tem dúvidas, tem que ser a de Três Marias.
          Com certeza, bom mesmo, são os pescados e frutos do Cerrado do Noroeste e Norte de Minas, principalmente os das cidades ribeirinhas ao Rio São Francisco. Ai é bom demais!
          A farinha de mandioca, tem que ser de Montes Claros.
          O fubá de canjica, de moinho e a farinha de milho, bom mesmo, é o de Bom Despacho.
          A Carne de Sol, se não for de Mirabela, não é Carne de Sol.
          Se vai comer pastel, tem que ser de angu de Itabirito ou o pastel de fubá de Machado e melhor ainda, o pastel com marmelada e queijo de Delfim Moreira, ai acima na foto do Mateus Ribeiro.
          O café, mineiro não dispensa nunca. Se for de Alto Caparaó, Caparaó ou de Espera Feliz, melhor ainda.
          Da Carne na Lata, mineiro não abre mão. Tem que ser de São João Batista do Glória ou de Piacaba.
          Se quer provar pé-de-Moleque, tem que ser o de Piranguinho, o morango do Sul de Minas e a mexerica, de Belo Vale.
          A melhor pamonha, seja doce ou salgada, é a de Patos de Minas. O mundo inteiro sabe disso.
          Bolo de Fubá bom mesmo é o assado na brasa e tem que ser o feito em Congonhas do Campo. Mas o João-deitado de primeira, esse bolo ai acima, fotografado pela Luci Silva. Ele é enrolado na folha de bananeira e assado no forno de barro. O Desterro de Entre Rios, é imperdível.
          Se o mineiro quer comer aqueles pratos dos mais saborosos com carne de porco, como por exemplo, o lombo com tutu, não resiste e vai para Tiradentes ou Congonhas do Campo.
          Para adoçar a vida, o mel tem que ser de Itamarandiba.
          Já o pequi tem que ser de Montes Claros ou de Japonvar e o feijão-de-corda também.
          O frango com quiabo e angu, se for de Diamantina, melhor ainda.
          De sobremesa, o doce de abóbora de Desterro de Entre Rios, esse acima, feito pela Luci Silva. Além da ambrosia do Serro, do doce de mamão de Malacacheta, do doce de figo de Araxá e da marmelada de São João do Paraíso, de Marmelópolis ou Delfim Moreira.
          Por falar em Delfim Moreira, nessa cidade do Sul de Minas, tem uma relíquia culinária, que é patrimônio imaterial da cidade, que poucos mineiros conhecem. A sopa de marmelo. Quem experimentou, garante, é divina!           
          Se vai para o Vale do Jequitinhonha, não resiste em saborear o famoso arroz com pequi, a farofa de andu, a carne de sol com mandioca, a paçoca de carne, a canjiquinha e o frango caipira. E ainda traz, como lembrança, o artesanato em barro do Jequitinhonha. (esse prato com pequi acima foi preparado pela Márcia Rodrigues, de Felício dos Santos MG)
          Se vai para Zona da Mata, em qualquer cidade, não resistirá ao Frango com palmito brejeúba e a moqueca de cascudo.
          A água mineral tem que ser de Lambari, São Lourenço, Araxá, de Cambuquira ou de Caxambu.
          E mesmo assim, esteja onde estiver, o mineiro vai querer saber se na cozinha tem fogão à lenha e se a comida foi feita em panela de pedra sabão de Ouro Preto. Com certeza vai. Igualzinho na foto acima do Chico do Vale.
          Ah, a panela tem que ser curada. Se não for, a comida não presta.
 
          A cozinha mineira não é apenas famosa no Brasil, é uma referência mundial. É mais popular no exterior, que a própria culinária brasileira, em geral. (na foto acima, a deliciosa cozinha do Restaurante Jeitinho Mineiro/@restaurantejeitinhomineirosrj, em Santa Rita de Jacutinga MG)
          Em qualquer país, se perguntar quais os pratos conhecidos da culinária brasileira, com certeza, o queijo, a cachaça, o pão de queijo, os biscoitos, o tutu de feijão, o feijão tropeiro, o frango com quiabo, o doce de leite, dentre outros, com certeza, serão lembrados.

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