(Por Arnaldo Silva) O barco a vapor Benjamim Guimarães estava esquecido, abandonado e deteriorando-se pela ação do tempo no porto de Pirapora, desde 2014, quando foram detectados problemas estruturais que comprometia a segurança dos usuários.
Fotografia de Rhomário Magalhães
A solidão e inatividade do velho Benjamim Guimarães está se encerrando. Segundo a Prefeitura e Empresa Municipal de Turismo (Emutur), a embarcação voltará a navegar no Rio São Francisco a partir de 1° de junho de 2025, durante as comemorações do aniversário de Pirapora.
Foram longos 11 anos de espera para esse momento. Voltará a navegar em grande estilo pelas águas do Velho Chico e com novidades. A viagem no barco será voltada para o turismo e entretenimento dos passageiros. Além da tripulação, que estará vestida a rigor, o passeio contará com atividades culturais com o objetivo de proporcionar aos turistas, um passeio nostálgico e e muito atrativo.
Foram longos 11 anos de espera para esse momento. Voltará a navegar em grande estilo pelas águas do Velho Chico e com novidades. A viagem no barco será voltada para o turismo e entretenimento dos passageiros. Além da tripulação, que estará vestida a rigor, o passeio contará com atividades culturais com o objetivo de proporcionar aos turistas, um passeio nostálgico e e muito atrativo.
11 anos sem navegar
Benjamim Guimarães durante início das reformas às margines do Rio São Francisco - Foto: Rhomário Magalhães
A reforma começou em 2020, com previsão de conclusão de 15 meses, mas sua conclusão levou 5 anos, devido a entraves burocráticos. A Indústria Naval Catarinense, foi a responsável pela restauração do barco, ao custo total de R$5,8 milhões de reais. A obra foi custeada pelo Ministério das Minas e Energia, por meio da Eletrobrás.
"Estacionado" próximo ao Velho Chico, para reformas - Foto: Emutur/Divulgação
Foi feita uma reforma completa com substituição total do casco do vapor, tendo sido este o principal problema apontado pela Marinha para interditar o barco.
Além disso, o motor foi restaurado e todas as peças deterioradas do barco, garantindo o bom funcionamento do sistema de propulsão, bem como todo o mobiliário e a parte superior da embarcação, toda em madeira, além da instalação de novas redes sanitárias, elétricas, elétricas e de incêndio, conforme normas de segurança vigente.
Além disso, o motor foi restaurado e todas as peças deterioradas do barco, garantindo o bom funcionamento do sistema de propulsão, bem como todo o mobiliário e a parte superior da embarcação, toda em madeira, além da instalação de novas redes sanitárias, elétricas, elétricas e de incêndio, conforme normas de segurança vigente.
A embarcação, de 43,85 metros de comprimento, 7,96 de largura, pesando 243 toneladas, terá capacidade de transportar 140 pessoas por viagem, navegando a uma velocidade de 12 km/h vapor. Essa velocidade baixa permitirá ao turista maior contemplação das paisagens e aproveitar melhor o passeio.
O barco possui três pisos: no primeiro, encontra-se a casa de máquinas, caldeira, banheiros e uma área para abrigar passageiros. No segundo piso, estão instalados os camarotes e no terceiro, um bar e área coberta.
O barco possui três pisos: no primeiro, encontra-se a casa de máquinas, caldeira, banheiros e uma área para abrigar passageiros. No segundo piso, estão instalados os camarotes e no terceiro, um bar e área coberta.
A história do Benjamim Guimarães
Na foto de Rhomário Magalhães, o Benjamim Guimarães na arte dos artesãos piraporenses
O barco foi construído no ano de 1913 pelo estaleiro James Rees & Com no Mississipi, Estados Unidos, chegou a navegar pelo Rio Mississipi antes de ser adquirido pela empresa da família do patriarca Benjamim Guimarães, na década de 1920, por isso o nome.
O Benjamim Guimarães foi trazido para Pirapora para navegar nas águas do Rio São Francisco, em viagens longas e continuas pelo rio e em seus afluentes, transportando passageiros e principalmente cargas. Saia de Pirapora no Norte de Minas, passando por várias cidades às margens do rio e ia até Juazeiro, na Bahia.
Com a ampliação da malha férrea para transporte de cargas e surgimento de estradas pavimentadas, bem como o aquecimento do mercado de venda de automóveis e caminhões, a navegação pelo Rio São Francisco começou a entrar em decadência e se tornando cada vez menos frequente como embarcação de transporte de cargas e passageiros, até parar a partir da década de 1970. Ficou por anos abandonado.
A partir da década de 1980, o Benjamim Guimarães passou a fazer apenas viagens turísticas. Devido a sua importância cultural e histórica para Minas, em 1985, foi tombado como Patrimônio Histórico de Minas Gerais, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (IEPHA). Em 1986, já todo reformado e adaptado somente para viagens de turismo, foi reinaugurado com toda pompa em Pirapora MG.
O Benjamim Guimarães foi trazido para Pirapora para navegar nas águas do Rio São Francisco, em viagens longas e continuas pelo rio e em seus afluentes, transportando passageiros e principalmente cargas. Saia de Pirapora no Norte de Minas, passando por várias cidades às margens do rio e ia até Juazeiro, na Bahia.
Com a ampliação da malha férrea para transporte de cargas e surgimento de estradas pavimentadas, bem como o aquecimento do mercado de venda de automóveis e caminhões, a navegação pelo Rio São Francisco começou a entrar em decadência e se tornando cada vez menos frequente como embarcação de transporte de cargas e passageiros, até parar a partir da década de 1970. Ficou por anos abandonado.
A partir da década de 1980, o Benjamim Guimarães passou a fazer apenas viagens turísticas. Devido a sua importância cultural e histórica para Minas, em 1985, foi tombado como Patrimônio Histórico de Minas Gerais, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (IEPHA). Em 1986, já todo reformado e adaptado somente para viagens de turismo, foi reinaugurado com toda pompa em Pirapora MG.
Movido a lenha
O combustível que movimenta o Vapor é simplesmente lenha. Consome um metro cúbico de lenha por hora, que faz com que o caldeirista tenha que abastecer constantemente a fornalha. É um trabalho duro, mas nenhum tripulante da embarcação reclamava. Todos tinham o maior prazer e orgulho em trabalhar no velho Benjamim Guimarães.
A "cara" de Pirapora
Fotografias de Rhomário Magalhães
O Benjamim Guimarães sempre foi a principal atração turística de Pirapora. Não há um morador da cidade que não tenha alguma lembrança, história para contar ou fotos do Benjamim Guimarães. Quando se fala em Pirapora, vem logo à mente, o barco navegando pelo Rio São Francisco.
O vapor está incorporado à cidade, faz parte da identidade local e do povo que vive às margens do Rio São Francisco. É um cartão de Minas, orgulho do povo piraporense e mesmo se tornando apenas barco para turismo, ajudou a movimentar a economia local por décadas, já que o barco atraia todos os meses, centenas de turistas para a cidade.