(Por Arnaldo Silva) A cidade de Belo Vale fica a 80 km de Belo Horizonte. Foi um dos primeiros arraiais fundados em Minas Gerais. Sua história inicia por volta de 1681 com a chegada dos Bandeirantes e a descoberta de ouro em 1700, nas roças de Matias Cardoso, hoje distrito de Roças Novas. A partir dessa época o arraial foi se desenvolvendo e surgindo fazendas e casarios no estilo colonial, presentes até hoje na área urbana da cidade.
Uma dessas construções é a Fazenda Boa Esperança, uma das mais espetaculares fazendas de Minas Gerais, já na zona rural do município, menos de 5 km distante do centro da cidade. A sede da fazenda conta com um imponente casarão, cuja construção teve início entre os anos de 1760 e 1780, sendo concluída no início do século 19. Pertenceu à família Monteiro de Barros, sendo herdada por Romualdo José Monteiro de Barros –1773-1855 e Francisca constância Leocádia da Fonseca, respectivamente Barão e Baronesa do Paraopeba. (fotografia acima e abaixo de Thelmo Lins)
A Fazenda Boa Esperança era o centro produtivo da região formado por um completo de outras fazendas, também pertencentes à família do Barão do Paraopeba. A produção da Fazenda Boa Esperança não se limitava a produtos agrícolas. Eram produzidos também fios, roupas e ferramentas, o que garantia o abastecimento de toda a região do Vale do Paraopeba e ainda de Barbacena e Ouro Preto.
Para dar conta de tamanha produção, um grande número de escravos trabalhava na fazenda nos séculos 18 e 19. Os escravos deixaram descendentes e boa parte de seus descendentes vivem no município formando as comunidades de Boa Morte e Chacrinha dos Pretos.
A fazenda e seu casarão tiveram grande importância econômica para a região no século 18 e 19. São 24 cômodos, 45 portas com a varanda de fundo medindo 36 metros de comprimento por 2,5 de largura. Nessa fazenda, o Imperador Dom Pedro II se hospedou. Além da beleza do casarão, com seus detalhes bem trabalhados, outra obra prima chama a atenção dos visitantes construída bem ao lado da varanda do casarão. (fotografia acima e abaixo de Thelmo Lins)
Trata-se de uma singela capela, mas mostrando o poderio econômico dos proprietários na época. É de uma riqueza em detalhes incríveis. Pelo fato das fazendas serem distantes das cidades e dificuldades de se locomoverem até as igrejas, era comum os fazendeiros construírem pequenas ermidas em suas propriedades para praticarem sua fé.
Em 1974, a Fazenda Boa Esperança foi adquirida pelo Governo mineiro, sendo tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico de Minas Gerais (Iepha) como Patrimônio de Minas Gerais em 1975 com o objetivo de preservar a história e o modo de vida das sociedades rurais no período colonial brasileiro, representado em uma das mais imponentes e importantes fazendas do Brasil. (fotografia acima e abaixo de Thelmo Lins)
Sua primeira reforma foi entre 1976 a 1979. Uma segunda restauração foi feita em 1998 e por fim, novamente restaurada entre 2017 e 2018, sendo entregue totalmente restaurada em meados de 2019. Esta última restauração permite hoje receber os visitantes de Minas, do Brasil e do exterior com uma ótima estrutura, oferecendo atrativos, além da riqueza de sua imponente arquitetura.
Em declaração ao Jornal O Estado de Minas, por ocasião da inauguração da reforma da Fazenda Boa Esperança, a presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha MG), na época, Michele Arroyo, frisou que com o restauro “As pessoas poderão conhecer os modos de vida naquela época, detalhes da edificação, o pomar, ocupação do território, a forma de alimentação e outras questões do dia a dia.”
A propriedade conta hoje com 318 hectares com paisagens deslumbrantes que chama a atenção, tendo sido inclusive a fazenda, cenário do filme “O vinho de rosas” da cineasta mineira Eva Cataldo e tema do livro escrito pelo jornalista Tarcísio Martins em 2007. A obra tem o nome da fazenda e além da história, tem fotos antigas da Boa Esperança. (fotografia acima e abaixo de Thelmo Lins)
Horário de funcionamento
- Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado, Domingo, Feriado: 06:00 às 11:00hs
- Pontos de referência: partindo do centro de Belo Vale siga as orientações das placas indicativas. A fazenda está situada há 5 km do centro da cidade.
- A entrada é gratuita e não há restaurante no local, somente na cidade o que é muito bom já que Belo Vale é uma bela cidade com um preservado casario, uma excelente culinária.
- Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado, Domingo, Feriado: 06:00 às 11:00hs
- Pontos de referência: partindo do centro de Belo Vale siga as orientações das placas indicativas. A fazenda está situada há 5 km do centro da cidade.
- A entrada é gratuita e não há restaurante no local, somente na cidade o que é muito bom já que Belo Vale é uma bela cidade com um preservado casario, uma excelente culinária.
Além disso, o visitante poderá conhecer, em Belo Vale o mais completo museu sobre a Escravidão na América Latina, o Museu do Escravo, bem no centro da cidade.