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sábado, 15 de julho de 2023

Santana de Alfié: uma joia colonial do barroco mineiro

(Por Arnaldo Silva) Nessa charmosa e tradicional vila colonial mineira, distrito de São Domingos do Prata, no Médio Piracicaba, vivem cerca de 1800 pessoas. Gente de bem, trabalhadora, religiosa, ordeira, simples e hospitaleira, recebem muito bem os visitantes.
          Lugar de clima frio, relevo montanhoso, Santana de Alfié é uma das mais genuínas e belas vilas coloniais mineiras. Seu casario em estilo barroco é bem preservado, bem como sua Matriz, uma das mais belas da região. (fotografia acima de Elvira Nascimento)
          Por ser um lugar com belezas naturais espetaculares, possui belíssimas cachoeiras e paisagens impressionantes como a Pedra da Baleia, muito usada para a prática de voo livre. Além disso, seu povo preservada com muito zelo suas tradições folclóricas e religiosas como a Folia de Reis, o Reinado de Nossa Senhora do Rosário, além da tradicional peregrinação à Cruz do Jambreiro, para agradecerem ou pagarem promessas.
Breve história
          A origem de Santana do Alfié data do início do século XVIII, com a chegada em 1730 dos irmãos João e Alexandre Santos. Vieram em busca de terras férteis e também de ouro. Não ficaram muito tempo, devido os lucros serem poucos. João vendeu suas terras, mas seu irmão vendeu apenas uma parte, doando a outra parte à Santa´Ana, ou seja, para a Igreja Católica, em honra à santa. (na foto acima de Elvira Nascimento, uma tradicional e pitoresca venda em Santana de Alfié)
          Em 1751 foi erguida nas terras uma capela dedicada a santa, com um pequeno arraial se formando em seu entorno. Esse arraial era composto basicamente por famílias de mineradores, que trabalhavam na extração de ouro.
          O crescimento foi lento até que em 1840, o povoado foi elevada à distrito, subordinado a Santa Bárbara com o nome de Alfié. Em 1890, Alfié passou a ser subordinado ao município de São Domingos do Prata, sendo elevada a categoria de vila, a partir de então. Em 1920, a Vila de Alfié passou a se chamar, Santana de Alfié.   
O porque do nome Alfié 
          O significado do nome não é conclusivo, mas uma versão popular na região é aceita como a mais próxima da correta, embora tenha outra. Ao menos é o que afirma a sabedoria popular. (na foto acima e abaixo de Elvira Nascimento, interior e exterior da Matriz de Santana de Alfié)
          Nessa época, a mineração era a principal atividade econômica da região. Nessa época, o único lugar que tinha uma balança era Alfié. O peso era certeiro e fiel, não tinha erro. Nessa época o peso era feito pelo olhômetro mesmo ou pelo toque. Quando havia dúvidas sobre o peso das pepitas, o jeito era ir até o povoado e confirmar se o peso era realmente fiel ao que o minerador afirmava ser. Assim combinavam de ir “ao fiel”.
          Assim em caso de dúvidas, todos tinham que ir “ao fiel”, como passou a ser chamado o lugar de pesagem do ouro. Mas, como mineiro tradicionalmente não pronuncia uma palavra inteira e tem o costume de usar o “é” aberto, falava-se “fié” e não, “fiel”. Então, para pesar o ouro, tinha que ir ao “fié” e assim ficou o nome do lugar. Com o tempo a grafia passou a ser escrita “alfié” e o lugar chamado com esse nome.
          Outra versão popular diz que o ouro encontrados em uma mina nas proximidades do vilarejo era de ótima qualidade, fiel ao que esperavam encontrar. Essa mina passou a ser chamada de “fiel” e sempre que queria ouro de qualidade, iam “ao fiel”, para sua busca.
          A primeira versão é a mais popular e mais aceita, embora nem uma e nem outra seja realmente comprovada.
          Conheça Santana de Alfié, uma joia colonial do barroco de São Domingos do Prata e também de Minas Gerais. (na foto acima de Elvira Nascimento, vista parcial de São Domingos do Prata)
          São Domingos do Prata está a 136 km distante de Belo Horizonte faz limites territoriais com Antônio Dias, Jaguaraçu, Nova Era, Bela Vista de Minas, Rio Piracicaba, Alvinópolis, Dom Silvério, Sem-Peixe, São José do Goiabal, Dionísio e Marliéria

10 distritos mineiros que vão fazer você se apaixonar - Parte V

(Por Arnaldo Silva) Somos mais de 20 milhões de mineiros distribuídos em 853 cidades, 1.816 distritos e centenas de povoados, vilas e vilarejos. Cada um mais tradicional, charmoso, pitoresco e lindo que outro. Alguns com origens no século XVIII, XIX e XX, mas todos com história e charme peculiar das pequenas vilas mineiras. Estamos agora na quinta parte da série de 8 reportagens sobre distritos mineiros. São 10 distritos em cada parte que você irá conhecer agora e com certeza, irá amar cada um.
01 - Umburaninha
          Umburaninha é um pequeno, pacato, singelo e atraente distrito de Bertópólis, cidade distante 638 km de Belo Horizonte, no Vale do Mucuri. (fotos acima e abaixo de Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Os moradores de Umburaninha são hospitaleiros e muito atenciosos. Valorizam muito as tradições das festas juninas, uma das festas mais aguardadas do ano, além de festividades folclóricas e religiosas durante o ano. A atividade econômica principal é a agricultura familiar, a pecuária de corte e leiteira e cultivo de lavouras.
          A pequena vila é bem organizada e conta com uma boa estrutura para atender seus moradores, oferecendo-lhes uma boa qualidade de vida. É um lugar bastante sossegado e de povo tranquilo. Um lugar bastante calmo e aprazível. Umburaninha é um dos encantos de nossas Minas Gerais.
02 - Passagem de Mariana
          Atraente, acolhedora, hospitaleira e charmosa Vila Colonial Mineira, Passagem de Mariana foi elevada a distrito em 1890, passando a se chamar Passagem de Mariana a partir de 1938. É distrito de Mariana MG a 120 km da capital, na Região Central. Atualmente, conta com pouco mais de 4 mil moradores. Está apenas 5 km do centro da cidade, com transporte coletivo regular saindo da rodoviária, além de serviços de táxis. (foto acima de Rodrigo Firmo/@praondevou, a matriz do distrito e sua sineira)
          Seu nome está ligado a Mina da Passagem, descoberta do século XVIII, desativada em 1954, a mina tem 315 metros de extensão, 120 metros de profundidade, poços formados ao longo dos anos por infiltrações de água nas rochas e trilhos usados há mais de 200 anos. A mina é atualmente uma das maiores atrações de Mariana e da Vila, já que é uma das poucas minas no mundo, abertas à visitação turística. (fotos acima de Sílvio Tanaka)
          O povoado surgiu no início do século XVIII com a mineração, se desenvolvendo em torno da Capela de Nossa Senhora da Glória, construída em 1720 em pau-a-pique. Essa capela veio a ruir com a construção de uma nova, por escravizados e dessa vez em pedra e cal, a partir por volta de 1772. Foi concluída no início do século XIX. A sineira da igreja é separada, diferente das construções de igrejas coloniais, onde a torre sineira fica na torre principal de entrada. Por sua importância histórica e religiosa para o país, a igreja de Passagem de Mariana foi tombada pelo IPHAN em 1954.
          Além disso, se destaca em Passagem de Mariana a beleza e riqueza de sua casario colonial, duas centenárias corporações musicais, lojas e ateliês com a riqueza do artesanato mineiro, além da culinária típica tradicional. (na foto acima do Rodrigo Firmo/@praondevou, a rua Dom Veloso)
03 - Vera Cruz de Minas
          É distrito de Pedro Leopoldo, município distante 46 km de Belo Horizonte. Vera Cruz de Minas é mais antigo que a própria Pedro Leopoldo MG, cidade com origens na década de 1890, no século XIX. A povoação de Vera Cruz de Minas começou no início do século XVIII, a partir de 1710. (fotografia acima de Robson Gondin)
          Uma vila pacata, tranquila, um casario charmoso, um povo muito receptivo e hospitaleiro. Tem como destaque o carnaval, as festas religiosas e folclóricas e as igrejas de Nossa Senhora do Rosário e de São Sebastião, erguida ainda no período da escravidão no Brasil.
          São nessas duas igrejas que acontece a tradicional Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e a Festa de São Sebastião. Nos dias de festas, principalmente a de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Vera Cruz de Minas recebe visitantes de toda a região, atraídos pela beleza e tradição secular da festa no distrito. (nas fotos acima do Robson Gondin, as igrejas do Rosário e de São Sebastião)
          Distante apenas 12 km de Pedro Leopoldo, Vera Cruz de Minas tem cerca de 4 mil habitantes que vivem nos bairros de Quinta das Palmeiras, Bairro Manoel Brandão, bairro Quinta de Vera Cruz próximo ao bairro Santinho em Ribeirão das Neves, o Casado, a Tapera, Coqueirinho e Ferreiras. E ainda com a Fazenda do Moinho, a Fazenda do Quilombo e demais fazendas ao redor. O distrito faz limites territoriais com Pedro Leopoldo e com os municípios de São José da Lapa, Ribeirão das Neves e Esmeraldas. Pelo número de bairros e limites territoriais, da para perceber que a área territorial de Vera Cruz de Minas é bastante extensa.
          O distrito oferece uma boa estrutura urbana e rural a seus moradores. Conta com cartório, posto de saúde, padarias, lanchonetes, restaurantes, pousadas como o Hotel Fazenda Veredas da Mata, escola estadual de ensino fundamental e escola municipal infantil, a Fundação José Hilário de Souza, além de ruas pavimentadas, pracinhas bem cuidadas e um pequeno e variado comércio.
04 - Costa Sena
          Essa pequena e charmosa vila colonial mineira com cerca de 1.100 moradores, tem origens com um pequeno povoado formado no século XIX e elevado a distrito em 15 de julho de 1872. Atualmente, é distrito subordinado a Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas.
          Seu nome original era Paraúna, tendo sido mudo para Costa Sena em 17 de dezembro de 1938. O nome é em homenagem a Joaquim Cândido da Costa Sena, geólogo, e político, senador estadual (o mesmo que deputado) ex presidente (Governador) de Minas Gerais, em 1902, substituindo Silviano Brandão que havia falecido nesse mesmo ano. Costa Sena nasceu em Conceição do Mato Dentro em 13 de agosto de 1852 e faleceu em Belo Horizonte em 26 de junho de 1919. (fotografia acima de Nacip Gomez)
05 - Campestrinho
          Pequeno, pacato e charmoso distrito de Andradas, no Sul de Minas, a terra mineira do vinho, Campestrinho tem origens num pequeno povoado, elevado a distrito em 1976.
          Em Campestrinho vivem cerca de 800 pessoas. É uma vila com as características típicas do povo mineiros dos pequenos vilarejos rurais. (foto acima e abaixo do saudoso e querido amigo Guilherme Augusto - In Memriam)
          Lugar de gente simples e ordeira, em Campestrinho se preserva as tradicionais festas religiosas, como a Folia de Reis, um dos elementos culturais significativos, não só de Campestrinho, mas de todo o município de Andradas.
          É um lugar tranquilo, onde todos se conhecem, além de contar com belezas naturais das montanhas do Sul de Minas. Seus moradores vivem basicamente da agricultura de subsistência, cultivo de café e batata-inglesa, além das produções caseiras como doces, compotas, geleias, queijos, iogurte e quitandas diversas.
06 - Gramínea
          Gramínea é um distrito brasileiro da cidade de Andradas, no Sul de Minas Gerais.
           Antes de ser distrito, se chamava São João da Grama. Foi elevado a distrito em 1938, passando a se chamar Gramínea em 1943.A vila é pacata, atraente, destacando aos pés da serra, sua igreja matriz. O distrito se movimenta mais nos dias de festas religiosas, e principalmente, no período das festas juninas, onde se comemora em Gramínea a Festa de São João, no dia 24 de junho. (fotografia acima de Juarez Teixeira)
07 - São José do Buriti
          Distrito de Felixlândia, na Região Central, distante a 230 km de Belo Horizonte, pela BR-040, São José do Buriti é uma pacata e atraente vila mineira, banhada pela represa do lago de Três Marias. Além do casario simples e pitoresco, do artesanato, da culinária típica, São José do Buriti se destaca pela pesca, piscicultura, mineração com extração de ardósia e na monocultura de cana de açúcar e eucalipto. (foto acima e abaixo do J. Camilo)
          A presença do lago de Três Marias em suas terras, faz de São José do Buriti, um dos pontos mais tradicionais e atraentes para o turismo em Minas Gerais. Cada dia mais amantes dos esportes náuticos, pescaria ou mesmo os que buscam descanso nas pousadas aconchegantes do distrito, vêm à Vila, descansar, conviver com a natureza e fugir da correria do dia-a-dia na cidade grande, se distraindo na praia da represa e passeando pelas calmas e tranquilas ruas da Vila.
08 - Campo Redondo
          Campo Redondo (foto enviada pelos José Paulo) é um dos mais antigos povoados do Sul de Minas, pertencendo a Itamonte MG. Inclusive é mais antigo que a própria sede. 
          Sua história começa no século XVIII, com a chegada de mineradores, que usavam a região como escoamento do ouro, para isso, construíram algumas casas, dando origem ao povoado. 
          Com o fim da mineração, as casas serviram para abrigos de tropeiros, contribuindo para o crescimento da vila. 
          Campo Redondo é um lugar pitoresco, com um casario muito bem conservado, rodeado por montanhas e paisagens belíssimas, típica do Sul de Minas. Seus moradores vivem basicamente da agricultura, e pequenos comércios.
09 - Mercês de Água Limpa
          Mercês de Água Limpa (foto acima de Deividson Costa) é um distrito de São Tiago, na Região do Campo das Vertentes. São Tiago é famosa no Brasil inteiro por ser a Capital Nacinal do Café com Biscoito". Cerca de 4 mil pessoas vivem no distrito que tem como base de sua economia pequenos comércios, extrativismo, a agropecuária e produtos artesanais. Como em toda Minas, seus moradores preservam as tradições religiosas como a Folia de Reis e o Reinado de Nossa Senhora do Rosário. Destaque ainda para o Carnacapela, que começa antes do tradicional carnaval, atraindo muitos visitantes para o distrito.
10 - Chapada de Ouro Preto
               Chapada é um subdistrito de Lavras Novas, distrito de Ouro Preto MG. (foto acima de Arnaldo Silva) Pacato, tranquilo e com belíssimas paisagens, o distrito é um convite para quem gosta de sossego e vivenciar a natureza plenamente. Duas cachoeiras se destacam no distrito: Cachoeira do Falcão e a do Castelinho. 
          O povoado é tranquilo, suas casas estão no entorno da Igreja de Santana e o povoado é rodeado pela imponente Serra do Trovão.
           A queda d´água é pequena e suas águas formam uma piscina natural (como podemos ver na foto acima do Marcelo Santos), bem rasa, ideal para crianças e para quem quer deixar e relaxar nas águas da cachoeira. Em volta do poço tem um banco de areia pra quem quiser pegar um sol e contemplar o céu e a natureza em volta já que o local é todo cercado por extensa mata nativa. Acima da cachoeira existem pequenos poços, bom para nadar e relaxar.
          Também na Chapada tem a Cachoeira do Castelinho (na foto acima, de Marcelo Santos). A cachoeira tem uma pequena queda, mas com o poço com uma profundidade maior, mais indicada para adultos.
          O povoado é pequeno e seus moradores muito atenciosos. As cachoeiras ficam próximas do povoado e os moradores são cordiais e informam certinho o caminho. Na foto acima, de autoria de Arnaldo Silva, você pode ver a Igreja de Santana e o casario em torno da igreja. Na foto abaixo, de Ane Souz, o interior da Igreja. 
          Como visitante, curta, divirta à vontade. No povoado tem comida caseira, cachaça, gente boa. Se vai levar comida, leve de volta o lixo que gerar. Leve uma sacolinha e o que for lixo, coloque na sacolinha e na primeira lixeira que encontrar, jogue o seu lixo na lixeira. Não suje as cachoeiras e nem deixe lixo pela mata. Fazer isso é feio, falta de cultura e educação, além de um tremendo desrespeito à natureza. Além de você, outros irão usar as águas, curtir a natureza. Deixe uma boa impressão no local, preserve essas belezas naturais.

sábado, 18 de março de 2023

Santa Rita Durão homenageia um homem, não uma mulher

(Por Arnaldo Silva) Santa Rita Durão é um distrito histórico da antiga Cata Preta, hoje Mariana MG, na Região Central, distante 145 km de Belo Horizonte e apenas 20 km de Ouro Preto MG. O distrito está a 35 km distante da sede, Mariana.
          Surgiu em 1702 durante o início do Ciclo do Ouro, oriundo da ocupação acelerada do sertão mineiro por bandeirantes, sertanistas, viajantes, tropeiros e aventureiros em busca de ouro, diamante e esmeralda. (Fotografia de Luciana Silva)
          Seu primeiro nome foi Nossa Senhora de Nazaré do Inficionado, variante da palavra “infeccionado”. Isso devido a baixa qualidade e do pouco ouro encontrado no curso d´água onde foi formado o vilarejo. Ouro de boa qualidade e em quantidade foram encontrados nas cercanias mais próximas.
          Em 16 de fevereiro 1718, a charmosa colonial de Santa Rita Durão foi reconhecida por lei Freguesia com o nome de Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré do Inficionado.
          Santa Rita Durão, faz parte da Estrada Real. Conta hoje hoje menos de 1000 moradores. (fotografia de Luciana Silva)
          O distrito tinha população maior, reduzida em 5 de novembro de 2015, quando seu subdistrito, Bento Rodrigues, foi devastado pela lama, devido rompimento da barragem de rejeitos da mineração de ferro da Samarco Mineração S. A, no Rio Gualaxo do Norte. Nessa época, Bento Rodrigues contava com 200 casas e 620 moradores.
A vila de Santa Rita Durão
          A pequena, pacata, tradicional é rica em história, artesanato, culinária artesanal típica e cultura. Seu povo é simples, hospitaleiro, trabalhador e muito acolhedor.
          Construções preservadas e típicas da arquitetura colonial e barroca mineira, em Santa Rita Durão o destaque arquitetônico é a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, presente no nome do povoado desde sua origem. É um bem tombado pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 5 de novembro de 1945. (fotografia acima de Luciana Silva)
          Começou a ser construída em 28 de maio de 1729 pelo Sargento-mor Paulo Rodrigues, data que obteve a bênção sacerdotal para iniciar a construção. Sua construção segue o estilo Joanino, criado por Dom João V, com decoração e ornamentação setecentista da época. Sua estrutura é madeira, seus altares policromados, sete ao todo e forro em formado por arcos, sustentados por paredes ou pilares laterais, chamados de abóbada de berço.
          A pintura do forro da nave retrata o primeiro milagre de Nossa Senhora de Nazaré e símbolos religiosos e personagens bíblicos católicos. As pinturas são atribuídas a João Batista de Figueiredo, um dos mais importantes pintores da arte setecentista do século XVIII.
          Entre 1766 e 1794, a igreja, principalmente a capela-mor, passou por reformas de embelezamento feitos pelo artífice Domingos Francisco Teixeira, atendendo pedidos da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Destaque na ornamentação interna, estão os altares do cruzeiro e altar-mor, preservados em sua originalidade, seguindo fielmente a rusticidade do estilo Joanino.
          Além disso, andar pelas ruas calmas e tranquilas de Santa Rita Durão é uma sensação de volta ao passado, é uma aula de história e mineiridade. Parar um pouco, prosear com os moradores, sentar num banco de praça ou de um antigo boteco, é sentir a alma mineira presente no lugar. (na foto acima da Luciana Silva, a bela paisagem da região)
Origem do nome
          O nome da Vila, Santa Rita Durão, homenageia um homem e não uma mulher. Frei José de Santa Rita Durão, popular Santa Rita Durão. O religioso da ordem dos Agostinianos nasceu em 1722 nos arredores da Freguesia do Inficionado, em Cata Preta, hoje Mariana MG e faleceu em 24 de janeiro de 1784 em Lisboa, Portugal.
          A vila passou a adotar o nome de Santa Rita Durão em homenagem ao ilustre personagem da história mineira e da Literatura Brasileira, frei Santa Rita Durão, além de religioso, era poeta, escritor e grande orador. Santa Rita Durão é autor de escritos, poemas e livros, entre eles um dos clássicos épicos língua portuguesa, o “Caramuru. Publicado em 1781, a obra é considerada a primeira a abordar assuntos indígenas no Brasil. Santa Rita Durão se inspirou no estilo de Luís de Camões para fazer a narrativa do seu poema. É uma das mais importantes obras do Arcadismo brasileiro.
          Assim é o distrito de Santa Rita Durão. Venha, conheça essa joia da história de Minas!

quinta-feira, 16 de março de 2023

Curralinho: de cenário de novelas à Ponte do Acaba Mundo

(Por Arnaldo Silva) Distrito de Diamantina MG, Vale do Jequitinhonha, a 290 km de BH, Curralinho surgiu no século XVIII como pouso de parada de tropeiros que vinham do Rio de Janeiro e Ouro Preto com destino a Diamantina, por ser o lugar um ponto estratégico da Estrada Real. 
          Além disso, o lugar acolheu ex-escravizados que trabalharam para contratadores e coroa portuguesa durante a escravidão no Brasil. (fotografia acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
Origem do nome
          O nome Curralinho existe desde o século XVIII, devido o pouso de descanso e parada estar perto de um pequeno curral, chamado pelos tropeiros de curralinho, por ser um cercado bem pequenininho. O nome se popularizou e o local foi batizado de Curralinho desde aquela época, com o nome se tornando referência para paradas de tropeiros. (fotografia acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
         Na bucólica e charmosa vila colonial de Curralinho vivem cerca de 1000 pessoas e está apenas 11 km distante de Diamantina. O distrito, tem na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e capela do Senhor dos Passos, erguida provavelmente no século XIX por Vicente Conrado. (foto acima de Rodrigo Firmo/@praondevou)
            A Igreja do Rosário de Curralinho começou a ser construída a partir da segunda metade do século XIX. Foi concluída em 1867 e sua arquitetura tem os traços neoclássicos, característicos das construções daquela época, de transição para a arquitetura colonial para o estilo eclético e clássico que se iniciava. (na foto de Rodrigo Firmo/@praondevou a Igreja do Rosário)
          O lugar é bastante tranquilo, bem sossegado e seus moradores fazem questão de preservar essas tranquilidade e sossego. Logo na entrada para a vila tem um aviso: "Respeite os moradores! Abaixo o som do seu carro". (Foto acima do Rodrigo Firmo/@praondevou)
Estrutura
          A pequena vila colonial com com pousadas confortáveis e atraentes em estilo colonial, hotel fazenda, tanto na vila, quando na área rural e restaurantes charmosos, aconchegantes e acolhedores como o Restaurante Trem bom/@restaurante_trembom, na foto acima, além de pequenas hospedarias, alguns tradicionais botecos e área de camping, além de muitas belezas arquitetônicas e naturais.
          
Quando foi elevado a distrito de Diamantina no final do século XX, Curralinho teve seu nome alterado para Extração. Mesmo com a mudança de nome, a histórica vila continua sendo chamada de Curralinho até os dias de hoje por seus moradores e visitantes. Raramente o nome Extração, é falado ao se referir ao lugar. (na foto acima a Giselle Oliveira, a Capelinha do Gambá, na Pedreira da Serra)
Cenário de filmes e novelas
          É um dos mais destacados cenários naturais de Minas Gerais. Tanto é que a charmosa e pitoresca Vila, atrai produtores de TVs e cinema que optam pelo distrito para gravações de externas, além de ser um dos mais atrativos pontos turísticos de Minas Gerais, que atrai turistas de todo o Brasil e mundo. (na foto acima de Rodrigo Firmo/@prondevou, a Praça Gilberto Guerra e abaixo a Estância Salitre)
          Curralinho já foi cenário dos filmes Minha Vida de Menina e a Hora e Vez de Augusto Matraga, além de ter sido cenário das novelas Chica da Silva, da Rede Manchete, O Rei Davi, da Rede Record, a minissérie A Cura e as novelas Liberdade Liberdade, No Rancho Fundo e da segunda versão de Irmãos Coragem, da Rede Globo. Todas ambientadas na Vila de Curralinho e na Gruta do Salitre, que fica apenas 1 km distante do distrito.
          Além disso, em Curralinho encontra-se placas dos prédios e casas usadas como cenário de filmes e novelas, como podem ver acima, na foto do Rodrigo Firmo/@praondevou, o prédio à esquerda, que funcionou como sede da Prefeitura e a casa amarela como residência, da fictícia Coroado.
A gruta do Salitre
          A Gruta do Salitre é uma formação rochosa em quartzito, com cânions de pedras em seu interior, com cerca de 5 metros de altura. Esses cânions tem a forma pontiaguda, formados naturalmente há milhões de anos. Nessa gruta, era extraído antigamente o salitre, um mineral usado na fabricação de pólvora. (foto acima do Sérgio Mourão/@encantosdeminas)
          Hoje é ponto turístico e um dos lugares mais belos e enigmáticos de Minas Gerais, por sua beleza natural e acústica, considerada perfeita, por isso é cenários de novelas, filmes e concertos musicais.
A Ponte do Acaba Mundo
          Um dos lugares muito procurado em Curralinho por visitantes é a Ponte do Acaba Mundo (na foto acima da Giselle Oliveira). A ponte foi construída em 1930 sobre o encontro de duas vertentes do Rio Jequitinhonha: o Rio Jequitinhonha Preto e o Rio Jequitinhonha Branco (na foto abaixo da Giselle Oliveira)
          O objetivo da ponte era para facilitar a passagem de tropeiros que vinham da região Leste de Minas à Diamantina. Hoje é um dos pontos atrativos do distrito diamantinense.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

O Morro Redondo em Ipoema

(Por Arnaldo Silva) A 1180 metros de altitude, está o Morro Redondo, em Ipoema distrito de Itabira, na Região Central, distante 110 km de Belo Horizonte. Ipoema é uma charmosa e tradicional vila mineira. Lugar agradável, pacato, encantador, histórico, riquíssimo em belezas naturais, com cachoeiras espetaculares.
          Sua origem é do início do século XIX e guarda tesouros de nossa história, principalmente do tempo que as tropas cortavam o sertão mineiro. Em Ipoema, está o Museu do Tropeiro, com cerca de 700 peças, que nos levam a conhecer a vida e rotina dos tropeiros e viajantes. (fotografia acima e abaixo de Arnaldo Quintão)
            O mirante do Morro Redondo, nos seus 1180 metros de altitude, é o principal ponto turístico de Ipoema. A vista é impactante e impressionante, além do charme da graciosa Capela do Senhor do Bonfim, palco de celebrações religiosas e folclóricas de seus moradores, como a Festa de Santa Cruz, em maio. 
          Além do Morro Redondo, em Ipoema, destaca-se fazendas centenárias, áreas de proteção ambiental, como o Morro da Pedreira e Bacia Hidrográfica Ribeirão Aliança, a Igreja de São José do Macuco, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída entre 1915 e 1934 (na foto acima do Arnaldo Quintão), a Cachoeira Alta com seus 110 metros de queda, uma das mais belas de Minas Gerais e outras cachoeiras paradisíacas, como a Cachoeira Boa Vista, Cachoeira do Patrocínio Amaro, Cachoeira do Morro Redondo e a Cachoeira do Meio.

A Lapinha de Belém da Serra do Cipó

(Por Arnaldo Silva) No sopé do Pico da Lapinha, segundo ponto mais alto da Serra do Cipó, a 1687 metros de altitude acima do nível do mar, está Lapinha de Belém, para os antigos, e Lapinha da Serra, como é mais conhecido popularmente.
          Inserido na Área de Preservação Ambiental Morro da Pedreira, Lapinha da Serra é distrito de Santana do Riacho, cidade turística mineira, considerada a “porta de entrada” para a Serra do Cipó. Santana do Riacho fica a 110 km de Belo Horizonte, com acesso pela MG-050. Lapinha da Serra fica a 33 km da sede. (fotografia acima de Marcelo Santos)
          A pequena vila conta com cerca de 400 moradores, que vivem da agricultura familiar, do artesanato e turismo. É um dos pontos turísticos mais conhecidos e visitados em Minas Gerais. Seu povo é gentil, acolhedor e hospitaleiro. Preservam a vila em que vivem, bem como suas raízes e tradições religiosas, como o a Festa de São Sebastião, padroeiro da Vila, a Festa de Nossa Senhora Aparecida, além do tradicional Batuque, manifestação folclórica, com origem em Cabo Verde, na África, preservada e valorizada no vilarejo. (foto acima de Giseli Jorge, Lapinha da Serra vista do Pico)
          
A charmosa e turística vila é atraente, seu casario colonial bem no estilo mineiro, é charmoso e muito bem cuidado. No entorno de Lapinha da Serra, belezas naturais são convites para descanso e sossego. São impressionantes e magníficos lagos, cachoeiras, grutas, picos, sítios arqueológicos, além da beleza do Rio Cipó. (fotografia acima de Giseli Jorge)
          O vilarejo é o lugar ideal para quem quer maior convívio com a natureza e também para quem gosta de esportes radicais, ao ar livre.
   

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

O Taboão de Bom Jardim de Minas

(Por Arnaldo Silva) Taboão de Minas ou simplesmente Tabuão é distrito de Bom Jardim de Minas, município localizado entre a Zona da Mata e Sul de Minas, a 295 km da capital Belo Horizonte. Faz divisa com Passa Vinte e Andrelândia, no Sul de Minas e Santa Rita de Jacutinga, Rio Preto e Lima Duarte, na Zona da Mata.
          Bom Jardim de Minas, juntamente com Bias Fortes, Ibertioga, Pedro Teixeira Santa Rita de Ibitipoca, Santa Rita de Jacutinga e Santana do Garambéu, faz parte do Circuito Turístico Serras de Ibitipoca. (foto acima do Márcio Lucinda - Guia de Turismo no Ibitipoca, vista parcial do Taboão)
Bom Jardim de Minas
           Bom Jardim de Minas é uma cidade charmosa, pacata e dotada de belezas naturais espetaculares. Conta com cerca de 6. 500 habitantes.
          Tem origens no final do século XVIII. Seu crescimento foi lento, desde seus primórdios de povoação, até se tornar freguesia, vila, distrito e cidade emancipada em 17 de dezembro de 1938, passando a se chamar Bom Jardim de Minas. Seu nome anterior era Senhor Bom Jesus do Bom Jardim. Seu nome tem origem na Fazenda Bom Jardim, que contava com um belo jardim no entorno da sede. (na foto acima de Fabrício Cândido, trem de carga passando por Bom Jardim de Minas)
          A cidade está localizada às margens do Rio Grande e Serra da Mantiqueira. É uma região de clima ameno, relevo montanhoso e de altitude, com elevação de 1119 metros, acima do nível do mar.
          Além disso, formações rochosas variadas são comuns no município, com destaque para granitos, micaxisto, migmatito, arenito, arcózio, argila e conglomerados, com vários tipos de minerais como quartzito, ganisse, mica, caulim, ferro e feldspato.
          Cidade simples, bem organizada, um casario colonial, simples, bem cuidado e charmoso, praças e igrejas atraentes, conta com uma boa estrutura urbana e boa qualidade de vida, conta com um pequeno mas variado comércio e tem na agricultura e pecuária, a base de sua economia. (fotografia acima e abaixo de Alexandra Dias)
          Bom Jardim de Minas preserva suas tradições culturais, folclóricas e religiosas como a Semana Santa, a Festa de Maio, em honra a Nossa Senhora da Conceição e São Benedito, a Festa de Agosto em honra a Bom Jesus de Matosinhos, além da riqueza de seu artesanato e das festividades de aniversário da cidade, em dezembro.
          Outro destaque de Bom Jardim de Minas e do Taboão é sua rica gastronomia, em destaque claro, os pratos da cozinha mineira como o arroz com feijão-mineiro, a feijoada mineira e o tradicional frango com quiabo, angu e torresmo, prato especial da cidade, além claro, de nossas tradicionais quitandas e queijos, já que Bom Jardim de Minas tem tradição queijeira secular, com técnicas artesanais na arte de fazer queijos, preservadas de geração em geração.
O Taboão de Minas
          Bom Jardim de Minas se destaca na região no ecoturismo, bem como seu principal distrito, Taboão de Minas, que conta com cerca de 800 habitantes. O distrito tem origens no século XIX, tendo sido elevado a distrito em 19 de julho de 1872 com o nome de São Sebastião. Passou a se chamar Taboão a partir 7 de setembro de 1923. Era subordinado a Andrelândia, passando a pertencer a Bom Jardim de Minas, logo após a emancipação do município, em 1938, passando a ser Taboão de Minas. (fotografia acima de Rildo Silveira)
          O Taboão é um cantinho de Minas apaixonante, difícil conhecer e não se apaixonar à primeira vista. Uma vila típica de Minas Gerais com praça, matriz (na foto acima do Rildo Silveira), arquitetura colonial singela e seu povo muito simples, simpático, hospitaleiro e que preserva seus costumes, suas tradições familiares, gastronômicas e religiosas desde sua origem.
          A pitoresca Vila (acima na foto do Rildo Silveira) guarda tesouros naturais de tirar o fôlego já que está em região de altitude, formada por serras, ribeirões como o Imbutaia e do Taboão, córregos como o do Taboão, das Três Barradas, da Serra da Bandeira, do Goiabal, do Ataque, do Milho Branco, dentre outros córregos e ribeirões diversos, além de nascentes como a nascente do Rio do Peixe, um dos maiores da região.
           Com tantos ribeirões e nascentes, encontra-se no Taboão diversas cachoeiras, como a Cachoeira das Crianças (na foto acima do Rildo Silveira), Cachoeira do Presépio e a Cachoeira do Remanso. As águas dessas cachoeiras despencam em pequenas quedas d´água e formam poços de águas limpas e cristalinas. No Taboão pode se contemplar ainda, além de matas nativas, fauna e flora variada, um imenso paredão com um grande poço margeado por uma praia de areia. Lugar próprio para tomar sol e se banhar nas águas do poço.
          Essas belezas naturais citadas estão em maior parte presentes no Parque Municipal do Taboão (na foto acima do Rildo Silveira), um dos lugares mais procurados por amantes da natureza em Minas Gerais. Além disso, o local é bem sinalizado e com boa estrutura para receber turistas, além de contar com áreas de camping e banheiros.
          Bom Jardim de Minas e o distrito de Taboão de Minas são lugares cênicos e paradisíacos, bem típico de Minas Gerais. Vale a pena conhecê-los.

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