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quinta-feira, 5 de maio de 2022

As cidades da região da Serra da Canastra

(Por Arnaldo Silva) O Parque Nacional da Serra da Canastra é uma área formada por 200 mil hectares, localizada no Sudoeste de Minas Gerais. Foi criado em 1972 para preservar as nascentes do Rio São Francisco. 
          No entorno da área da Canastra estão 8 municípios: Capitólio, Vargem Bonita, São João Batista do Glória, Piumhi, Delfinópolis, Sacramento, Tapira e São Roque de Minas, considerada a “capital” da Serra da Canastra. (foto acima e abaixo do guia Pedro Beraldo/@ecotrilhasdacanastra)
          Essas cidades em torno da área do Parque da Canastra formam uma região geográfica e turística. É diferente da região queijeira Canastra, formada pelas cidades de Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí, Delfinópolis, Bambuí, Piumhi e São Roque de Minas. Cidades que produzem queijos Canastra com as mesmas características. São duas regiões diferentes.
          O acesso à parte alta da Serra da Canastra, onde está a nascente do Rio São Francisco é por São Roque de Minas e também pela portaria Norte, em Tapira MG. Para conhecer a parte baixa, onde está a Cachoeira da Cascadanta, o acesso é pela estrada de Vargem Bonita. O acesso ao parque pode ser feito ainda por São João Batista do Glória e Sacramento. (na foto acima de John Brandão/@fotografoaventureiro, a Serra da Canastra e abaixo, a Cachoeira da Cascadanta)
          Como as cidades que formam a região são turísticas, um tour pelas cachoeiras, paraísos naturais, lagos, cascatas, montanhas e cânions, é uma ótima opção de passeio e diversão para os amantes da natureza e de esportes radicais. Sem contar os apreciadores da autêntica cozinha mineira e do queijo Canastra, feitos artesanalmente na região como há mais de 200 anos. (na foto abaixo queijos Canastra legítimo, da queijaria Queijo Dinho/Divulgação, de Piumhi MG)
          Vamos conhecer as oito cidades da região da Serra da Canastra e seus principais atrativos turísticos:
São Roque de Minas
          São Roque de Minas está a 320 km de Belo Horizonte, no Oeste de Minas e conta com pouco mais de 7 mil habitantes. Município de terras férteis, água de qualidade e abundante, é considerada a porta de entrada para a Serra da Canastra.
          São Roque de Minas é uma pequena e atraente cidade tipicamente mineira. Tranquila, pacata, tradicional, com ótima estrutura para receber turistas, conta com uma ótima rede gastronômica e hoteleira em sua área urbana e principalmente rural, com várias pousadas e queijarias pela zona rural do município. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade a Matriz de São Roque de Minas e abaixo, de Luís Leite, o Curral de Pedras, feito por escravos)
          Conta ainda com guias especializados, que acompanham os turistas pelos pontos arquitetônicos da cidade e seus povoados, como São José do Barreiro, bem como às fazendas e em todo o Parque da Serra da Canastra.
          Para conhecer a Nascente do Rio São Francisco, o acesso é por São Roque de Minas.
Vargem Bonita
          Vargem Bonita é a primeira cidade mineira banhada pelo Rio São Francisco. A cidade conta com pouco mais de 2 mil habitantes e está a 322 km de Belo Horizonte no Oeste de Minas.
          Cidade típica mineira, seu povo é bem simples, religioso, acolhedor e hospitaleiro. (fotografia acima de Nacip Gômez)
          Por ser passagem obrigatória para a parte baixa da Serra da Canastra e Cachoeira da Cascadanta, a cidade é uma das mais visitadas na região.
          Sua gastronomia é riquíssima, com destaque para os pratos típicos da Canastra e do queijo, encontrados na cidade e nas queijarias do município.
Piumhi
          “Pium” significa mosquito e o sufixo “i”, pequeno, formam a palavra tupi “Piumhi”. O “eme”, na língua portuguesa é usado antes do “p e b”, mas nesse caso é uma exceção à regra, por ser a junção de duas palavras em sua forma original. Para evitar ortografias diversas como Piunhi, Piunhy ou Piumhy, e preservar a história do nome original, foi oficializado através de lei a escrita dessa forma, Piumhi, aprovado na Assembleia Legislativa de Minas de Gerais.
          Quem nasce em Piumhi é piumhiense. Seu povo tem fama de acolhedor, hospitaleiro, além de receberem os visitantes de forma acalorada e carinhosa. Inclusive, a cidade é conhecida como a “cidade carinho”. (na foto acima de Nilza Leonel, vista parcial de Piumhi e abaixo de Nacip Gômez)
          Piumhi conta pouco mais de 35 mil habitantes e está a 265 km distante de Belo Horizonte, no Oeste de Minas, a 16 km de Capitólio, a 25 km de Pimenta e 60 km de São Roque de Minas. O acesso a Piumhi é pela MG-50.
          Piumhi oferece uma boa qualidade de vida a seus moradores, estando entre os 50 melhores municípios mineiras nesse quesito.
          Cidade plana, ruas largas, arborizadas, praças bem cuidadas e charmosas, como a Praça da Matriz, a Praça Guia Lopes e a Praça do Rosário. Conta ainda com um mirante, conhecido como Mirante da Cruz do Monte, com vista panorâmica de toda a cidade, além de belíssimas construções ecléticas, fazendas produtoras de café e de queijo Canastra, belíssimas serras como as serras da Pimenta, do Andaime e do Cromo e cachoeiras paradisíacas como cachoeiras como a Cachoeira da Belinha.
Delfinópolis
          Distante 430 km de Belo Horizonte, no Sudoeste Mineiro, Delfinópolis conta com pouco mais de 7 mil habitantes. Cidade tranquila, com boa estrutura urbana, com economia agrícola sólida, com destaque para a produção de milho, café, cana-de-açúcar, banana, arroz, feijão, soja, pecuária de leite e corte, além da suinocultura.
          Por estar na região da Serra da Canastra e suas belezas naturais, o município é um dos principais pontos de turismo ecológico de Minas Gerais com destaque para o Vão da Babilônia, o Vale da Gurita, o conjunto de cachoeiras formadas pelo Complexo do Claro, além de rotas, trilhas, paisagens, nascentes, matas nativas e montanhas espetaculares. (fotografia acima de Nacip Gômez a Praça da Matriz da cidade e abaixo, os verdes campos do Vale da Gurita)
          Por suas nascentes, picos, matas, paisagens naturais, fauna e flora riquíssima, além de 150 cachoeiras, Delfinópolis é conhecida por “Paraíso Ecológico”.
          Faz parte do Circuito Turístico Nascente das Gerais e conta com um ótimas pousadas e restaurantes, além de um grande número de guias de turismo, equipados e preparados para acompanhar os visitantes, levando-os a uma aventura pelas trilhas e belezas da Serra da Canastra.
São João Batista do Glória
          A 320 km de Belo Horizonte e a 62 km de Capitólio e com pouco mais de 7.500 habitantes, São João Batista do Glória, no Sudoeste de Minas, é uma das referências em qualidade de vida em Minas Gerais.
          Chamada por seus moradores simplesmente de “Glória”, o município conta com uma ampla e sofisticada rede hoteleira, guia de turismo e verdadeiros paraísos naturais como o Paraíso Perdido, trilhas. (na foto acima de Amauri Lima, a Matriz de São João Batista do Glória e na foto abaixo do Luís Leite, a Cachoeira da Maria Augusta))
          Além disso, conta com cerca 130 cachoeiras, com destaque para a Cachoeira da Maria Augusta, piscinas naturais, riachos, lagoas, vales como o Vale da Babilônia, montanhas e serras impressionantes, dentre outras tantas belezas naturais.
          Glória é o lugar ideal para descanso e convívio com a natureza, seja em grupos, família, em casal ou mesmo, individual. Todas essas belezas podem ser aproveitadas com acompanhamento de guias especializados, encontrados na cidade, que conta ainda com um grande número de pousadas, hotéis e restaurantes com ótimas estruturas, tanto em sua área urbana, quanto na área rural.
Sacramento
          Localizada no Triângulo Mineiro, distante 480 km de Belo Horizonte, Sacramento é uma das portas de entrada para O Parque Nacional da Serra da Canastra.
          Com cerca de 27 mil habitantes, o município é um dos grandes produtores de café em Minas Gerais, além de se destacar na produção do queijo Canastra. (na foto acima de Arnaldo Silva, vista parcial de Sacramento e abaixo, de Luís Leite, Desemboque)
          Seu principal distrito, Desemboque, foi um dos berços da formação do Triângulo Mineiro e ocupação do Estado de Goiás, no século XVIII, durante a busca de ouro na região do Sertão da Farinha Podre, como era chamado naquela época.
          No auge da exploração do ouro na região, Desemboque tinha milhares de moradores e um comércio ativo, ao contrário de hoje, com poucos moradores, que se conta no dedo. Dos seus áureas tempos, restou a história, seus casarões coloniais, a Igreja de Nossa Senhora do Desterro e do Rosário. É hoje um dos atrativos históricos de Sacramento e região.
          Além disso, a cidade é bem estruturada, conta com belíssimas construções coloniais e ecléticas do século XX e atrativos naturais como o Rio Grande, cachoeiras paradisíacas, o lago da Hidrelétrica de Jaguará e a Gruta dos Palhares, a maior caverna de arenito das Américas, localizada a 12 km da cidade, num local bem estruturado e organizado, além aprazível, com restaurante e lanchonete, fontes, quiosques e quadras de esportes.
Tapira
          O município de Tapira está a 400 km de Belo Horizonte e faz limites territoriais com Ibiá, Araxá, Sacramento e São Roque de Minas e conta com 5.745 habitantes, segundo Censo do IBGE em 2022.
          A cidade faz parte do Circuito Turístico da Serra da Canastra. Além de ser uma das portas de entrada para o Parque Nacional da Serra da Canastra, Tapira conta com belas paisagens naturais como as cachoeiras dos Bandeirantes, dos Perobas e do Carlos. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade) 
          Além disso, Tapira é uma típica e aconchegante cidade mineira o interior com um povo muito acolhedor, hospitaleiro e gentil, além dos encontros de famílias e amigos em torno de um banco de praça ou fogão a lenha para uma boa prosa. Preservam ainda a tradição os carros de bois, com desfiles, as tradições religiosas folclóricas e culinária mineira.
Capitólio
          Com pouco mais de 8.600 habitantes, distante 276 km de Belo Horizonte e a 80 km da entrada do Parque da Canastra, Capitólio é um dos maiores pontos turísticos de Minas Gerais e desejo de imensa maioria de amantes da natureza e de aventuras. O acesso principal ao município se dá pela MG-050.
          Uma das 34 cidades banhadas pelo imenso Lago de Furnas que conta com 1.440 km² ao todo. Em linha reta, é o equivalente à metade do litoral brasileiro. (na foto acima de Elpídio Justino de Andrade, vista parcial de Capitólio)
          Boa parte da extensão territorial de Capitólio é ocupada pelas águas do Lago de Furnas. Por isso a cidade é conhecida “rainha dos lagos” e suas belezas naturais, rodeadas pelas águas cristalinas e esmeraldas de Furnas, faz de Capitólio um dos mais belos e atraentes municípios brasileiros. Um verdadeiro cenário de cinema.
          Cidade pequena, mas muito bem estruturada para o turismo, conta com excelentes pousadas, restaurantes e quiosques com comidas típicas, principalmente pratos feitos com peixes de água doce.
          A cidade possui ainda uma ótima estrutura urbana, com destaque para Matriz da cidade, a praia artificial, formada por um calçadão, quadras, palco para shows, bares, além do nobre balneário Escarpas do Lago.
          O Lago de Furnas, a Cachoeira da Lagoa Azul, o Rio Turvo, a Trilha do Sol, a Gruta do Tucano, o Morro do Chapéu a 1.293 metros de altitude, o Parque Ecológico Cascata, o Recanto dos Vikings e o Paraíso Achado e seus imensos cânions, são os maiores atrativos do município. Boa parte desses lugares, podem ser apreciados com passeios de lanchas, escunas ou chalanas. Em outros, em veículos 4x4, disponíveis pelos guias de turismo encontrados com facilidade no município. (na foto acima do Guia @percio_passeioscapitolio, a Cachoeira do Beija Flor e abaixo de Pedro Beraldo, a nascente do Rio São Francisco em São Roque de Minas)
          As cidades da Região da Serra da Canastra, proporcionam passeios incríveis, emocionantes e inesquecíveis!

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Turismo de aventura na Serra da Canastra

(Por Arnaldo Silva) A Serra da Canastra está localizada entre as regiões oeste e sudoeste de Minas Gerais. O nome passou a ser usado com a chegada de bandeirantes à região, no final do século XVII.
 
          A inspiração para o nome vem do enorme maciço rochoso na serra que lembrava uma canastra. Canastra entre os portugueses era uma espécie de mala de viagem, um baú. Era hábito dos bandeirantes demarcarem pontos de referências para facilitar a localização dos lugares passavam, por isso, davam nomes a serras, picos, rios e montes. (fotografia acima de Rômulo Nery)  
          A serra que forma o maciço rochoso, chamada de Canastra deu nome a uma região geográfica, uma região queijeira e ao Parque Nacional, todos com o nome de Serra da Canastra.
          O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 3 de abril de 1972, através do decreto 70.355. O objetivo da criação do parque foi o de proteger as nascentes do Rio São Francisco, uma das mais importantes reservas ambientais do Brasil. (na foto acima de Conceição Luz, o marco da nascente principal do Rio São Francisco)

A área do parque
          Possui uma área de 200 mil km², com altitudes em seus pontos mais altos chegando a 1500 metros, acima do nível do mar. A área do parque está entre os municípios de São Roque de Minas, Vargem Bonita, Piumhi, Delfinópolis, São João Batista do Glória, Capitólio e Sacramento. Essas sete cidades que formam a região geográfica Serra da Canastra, tendo o Cerrado como bioma principal e ainda, áreas de transição da Mata Atlântica. (fotografia acima de Arnaldo Silva)
Vegetação, fauna e flora
          Na Serra da Canastra predomina uma densa vegetação rasteira, com campos rupestres nativos de lírios, margaridas silvestres (na foto acima de Arnaldo Silva), sempre-vivas, dentre outras espécies e uma rica fauna com destaque para onças, jaguatiricas, lobo-guará, tamanduá-bandeira, veado-campeiro e várias espécies de aves silvestres  como o Urubu-rei, na foto abaixo fotografado pelo Rogério Salgdo.


          Além das matas e campos floridos, encontra-se na área do parque, sítios arqueológicos, pinturas rupestres e construções do tempo da escravidão, como o curral de pedras.
Turismo ecológico
          Lugar de impressionante beleza e impactantes cachoeiras, que formam paradisíacos poços de águas cristalinas.
          São cerca de 30 cachoeiras catalogadas, sendo que algumas, como a Cachoeira da Cascadanta, com seus 186 metros de queda livre, e até seu moço, todo rodeado por enormes e escorregadias pedras (na foto acima de Nacip Gômez). Cachoeiras assim na Serra da Canastra são apenas para contemplação, por questão de segurança.
          Em outras cachoeiras, o acesso é liberado, inclusive para banhos como a Cachoeira da Chinela, com 30 metros de queda (na foto acima de Luís Leite), a Cachoeira da Parida, Nascentes das Gerais, do Jota, a Cachoeira do Cerradão, com 200 metros de altura e três quedas. Tem ainda as cachoeiras Rolinhos, do Zé Carlinhos, do Capão Forro, do Fundão, o Poço das Orquídeas, dentre outras.
          Algumas cachoeiras da Serra da Canastra estão em área particulares e o acesso é pago.
Estrutura e aventuras
          Pela dimensão do Parque Nacional da Serra da Canastra, o mais adequado é o uso bicicletas, veículos de 4x4 e motos devidamente emplacados, de preferência, acompanhado por guias, que são encontrados com facilidade nas cidades da região da Canastra. (fotografia acima de Nacip Gômez)
          Para conhecer melhor a área da Canastra, o ideal é no mínimo 3 dias. As cidades da região são bem estruturadas, oferecendo bons serviços aos turistas, principalmente em termos de hotéis, pousadas e restaurantes de comidas típicas.
          Além disso, o turista encontra artesanato nas cidades e seus distritos e claro, o legítimo queijo Canastra com a oportunidade de conhecer algumas queijarias, abertas para visitação. Uma dessas queijarias é a Queijaria da Cristina (na foto acima do Nacip Gômez), em Vargem Bonita, na estrada para a Cachoeira da Cascadanta.
Acesso ao parque
          Respeitar as regras do parque e o respeito à fauna e flora é mais que obrigação, é dever de gente civilizada. Não se deve tirar nada, além de fotos e preservar os campos e matas, evitando o uso de isqueiros e jogar bitucas de cigarros, para não causar incêndios.
          O acesso à parte alta do Parque Nacional da Serra da Canastra se dá pela portaria de São Roque de Minas. Para a Cachoeira da Cascadanta a portaria de acesso é pela parte baixa, em Vargem Bonita. Por Sacramento, no Triângulo Mineiro, tem outra portaria de acesso ao parque. (fotografia acima de Arnaldo Silva)
Turismo de aventura
          Canastra é um dos principais destinos para o turismo de aventuras e amantes da natureza, já que em algumas cidades da região da Canastra, o visitante pode praticar várias atividades como o rapel, boiacross, paraglider, canionismo, motocross, além de fazer passeios de bikes, quadriciclos, 4x4 e até de balão. (foto acima de Wallace Melo em Delfinópolis e abaixo de Nacip Gômez em São José do Barreiro)
           Um passeio de pelo menos 3 dias na Serra da Canastra é revigorante para o corpo e espírito. Vale a pena.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

O Caminho de Saint-Hilaire na Serra do Espinhaço

(Por Arnaldo Silva) O caminho percorrido por Saint-Hilaire, quando esteve na Região do Espinhaço e Vale do Jequitinhonha, no século XIX, se transformou num roteiro turístico de 170 km de trilhas, pela Serra do Espinhaço.
          Com a sigla CASHI (Caminho de Saint-Hilaire), o roteiro tem início em Conceição do Mato Dentro, cidade distante 170 km de Belo Horizonte, terminando na cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, Diamantina, a 292 km da Capital. (na foto acima do Nacip Gômez, a Cachoeira do Tabuleiro em Conceição do Mato Dentro, com 273 metros de queda livre. A maior de Minas)
          Idealizado pelo turismólogo Luciano Amador Santos Júnior, presidente do Instituto Auguste de Saint-Hilaire, o Cashi tem como objetivo estimular o turismo ecológico e saudável.
          Além disso, o percurso percorrido pelo naturalista francês há mais de 200 anos, permite uma viagem pelos sabores, saberes e fazeres das cidades e vilarejos, ao longo de todo o percurso do Caminho de Saint-Hilaire. (na foto acima de Nacip Gômez, vista parcial da cidade de Conceição do Mato Dentro)
Uma rota turística
          O Cashi é uma nova rota turística mineira, pela Cordilheira do Espinhaço. Cordilheira é um conjunto de montanhas relacionada geologicamente, no caso, a Serra do Espinhaço é uma extensão relacionada de cerca de 1 mil km, com largura entre 50 e 100 km.
          A Cordilheira do Espinhaço inicia na região do Caraça em Catas Altas, seguindo de forma contínua até a divisa de Minas, com o Sul da Bahia. (na foto acima de Elvira Nascimento, Diamantina e ao fundo, o maciço rochoso do Espinhaço)
          Todos os 170 km do percurso são feitos a pé. Há estudos para estruturar a trilha, com sinalização e demais adequações, para que o trajeto seja feito também por praticantes de cicloturismo e ecoturismo.

Duração do percurso
          Os 170 km do Cashi são percorridos entre 10 a 11 dias pelos caminhantes. Os grupos são pequenos, formado por 10 a 15 pessoas, acompanhadas por guias.
          Durante o trajeto, acontecem paradas para conhecer as cidades e vilarejos, bem como as cachoeiras, mirantes e paisagens pelo caminho. À noite, o grupo para em pousadas para descansar e seguir caminho, no dia seguinte. (na fotografia acima de Tom Alves/@tomalvesfotografia, parte da Serra do Espinhaço)
          Os 170 km do Cashi, percorre as deslumbrantes paisagens da Serra do Espinhaço, que encantaram Saint-Hilaire como as belezas naturais, a riqueza da fauna e flora.
          O caminhante terá ainda a oportunidade de conhecer a sabedoria do povo, preservada por gerações, como a medicina popular através das ervas e raízes, bem como o benzimento para todo tipo de males do corpo e espírito, praticado por benzedeiras e benzedeiros.
Cidades e vilarejos do Cashi
          Em todo o percurso, os caminhantes passarão por vilas, povoados e distritos charmosos e bem pitorescos, além de cidades formadas durante o Ciclo do Ouro.
          Saindo de Conceição do Mato Dentro, os caminhantes seguem rumo aos Córregos e Tapera, seguindo para Itapanhoacanga (na foto acima da Luciana Silva), distrito de Alvorada de Minas, passando por Mato Grosso, distrito do Serro, indo em seguida, para Condado, continuando até Três Barras da Estrada Real, Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras, distritos do Serro. Segue até Vau, já no município de Diamantina, continuando até Capão Maravilha e Curralinho, também em Diamantina, até encerrar o trajeto, na terra de JK e Chica da Silva.
Um caminho pelos sabores e tradições de Minas
          Percorrer todo o caminho feito por Saint-Hilaire é uma aventura de puro êxtase, além de propiciar aos caminhantes conhecer, desfrutar e sentir as belezas naturais de Minas Gerais, bem como sua cultura, artesanato, arquitetura e o estilo de vida simples do povo das alterosas.
          Além disso, pode-se experimentar e saborear as delícias da culinária mineira, também relatadas por Saint-Hilaire em suas andanças pela região, como o Queijo do Serro, além dos tradicionais vinhos finos que saem das várias vinícolas de Diamantina, tradição na cidade desde o século XVIII. (na foto acima de Elvira Nascimento, chegada a Milho Verde, distrito do Serro MG)
          Sem contar os pratos típicos da culinária mineira, como doces, pão de queijo, licores, biscoitos, além da intensa vida cultural da região como a Bolerata do Serro e a Vesperata de Diamantina, as festas folclóricas como a Festa do Divino, do Rosário e as Folias de Reis, bem como a diversidade e riqueza impressionante do artesanato do Vale do Jequitinhonha. (na foto acima do Nacip Gômez, São Gonçalo do Rio das Pedras, distrito do Serro)
Mais informações
          Para saber mais sobre o Caminho de Saint Hilaire, datas de roteiros, custo, hospedagem, alimentação, o que levar, quando ir, etc., entre em contato com a organização através do site ww.caminhosainthilaire.com.br (na foto acima de Giselle Oliveira, artesanato com flores de Sempre-vivas em Diamantina)
Quem foi Saint-Hilaire
          Augustin François César Prouvençal de Saint Hilaire (Orleans, 4 de outubro 1779 – Orleans, 3 de setembro de 1853), foi um naturalista, botânico e viajante francês que esteve no Brasil, entre 1816 e 1822.
          Veio junto com vários outros cientistas, com o objetivo de fazer expedições pelo território brasileiro, quando da mudança do Reino Português para o Brasil. Entre os cientistas que aqui chegaram, no século XIX, Saint-Hilaire foi o mais empenhado em suas expedições e o que mais se destacou nas pesquisas sobre a fauna e flora brasileira.
          Nos seis anos em que esteve no Brasil, Saint Hilaire percorreu 16 mil quilômetros a cavalo e até mesmo, a pé.
        Saint-Hilaire percorreu várias cidades brasileiras da Bahia, Goiás, Rio de Janeiro e principalmente Minas Gerais, que recebeu atenção especial do cientista devido sua fauna e flora diversificada.
          O naturalista francês esteve no Santuário do Caraça em Catas Altas, Serra do Cipó, Serra da Canastra, Serra da Mantiqueira e Serra do Espinhaço, visitando cidades próximas, bem como várias outras cidades mineiras como Diamantina, Conceição do Mato Dentro, Formiga, Paracatu, Araxá, Uberaba, Baependi, Sabará, Passa Quatro, dentre outras tantas.
          Como resultado de suas expedições, foram mais de 30 mil amostras colhidas, nos seis anos de estudos, além de 24 mil espécies de plantas e 6 mil espécies de animais identificados, sendo 2 mil aves, além de 16 mil insetos e 135 mamíferos estudados.
          Saint-Hilaire deixou um vasto legado de estudos e pesquisas, bem como suas impressões sobre o estilo de vida e costumes do povo brasileiro. Estudos e impressões de grande importância, até os dias de hoje.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

A Rota do Queijo e do Azeite de Alagoa

(Por Arnaldo Silva) No Sul de Minas, entre as montanhas da Serra da Mantiqueira, com altitudes que variam de 1200 a 1600 metros,  uma pequena cidade, com apenas 2.657 habitantes, estimado pelo IBGE, em 2021, vem se destacando no Brasil e mundo.  
          Essa cidade é Alagoa. A pequena cidade está a 420 km de Belo Horizonte, fazendo divisa com Itamonte, Aiuruoca, Baependi e Bocaina de Minas. 
          Embora tenha sido elevada à cidade emancipada em 28 de dezembro de 1962, sua história começa bem antes, por volta de 1710, no século XVIII, com a chegada à região de bandeiras, em busca de ouro. (fotografia acima de Rildo Silveira, a vista parcial de Alagoa MG)
          Na região, os bandeirantes encontraram uma lagoa com cerca de 3 km de extensão. Em seu leito, encontraram o tão procurado ouro. A lagoa que tinha ouro começou a atrair gente para a região. Com o passar do tempo, um povoado foi se formando, tendo como referência, a lagoa. O povoado passou a ser chamado de "A Lagoa". Com o passar do tempo, o A se juntou ao Lagoa e ficou, Alagoa, passando a ser o nome da cidade. A lagoa que deu nome à cidade, não existe mais e o que atrai hoje pessoas à cidade, não é mais o ouro.
          Cidade pacata, tranquila, charmosa e atraente, seu povo é gentil e muito acolhedor, a pequena cidade, faz parte do Caminho Velho da Estrada Real. (fotografia acima de Henrique Feitosa/arquivo QUEIJO D´ALAGOA-MG)
          Semanalmente, turistas vindos de todos os lugares do Brasil e de outros países, como Alemanha, França e Luxemburgo chegam à cidade. Vem em grupos ou em casais. De carro, em vans e até mesmo, em ônibus. (na foto acima, turistas frances e alemães passeando por olivais e abaixo, selfie feito por Osvaldo Filho, com ônibus de turistas na porta da QUEIJO D´ALAGOA-MG)
          O que tem nessa pequena cidade típica do interior mineiro que atrai tanta gente? Em sua origem, o ouro era o atrativo da cidade. Hoje não. O amarelo do ouro foi substituído, por tradição, pelo amarelo dos queijos curados e pela cor dourada do azeite. São os queijos e azeites que atraem os visitantes à Alagoa MG.
          O ouro de Alagoa MG não é mais o precioso metal. Hoje, a cor dourada do reluzente metal, reluz nos azeites e queijos produzidos na cidade. É o seu queijo e o seu azeite que desenvolve a economia da cidade, gerando emprego e renda e ainda, atraindo turistas para a cidade. O queijo e o azeite são os novos ouros de Alagoa MG (na foto acima de Erasmo Pereira/Epamig, o dourado do azeite e abaixo a cor dourada dos queijos na queijaria da QUEIJO D´ALAGOA-MG).
          A tradição queijeira de Alagoa MG surgiu no final do século XIX e início do século XX, com a chegada ao Sul de Minas de famílias de imigrantes europeus, como alemães, dinamarqueses e italianos. Pelas mãos de uma dessas famílias, Paschoal Poppa e Luíza Altomare Poppa, profundos conhecedores da arte da fazer queijos, em seu país, Itália, começou a história e tradição dos queijos em Alagoa.
          A tradição queijeira de Alagoa é tão forte e sólida, que a pequena cidade, é uma região queijeira reconhecida pelo Governo de Minas, como região produtora de Queijos Artesanais.
          Tradição, história e um queijo único e inigualável. O sabor, textura e modo de fazer desse queijo, são único, não tem igual em lugar algum no mundo. Por isso, Alagoa, foi oficialmente reconhecida como região queijeira mineira, produtora do "Queijo Artesanal de Alagoa".
          Há anos que o Queijo Artesanal de Alagoa vem conquistando gostos e paladares dos mineiros, brasileiros e do mundo. São premiações estaduais, nacionais e internacionais conquistas pelos queijeiros alagoenses, como no Mondial du Fromage, na França.
          Além do queijo, o azeite é outra tradição da cidade, já que o clima e altitude, favorecem o cultivo de oliveiras e consequentemente, na produção de azeites de qualidade. O azeite de Alagoa é comparado aos melhores azeites europeus, como os espanhóis, por exemplo.
          Estar dentro de uma queijaria, caminhar por olivais, respirar o ar puro das montanhas mineiras e vivenciar a vida numa típica cidade do interior mineiro, são os motivos que vem atraindo gente de todo o mundo para a Alagoa MG.
          Com o reconhecimento dos queijos produzidos na cidade, bem como, dos azeites, turistas começaram a visitar a cidade com mais frequência e de forma crescente.          
          Percebendo isso e conhecendo o potencial turístico da cidade, a Queijaria QUEIJO D´ALAGOA MG, dirigida pelo Osvaldo Filho, criou a Rota do Queijo e do Azeite, em 2016.
          Produzindo queijos finos e de altíssima qualidade, a queijaria alagoense é uma das mais premiadas do Brasil, tendo sido uma das pioneiras em vendas de queijos pela internet. Em 2014, QUEIJO D´ALAGOA, pela sua atuação no divulgação do turismo, recebeu o prêmio MG Turismo, além de premiações em diversos concursos nacionais e internacionais de queijos, com medalhas de super ouro, ouro, prata e bronze. Recentemente, foi premiada com duas medalhas de prata no Mondial du Fromage, realizado na França.
          Além disso, a QUEIJO D´ALAGOA-MG, venceu o TripAdvisor Travgeler´Choice 2021, recebendo ótimas avaliações nos últimos 12 meses dos usuários TripAdvisor, a maior plataforma de viagens do mundo. Com esta eleição, a queijaria passou a integrar
o seleto grupo de 10% das melhores atrações do Mundo, da plataforma.
          A criação da rota, desde sua criação em 2016, contribui enormemente para o aquecimento da economia e incremento do turismo, não só em Alagoa, mas nas cidades vizinhas.
          São pessoas e grupos que vem à cidade para conhecer os queijos e azeites, tendo ainda o privilégio de conhecer Alagoa MG e suas belezas naturais. A visita à Rota do Queijo e do Azeite, foi inclusive recomendada pela Revista Forbes.
          A Rota do Queijo e do Azeite é guiada, sob a responsabilidade da guia Sophia Diniz. O turista faz um tour pela cidade, pela loja física da QUEIJO D´ALAGOA MG, pelas fazendas Cauré e 2M, além de degustação de queijos e azeites no Restaurante Dona Inês. Todo o roteiro inclui duas diárias completas em charmosas pousadas de Alagoa MG, além de traslado. 
          O roteiro é feito em dois dias, começando pela queijaria QUEIJO D´ALAGOA-MG. Localizada no topo da Mantiqueira, entre 1520 a 1600 metros de altitude, a queijaria, segue os rígidos padrões higiene e manejo de gado. 
          O visitante, conhece o passo a passo da produção do queijo artesanal de Alagoa, bem como, terá o prazer de contemplar a impactante vista em redor da queijaria, como por exemplo o Pico do Santo Agostinho, com 2377 metros de altitude, no Parque Estadual Serra do Papagaio.
          Além de conhecer a queijaria e a loja física, instalada no Centro da cidade, no roteiro está inserido a visita à Fazenda 2M, no bairro Rural de Companhia e Fazenda Cauré, onde é extraído o Azeite Prado & Vasquez. 
          Na Fazenda Cauré, o turista, além de conhecer o processo de produção de azeite, pode passear pelos olivais, além de poder colher frutas de época, nos pomares da fazenda.
          O azeite Prado & Vasquez, premiado na Expo Oliva da Espanha recentemente, é considerado um dos melhores do Hemisfério Sul. Com acidez de apenas 0,2%, é comparado, inclusive, aos melhores azeites europeus, em qualidade e sabor.
          O turista é levado até o Restaurante Dona Inês para degustar as variedades de azeites, harmonizados com os diversos tipos de QUEIJO D´ALAGOA MG. Em seguida, vem o almoço, com pratos típicos da culinária mineira.
          A visita à queijaria e Fazenda Cauré, bem como a degustação de queijo e azeite é feita na parte da manhã. Na parte da tarde, os turistas são levados à Fazenda 2M, parceira do QUEIJO D´ALAGOA-MG, onde são acolhidos e muito bem recebidos pela Mestre Queijeira, Dona Dirce, seu esposo, "seu" Márcio e seus filhos, Caik e Luan. 
          Na Fazenda 2M, o turista conhecerá a queijaria, bem como tomará um delicioso café colonial, na varanda do casarão da fazenda, situada a 1.525 metros de altitude, com um vista espetacular da Serra da Mantiqueira.
          Os queijos produzidos na Fazenda 2M são de altíssima qualidade, se destacando com diversas premiações nacionais e internacionais, como Super Ouro no III Prêmio Queijo Brasil - Queijo Faixa Dourada, ouro no Mundial do Queijo em Araxá, além de 3 premiações no Mondial Du Fromage, na França.
          A Rota do Queijo e do Azeite, pode ser feita em qualquer dia da semana por casais, famílias ou grupos de pessoas, com agendamento prévio, com a Guia de Turismo,Sophia Diniz. O contato da Guia é (35) 09987 4570 (Whatsapp)
          Na loja da QUEIJO D´ALAGOA-MG, além da simpatia do Osvaldo (na foto acima) e família, tem os queijos e a criativa decoração do lugar, com frases queijísticas bem atraentes.
          Uma dessas frases, diz muita coisa: “Fui pra Minas Gerais em busca de felicidade e voltei com um monte de queijos”.
          Quem vem à Minas, não esquece jamais, volta e com certeza, o queijo vai na mala, com a emoção de ter conhecido um pouco de Minas Gerais, através da Rota do Queijo e do Azeite.
Fotografias enviadas por Osvaldo Filho da QUEIJO D´ALAGOA-MG. exceto a fotografia de Rildo Silveira e Eramos Pereira, que foram ilustrações nossas.

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