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terça-feira, 17 de agosto de 2021

Conheça a cidade de Simão Pereira

(Por Arnaldo Silva) Com apenas 2618 habitantes, segundo dados do IBGE, Simão Pereira é uma típica, acolhedora, charmosa e pacata cidade mineira. 
          Simão Pereira foi emancipada em 1 de março de 1963, mas sua história começa bem antes. O município faz parte do Caminho Novo da Estrada Real, com acesso à cidade pela BR-040, LMC 874 e AMG-3070. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a Paróquia de Nossa Senhora da Glória).
          A povoação das terras onde está hoje o município, começou com a chegada à região, em 1715, do português, Simão Pereira de Sá e sua esposa, Anna de Boucan, de ascendência francesa. Vieram tomar posse de uma sesmaria, durante a abertura do “Caminho Novo” da Estrado Real.
          Um pequeno povoado foi se formando na sesmaria e crescendo bem rápido, devido estar próximo ao Rio de Janeiro e distante do posto de arrecadação de tributos da Coroa Portuguesa. Por esse motivo, em pouco tempo, em 1718, o povoado foi elevado a freguesia, com o nome de Nossa Senhora da Glória. Desse povoado, originou-se a cidade, que homenageia seu primeiro povoador, Simão Pereira. (na foto acima Elpídio Justino de Andrade)
          Distante 304 km de Belo Horizonte, o município fica na divisa com as cidades mineiras de Matias Barbosa, Belmiro Braga e Santana do Deserto, na Zona da Mata e com a cidade de Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro. O marco da divisa do município com o Rio de Janeiro é o Rio Paraibuna e a Pedra do Paraibuna (na foto acima do maquinista Fabrício Cândido).
          A cidade de Simão Pereira, oferece uma boa qualidade de vida a seus moradores e uma boa estrutura para receber os turistas. Conta com pousadas, hotéis e restaurantes com comidas típicas. Um comércio pequeno, mas variado, setor de serviços muito bom, além da agropecuária, uma das fortes atividades econômicas do município. (na foto acima o edifício da Prefeitura Municipal, tombado pelo decreto nº 654 de 29 de Dezembro de 2009. Foto: Elpídio Justino de Andrade)
          Tendo Nossa Senhora da Glória como padroeira, a cidade é cortada por uma das mais antigas e importantes ferrovias brasileiras, a Estrada de Ferro Central do Brasil. Em seu início, no século XIX, transportava cargas e passageiros, hoje usada somente para o transporte de cargas, sob concessão da MRS Logística.(na foto acima o Chafariz de Pedras em Simão Pereira MG, tombado pelo decreto nº 232 de 16 de abril de 2001. Foto: Elpídio Justino de Andrade).
          Cidade tradicional, seu povo manifesta as características da mineiridade existente nos pequenos municípios mineiros. Vida calma, tranquila, estilo de vida simples e saudável de seu povo, um charmoso casario, em estilo colonial e eclético, bem cuidados.
          Além disso, Simão Pereira se destaca no turismo, graças as suas belezas naturais, como rios, cachoeiras, montanhas, matas nativas com fauna e flora riquíssimas, da Floresta Primária, que fica na Fazenda São Paulo. (na foto acima a Fonte de Santo Antônio, tombado pelo decreto nº876 de 21 de novembro de 2012. Foto: Arquivo Prefeitura Municipal/Divulgação)
          As belezas naturais de Simão Pereira, permite um contato maior dos visitantes com a natureza, através da pesca e passeios de bikes ou mesmo, caminhadas, por construções antigas e paisagens deslumbrantes, encontradas no município.
          Como destaque, o turista pode conhecer o Açude Miragem, a Cachoeira da Constituição, pescar no Rio do Peixe, afluente do Rio Paraibuna, conhecer o Orquidário Sítio Santo Antônio, a Fazenda São Sebastião e a Fazenda Novo Mundo, uma típica fazenda construída no auge da produção de café, com seu casarão erguido em 1865. 
          O casarão sede é um dos mais belos exemplares da segunda fase das construções rurais mineiras, por isso, foi tombado em 1989, como Patrimônio Histórico de Minas Gerais.
          Na parte urbana, o visitante pode conhecer o Centro Cultural Simão Pereira de Sá, a bela Matriz de Nossa Senhora da Glória e pequenas e belas praças. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
          O Cemitério da Rocinha da Negra, bem tombado do município, é um dos mais interessantes pontos de visitação da cidade. (Acima e abaixo do Cemitério Rocinha da Negra. Fotos: Prefeitura Municipal/Divulgação)
          Considerado o último vestígio da sesmaria do Paraibuna, guarda as sepulturas de barões e pessoas ilustres da cidade e região, como do cafeicultor, jurista, político e presidente da Província de Minas Gerais (Governador), Pedro de Alcântara Cerqueira Leite, o Barão de São João Nepomuceno (Barbacena, 28/07/1807 – 24/04/1883)
          Em Simão Pereira, está um dos trechos do Caminho Novo da Estrada Real, aberto no século XVIII, para encurtar a distância entre Ouro Preto e o Rio de Janeiro e facilitar o carregamento do ouro, retirado de Minas Gerais. Conhecido por Picada do Cemitério da Rocinha da Negra, passa em frente ao cemitério de mesmo nome. Hoje é usado para caminhadas ecológicas e passeios ciclísticos.
          Durante o auge das ferrovias no Brasil, Simão Pereira, contou com uma das mais ativas estações ferroviárias da linha da Estrada de Ferro Central do Brasil, a estação Barão de Cotegipe, construída próxima ao Rio do Peixe. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade)
          Inaugurada em 1875, tem ainda em sua proximidade, cinco casas geminadas, datadas de 1951, que resistiram ao tempo e uma capela, em ruínas, erguida no topo de uma colina.
          Tem ainda o Registro do Paraibuna, um casarão de dois pavimentos, usado durante o Caminho Novo da Estrada Real, para fiscalizar e tributar, os carregamentos vindos de Minas Gerais, em direção ao Rio de Janeiro. O casarão tem frente para a linha férrea, e por estrada, asfaltada. (na foto acima e abaixo, o Casarão Registro de Paraibuna, Tombado pelo Decreto Municipal nº 205 de 22 de maio de 2000. Fotografia de Elpídio Justino de Andrade)
          Neste casarão, nasceu Maria Cândido de Oliveira Belo, a mãe de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, além de ter recebido, para um pernoite, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes e ter abrigado tropas, durante a revolução de 1842. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade da antiga Estação Paraibuna)
          Sem dúvida alguma, o grande atrativo natural de Simão Pereira é a Pedra do Paraibuna. 
          É um maciço rochoso, natural, com cerca de 500 metros de altura, 2 km de extensão e altitude entre 800 a 1.150 metros. Fica no km 32, da Estrada União Indústria, com a entrada por Montserrat, distrito da cidade de Comendador Levy Gasparian/RJ (na foto acima do @umviajante), na divisa com Simão Pereira/MG.
          É o maior atrativo natural da região e das duas cidades, que são separadas apenas pelo Rio Paraibuna, mas ligadas por uma ponte. (na foto acima do Fabrício Cândido). Praticantes de escaladas, rapel, asa delta e parapentes, estão sempre subindo a pedra. É o lugar ideal na região para quem pratica esses esportes.
          Simão Pereira, uma cidade pra visitar, conhecer, vivenciar e voltar sempre!

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Minas é polo produtor de locomotivas

(Por Arnaldo Silva) As clássicas cenas das charmosas marias-fumaças, serpenteando as montanhas mineiras, deram lugar às modernas e imponentes locomotivas, que trafegam nos trilhos de Minas Gerais e do Brasil, transportando nossas riquezas, de um canto a outro.
          Desde a implantação das ferrovias no país, no século XIX, o Brasil foi importador de trens e locomotivas. Nas últimas décadas, essa realidade mudou. De grande importador, a produtor e um dos maiores exportadores do mundo, de locomotivas de grande porte. O Brasil é hoje, auto suficiente na indústria de locomotivas. (na fotografia acima de Fabrício Cândido, locomotiva, em Bom Jardim de Minas)
Locomotivas de grande porte
          
Minas Gerais se sobressai na produção de locomotivas de grande porte no Brasil, sendo hoje, um dos maiores polos produtores do setor no mundo, graças a instalação de gigantes do setor, no estado mineiro. (na fotografia acima, locomotiva da Progress Rail, de Sete Lagoas MG)
          A vinda de indústrias de locomotivas, de grande porte para Minas Gerais, foi motivada pela localização estratégica do estado, pela presença de grandes mineradoras, do agronegócio e grandes indústrias, sem contar o apoio e incentivo dos últimos governos estaduais, para a instalação de indústrias desse setor, em Minas Gerais. 
          Além disso, as dimensões continentais do Brasil, possibilitam o aumento da malha ferroviária, para escoamento da produção mineral, industrial e agropecuária. Como consequência, o aumento da demanda por locomotivas, vagões e componentes ferroviários. (fotografia acima de Fabrício Cândido)
          Desde o final do século XX e início do século XXI, percebe-se uma preocupação maior das autoridades e principalmente das grandes empresas do setor de mineração e agronegócio, da necessidade urgente, de expansão da malha ferroviária no Brasil.
          Essa preocupação vem saindo do papel e se tornando realidade, com projetos de extensão da malha ferroviária no Brasil em atividade ou em projetos, a serem executados a curto e médio prazos, para ligação de estados produtores e escoamento mais rápido da produção.
          O aumento da malha ferroviária e novos projetos de expansão das ferrovias no Brasil, vem incentivando gigantes do setor ferroviário, a investirem na fabricação de locomotivas de grande porte e componentes ferroviários, no país, ao invés de exportarem para o Brasil, como era antes.
O polo produtor de locomotivas mineiro
          Com esse objetivo, é que foi criado, em Minas Gerais, um polo produtor de locomotivas de alta tecnologia. São duas gigantes do setor, instaladas em Minas Gerais, único estado brasileiro a fabricar locomotivas de grande porte. (fotografia acima e abaixo de Fabrício Cândido, modelos AC44 fabricados na unidade da Wabtec, em Contagem)
A General Elétric
          A GE (General Eletric) Transportation South America (Gevisa), com sede na Pensilvânia (EUA), é uma unidade da multinacional da Company General Electric, instalada na cidade de Contagem, na Grande Belo Horizonte, desde 1972.
          A empresa começou a produzir locomotivas na primeira década deste século, em sua unidade, em Contagem MG. Em 2008, a primeira locomotiva, de alta tecnologia e grande porte, fabricada em Minas Gerais, foi entregue à MRS Logística.
          A primeira locomotiva produzida em Minas Gerais tinha 34 metros de comprimento, pesava cerca de 200 toneladas, equivalente a 200 carretas e capacidade para transportar, por exemplo, uma média de 10 mil toneladas de minério de ferro.
          Locomotivas desse porte não eram produzidas no Brasil, até 2008. Eram importadas. Apenas locomotivas de pequeno e médio porte, de até 120 toneladas, eram de produção nacional. De 2008 para cá, a realidade mudou por completo.
          Em 2019, a GE Transportation e outra gigante mundial do setor de locomotivas, a norte-americana, Wabtec Corporation, concluíram uma fusão, consolidando a Wabtec, como líder mundial no setor.
          Em 12 de março de 2021, a empresa entregou a 500ª locomotiva de corrente alternada (AC44) do modelo AC44, produzida na unidade de Contagem/MG. Foi um marco no setor ferroviário no Brasil, com o país, passando a fabricar, o que antes, importava, sendo Minas Gerais, protagonista neste marco histórico.
A Progress Rail Service 
          Além da fábrica de Contagem, está instalada, desde novembro de 2012, na cidade de Sete Lagoas, na Região Central Mineira, a fábrica de locomotivas da Electro Motive Diesel (EMD), subsidiária da Progress Rail Services, empresa da multinacional americana, Caterpilar. (fotografia acima de Fabrício Candido)
          Trata-se de outra gigante do setor de locomotivas e serviços de vagões no mundo, com unidades nos países da América do Norte, Itália, Alemanha, Reino Unido e Brasil, com unidades em Hortolândia e Diadema, em São Paulo. A empresa, optou por investir em locomotivas de grande porte no país e escolheu Minas Gerais, para sediar sua primeira unidade de locomotivas, devido seus principais clientes, Vale e MRS, terem grande atuação no estado. (fotografia acima de Fabrício Cândido)
          Ambas as empresas, tem tecnologia para a fabricação, além de locomotivas e vagões para trens de carga e passageiros, como o moderno trem bala. Mas no momento, a prioridade no Brasil, são para trens de carga, consequentemente, a linha de produção, prioritária, das locomotivas fabricadas no Brasil, são para o transporte de cargas.
          As duas gigantes multinacionais, instaladas em Minas, geram centenas de empregos diretos e indiretos, bem como, fomentam a economia, geram impostos, contribuem para o desenvolvimento da malha ferroviária do Brasil e no desenvolvimento de Minas Gerais, bem como, valoriza uma das tradições e identidades do povo mineiro, o amor pelos trens. (fotografia acima de Fabrício Cândido)
          Os trens não podem parar, que venham mais trens, para transportar nossas riquezas e também, para transporte de passageiros. Ferrovia é essencial para o desenvolvimento de qualquer país e necessário, num país de dimensões continentais, como o Brasil.

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Conheça São Francisco do Glória

(Por Arnaldo Silva) Com cerca de 5 mil habitantes, São Francisco do Glória é uma pequena, charmosa, pacata, bucólica e tradicional cidade mineira, da Zona da Mata. Seu povo é hospitaleiro, simples e acolhedor.
          São Francisco do Glória é um convite para o descanso, sossego em meio a belezas naturais, espetaculares. Lugar ótimo para quem busca harmonia, entre corpo e mente. (na foto acima de @shakalcarlos, a Matriz de São Francisco, com a imagem do santo à frente da igreja)
          O nome da cidade é em homenagem ao santo italiano, São Francisco de Assis, padroeiro da cidade e ao Rio Glória. Este rio nasce na Serra do Brigadeiro, na Zona da Mata, em Fervedouro MG, percorre 101 km, até desaguar no Rio Muriaé, em Muriaé MG. Na junção dos dois nomes, temos o topônimo: São Francisco do Glória.
          Cidade de clima ameno, com belíssimas e encantadoras montanhas onduladas, terras férteis, nascentes, córregos, cachoeiras e paisagens espetaculares. (fotografia acima de Brunno Estevão)
          O município está distante 353 km de Belo Horizonte e a 52 km de Muriaé. Faz divisa com Carangola, Fervedouro, Miradouro, Vieira e Pedra Dourada.
          A origem de São Francisco do Glória começa no século XIX. Com o fim do Ciclo do Ouro. Em busca de outras oportunidades e sobrevivência, várias famílias deixaram as regiões de mineração e migram-se para cidades da Zona da Mata. Uma região de terras férteis, com uma crescente formação de fazendas cafeeiras no início do século XIX.
          Algumas dessas famílias, chegaram onde estão hoje as terras franciscanas, formando um pequeno arraial.
          O pequeno arraial foi criado sob as bênçãos de São Francisco de Assis, homenageado com uma singela ermida. Com o tempo, o povoado foi crescendo, com a chegada de novos migrantes. Tempos depois, em 4 de junho de 1858, era criada a paróquia de São Francisco de Assis, marco religioso da cidade.
          A vila foi elevada a distrito, pertencente a Carangola e por fim, elevada à cidade emancipada, em 12 de dezembro de 1953.
          Cidade tipicamente mineira, tem sua economia voltada para a agricultura familiar, piscicultura, pecuária leiteira e cultivo de café (foto acima: arquivo Prefeitura Municipal/Setur). Além disso, conta com pequenos comércios e pequenas indústrias familiares, além de contar com setor de serviços eficiente, locais para hospedagens pitorescos e restaurantes com comidas típicas.
          Por suas belezas naturais, história e arquitetura, o turismo em São Francisco do Glória, é um dos setores de grande importância para a economia do município. (fotografia acima de Shakal Carlos)
          A cidade conta como atrativos turísticos a Serra do Quenta Sol, o Pico da Bandeira da Serra dos Moreiras, a Pedra das Caveiras, a Pedra da Areia Branca, a Cachoeira dos Martins e a do Esaú, a Área de Proteção Ambiental Serra da Providência e a antiga Usina.
          Sem contar a Cachoeira da Bicuíba, no distrito de mesmo nome. É uma das mais belas da região e de grande importância para o município, sendo inclusive, um bem tombado municipal. (fotografia acima de Cristiano Moreira a Cachoeira e abaixo, o distrito de Bicuíba)
          A cachoeira integra um conjunto paisagístico, chamado de Conjunto Paisagístico Cachoeira de Bicuíba. O lugar é de grande valor ecológico e cultural para cidade, além de ser ponto encontro e piqueniques de amigos e famílias franciscanas.
          Além disso, acontece no Complexo Paisagístico da Bicuíba, eventos de grande importância para a região e atividades culturais como Luau, Festival de Comidas Típicas, dentre outras atividades. Por estar as margens da BR 116, é um local de parada obrigatória para fotografias. (fotografia acima de Cristiano Moreira)
          Na Zona Rural do município o destaque são antigas fazendas e suas tradicionais arquiteturas rurais mineiras, dos fins do século XIX e início do século XX, em estilo colonial. São belos, luxuosos e imponentes casarões carregados de história e muito bem preservados, com destaque para as fazendas Pati, Boa Sorte, Córrego do Sossego e Belo Monte (na foto acima: arquivo/Prefeitura Municipal/Setur).

          São fazendas que contam a história e vida do povo franciscano, presentes em relíquias como antigas rodas d´águas, mobiliários de época, peças de ofícios antigos, além de casas de colonos tradicionais.
          Na Fazenda do Sossego (na fotografia acima: arquivo/Prefeitura Municipal/Setur), por exemplo, dois fogões em barro branco, se destacam. Construídos na década de 1980 pelo construtor Osvaldo Pedro Barros, para atender a demanda do grande número de trabalhadores da fazenda. 
          Os fogões contam com trempes em ferro fundido, fornalhas e chaminés. Por serem diferenciados e de grande valor cultural para o conjunto da fazenda, são bens culturais do município. (foto acima: arquivo/Prefeitura Municipal/Setur)
          Como toda cidade do interior mineiro, as atividades e festividades religiosas e folclóricas, são os principais eventos. Destaque para as comemorações religiosas da Semana Santa, Corpus Christi, o dia de São Francisco de Assis, as comemorações marianas em maio, o encontro do Terço dos Homens, Trido Santo Antônio, Novena de Santo Expedito, Novena de Nossa Senhora Aparecida e a Novena de São Francisco de Assis e a Cantata de Natal.
          Tem ainda as festas e festivais tradicionais no decorrer do ano, como as comemorações do Ano Novo, o Carnaval, Festa Junina, Festa do Franciscano Ausente, a Exposição Agropecuária e Concurso Leiteiro, o Festival de Comidas Típicas, Encontro de Motociclistas, o Festival da Viola, Luau a céu aberto e a Festa do Carro do Boi. (na foto acima e abaixo da Prefeitura Municipal/Setur, a tradicional Festa do Carro de Boi)
          Registrada como bem imaterial de São Francisco do Glória, desde 2015, a Festa do Carro de Boi, reúne centenas de carreiros e candieiros da cidade e região. (na foto abaixo da Prefeitura Municipal/Setur, o encontro de carreiros e candieiros)
          A festa, realizada sempre no mês de outubro, durantes as comemorações do Padroeiro, São Francisco de Assis, atrai visitantes de toda a Zona da Mata, para os 3 dias do evento. Nesses dias de festa, acontece homenagens ao padroeiro da cidade, shows, apresentações, comidas típicas e o tradicional desfile de carros de bois, são os principais destaques.
          A Praça da matriz de São Francisco de Assis e a Igreja Matriz, são os principais atrativos arquitetônicos da cidade, bem como, a principal referência cultural e religiosa do povo franciscano. A fé em São Francisco de Assis, está presente na cidade desde o século XIX. (fotografia acima de Cristiano Moreira)
          É na matriz que a religiosidade do povo franciscano se manifesta. É um dos mais belos exemplares da arquitetura religiosa do século XX. Destaca a charmosa arquitetura do templo com seus vitrais e ornamentação interior e ainda sua impactante escadaria. (fotografia acima de Joyce Verdeiro/arquivo/Prefeitura Municipal/Setur)
          Completando a beleza da Matriz, uma bela praça, espaçosa e muito bem cuidada e um charmoso e atraente casario, formam um dos mais belos conjuntos urbanos da região. (fotografia acima de Cristiano Moreira)
          Abaixo do adro da Matriz, no meio da escadaria, a gruta de Nossa Senhora da Conceição, é outro atrativo da cidade, lugar de manifestação de fé do povo da cidade e fiéis de outras cidades. (na fotografia acima do Cristiano Moreira, a gruta)
          Outro destaque em São Francisco do Glória é o Instituto Nossa Senhora das Graças e a Casa da Cultura, que abriga a Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo da cidade, o Museu da Cidade e a Biblioteca Municipal. Dentre as atividades que acontecem na Casa da Cultura, as exposições fotográficas e as aulas de músicas, são destaques.
          Conheça São Francisco do Glória, uma tradicional e típica cidade mineira. Rica em história, gastronomia, cultura, tradições e belezas naturais. (fotografia acima de Shakal Carlos)
A reportagem teve a colaboração do Cristiano Ribas, Brunno Estevão, Shakal Carlos e da Raissa Lanes, da Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo de São Francisco do Glória MG

sexta-feira, 23 de julho de 2021

São João do Paraiso: a capital do doce de marmelo

(Por Arnaldo Silva) Cidade do Norte de Minas, São João do Paraíso está a 1073 metros de altitude e a 785 km, distante de Belo Horizonte, a 328 de Montes Claros MG e a 220 km de Vitória da Conquista/BA. São 24 mil habitantes no município, vivendo na sede e nos distritos de Mandacarú, Barrinha e Boa Sorte.
          São João do Paraíso faz parte da microrregião do Alto Rio Pardo, fazendo divisa com os municípios de Taiobeiras, Ninheira, Montezuma, Vargem Grande do Rio Pardo, Indaiabira, Berizal, Rio Pardo de Minas e Águas Vermelhas, em Minas Gerais e com Cordeiros, na Bahia. (na foto acima de @dronemoc, a Matriz de São João Batista, já reformada)
Origens de São João do Paraíso
          A cidade tem origem numa fazenda pertencente ao Conde da Ponte, formada no século XVIII, nas terras que anteriormente, eram habitadas por índios da etnia Tapuias.
          Com o passar do tempo, um pequeno vilarejo começou se formar, nesta fazenda, nas proximidades do Rio São João. O pequeno povoado cresceu e em 1833, o vilarejo foi elevado a distrito, com o nome de São João da Raposa, devido à grande presença dessa espécie de mamífero na fazenda. (fotografia acima e abaixo de Márcio Pereira/@dronemoc)
          As terras férteis da região, atraiam sempre retirantes, vindos de várias regiões de Minas Gerais e principalmente da Bahia, fugindo da seca que assolava a região, na última década, do século XIX. As belas paisagens, rios, nascentes e a fertilidade das terras, contrastavam com a dura seca que assolava a região na divisa do Norte de Minas Gerais e Bahia, naquela época. A impressão que os retirantes tinham, era de que estavam chegando a um paraíso.
          Com o crescimento do distrito e a qualidade de suas terras, a Vila torna-se, na época, um importante centro comercial da região. Seu nome foi alterado, ainda nessa época, no final do século XIX. No lugar de raposa, ficou, paraíso, permanecendo o nome São João do Paraíso, até os dias de hoje. Em 1943, o distrito de São João do Paraíso foi elevado à cidade emancipada, com o município sendo instituído em 1.º de janeiro de 1944, data em que se comemora o aniversário da cidade.
Cultura, economia e tradições
          São João do Paraíso é uma típica cidade mineira. Pacata, com casario singelo, cidade limpa e charmosa, com um povo bom, acolhedor, simples e hospitaleiro.
          Como toda cidade do interior de Minas, a Matriz e os eventos religiosos, como Semana Santa, Corpus Christi, Natal, festa do padroeiro, São João Batista, Folia de Reis, dentre outros, são grandes atrativos, movimentando a cidade e atraindo visitantes. Em São João do Paraíso, destaca-se a bela Igreja de São João Batista, ponto de encontro e fé do povo paraisense e um dos mais belos cartões postais da cidade (fotografia acima e abaixo de Márcio Pereira/@dronemoc). 
          Outro destaque da cidade é a preservação tradições culturais e folclóricas, como a fanfarra, a Folia de Reis, as festas juninas, em especial, a feste de São João, padroeiro da cidade, bem como as comemorações do aniversário de emancipação, no dia 1.º de janeiro, com desfiles, shows com bandas regionais, culinária típica e muita alegria.
          Além disso, se destaca pelo talento de seus artesãos e a beleza do artesanato que fazem, suas ruas bem cuidadas, com largos canteiros centrais (na foto acima de Márcio Pereira/@dronemoc). E ainda, a Praça Artur Trancoso, uma das mais belas da região. Arborizada, com jardins bem cuidados e uma bela fonte luminosa, é uma das referências sociais e comercial da cidade, e um dos principais pontos de encontros dos paraisenses. 
          A economia da cidade tem como base o setor de serviços, na agricultura de subsistência e na pecuária. Conta com um comércio variado, com lojas, mercados, hotéis, bares e restaurantes com comida caseira.(fotografia acima de Márcio Pereira/@dronemoc da Praça Arthur Trancoso)
          A extração vegetal, é uma das principais atividades econômicas do município, com destaque para o cultivo do eucalipto, principalmente, carvão vegetal, que abastece várias siderúrgicas mineiras. A cidade é ainda uma grande produtora e exportadora de óleo de eucalipto, matéria para a indústria de medicamentos e cosméticos. São João do Paraíso é considerada a Capital do Óleo de Eucalipto no Brasil.
O marmelo
          O maior destaque da economia de São João do Paraíso, atualmente, é uma planta com origens na Ásia Menor e Sudeste da Europa. É o marmeleiro (Cydonia oblonga), conhecido ainda como Pereira-do-japão, Marmeleiro-da-europa e marmelo, em referência ao seu fruto. Segundo historiadores, a espécie foi introduzida no Brasil pelo português, Martin Afonso de Souza, em 1530, no século XVI. (na foto acima de Renato Ribeiro, os pés do marmeleiro e abaixo, o seu fruto, o marmelo) 
          Seu fruto, o marmelo, é consumido no Brasil cru, em forma de sucos, em sopas e principalmente, em forma de doce, a popular, marmelada. As sementes do marmelo são usadas ainda na medicina popular, por ajudar a combater a diarreia. Vara de galhos de marmelo, era muito popular antigamente, usada como corretivos.
          Plantada inicialmente em São Paulo, no século XVI, se expandiu para a Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, onde a planta passou a ser cultivada em larga escala, a partir do início do século passado.
          Nas cidades de Delfim Moreira e Marmelópolis, no Sul de Minas, principalmente, concentrava-se as maiores plantações de marmeleiro do país, tendo ainda, várias fábricas, nessas duas cidades, como por exemplo, da Cica, em Delfim Moreira, que produziam a famosa marmelada, doce mais consumido no Brasil, no século XX.
          A produção da marmelada nessas cidades e região, começou a entrar em declínio, a partir da década de 1970, limitando hoje, em Marmelópolis, a uma única fábrica de que produz a famosa marmelada.
          Marmelópolis, vem buscando recuperar sua tradição na produção da marmelada, recuperando as antigas plantações de marmeleiros e plantando novas. Mesmo assim, o posto de capital do doce de marmelo, pertence atualmente, à cidade do semiárido mineiro do norte mineiro, São João do Paraíso.
          Segundo dados recentes do IBGE, sobre a Produção Agrícola Municipal (PAN), de cada setor das economias dos municípios brasileiros, São João do Paraíso é o maior produtor do doce de marmelo de Minas Gerais, seguido, por Marmelópolis, no Sul de Minas, em segundo, Itacambira, no Norte de Minas, em terceiro, Novo Cruzeiro, no Vale do Jequitinhonha, em quarto, Serro, no Vale do Jequitinhonha, em quinto, Cachoeira do Pajeú, no Vale do Jequitinhonha, em sexto e Delfim Moreira, no Sul de Minas, em sétimo.
          O marmeleiro e seu fruto, gera emprego e renda às famílias paraisenses. É a principal fonte de renda de cerca de 70 famílias do município, que vivem do plantio, colheita e produção de doce de marmelo.
          Em algumas propriedades, a produção anual é pequena, caseira (na foto acima do Manoel Freitas, a produção caseira do doce de marmelo em São João do Paraíso). Já em outras, a produção é maior, em toneladas. Por ano, são produzidos em média 350 toneladas do doce de marmelo em São João do Paraíso, com cada barra pesando em média 1,7 quilo.
          O doce de marmelo é considerado um doce nobre. É fabricado em São João do Paraíso, basicamente em sua forma artesanal, sem adição de conservantes, com os marmelos, cuidadosamente selecionados, garantindo assim um doce 100% natural. Os doces são vendidos embalados à vácuo e alguns, em palhas de bananeiras, o que garante maior durabilidade e preservação de seu sabor por mais tempo. (fotografia ilustrativa acima de Renato Ribeiro, o doce de marmelo)
          Com a abertura de novos mercados e a volta da popularização doce no Brasil, a tendência é o aumento das áreas plantadas e consequentemente, o aumento gradativo da produção.
          O doce de marmelo é de grande importância para a economia da cidade, que motivou os produtores da iguaria a organizarem-se para criar a Cooperativa dos Produtores de Marmelo de São João do Paraíso (Coopemar). O objetivo, com a fundação da cooperativa, é unir os produtores na busca por melhores rendimentos na produção, bem como melhorar mais ainda a qualidade do produto, buscando melhor qualificação dos produtores de doce de marmelo, dentre outros objetivos.
          Com essa iniciativa, organização e tradição, que a cidade adquiriu na produção do doce de marmelo, São João do Paraíso, vem se destacando no Brasil. A cidade é hoje a principal referência nacional na produção de um dos mais nobres e mais apreciados doces do mundo, o doce de marmelo.

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