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quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

As águas que brotam da Serra da Mantiqueira

(Por Arnaldo Silva) Na língua tupi-guarani, Mantiqueira significa “serra que chora”. Da Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, brotam águas minerais, sulfurosas, gasosas e medicinais, ricas em propriedades terapêuticas. 
          As águas que brotam das rochas do Sul de Minas concentram singulares potenciais hídricos em Minas Gerais. São águas que trazem a essência da beleza, da longevidade e da saúde, porque são águas medicinais, terapêuticas, e refrescantes. (foto acima de Sérgio Mourão, Fonte Vicki, de água alcalina, em São Lourenço. Só existem duas fontes desta no mundo, esta em São Lourenço e a outra na cidade de Vichy, na França)
          As águas de Minas atraem todos os anos, milhares de turistas à região atraídos pelo cenário natural esplendoroso da Serra da Mantiqueira e pelas propriedades medicinais de suas águas. Vêm com o objetivo de melhorar e manter sua saúde, além de buscarem paz, tranquilidade relaxamento e sossego, longe do estresse do dia a dia, desfrutando das atividades oferecidas como terapias holísticas e contatos com a natureza, visando o relaxamento. (na foto acima do Rogério Salgado, a Alameda dos Plátanos em Caxambu MG)
Vamos conhecer seis estâncias hidrominerais de Minas Gerais
São Lourenço 
          Conhecida por seu clima ameno, beleza arquitetônica singular com traços europeus, São Lourenço (na foto acima de Cássia Almeida)  é uma das cidades mais procuradas por turistas em Minas Gerais, principalmente por amantes da natureza, por casais em lua de mel ou de férias, já que a cidade oferece várias opções de diversão como eventos culturais, religiosos e folclóricos, bem passeios em pontos turísticos como a Ilha dos Amores, o Mirante, o Teleférico, Memorial Tancredo Neves, Aldeia Vila Verde, entre outros. Pelas ruas da cidade, o visitante encontrará um comércio variado com ótimas opções, principalmente artesanato local e as delícias da nossa culinária como queijos, doces, biscoitos, mel, balas, cachaças e licores. 
          Outro atrativo de São Lourenço é o Trem das Águas que faz um trajeto, de 10 km, margeando o Rio Verde, com direito a contemplação de belas paisagens da Serra da Mantiqueira, até a vizinha Soledade de Minas (na foto acima de Cássia Almeida). Durante o trajeto, os passageiros da classe especial tem o privilégio de poder degustar produtos regionais como vinhos, doces, queijos, licores e cachaças. O passeio é imperdível. 
Lambari 
       Lambari  é uma surpresa agradável para o turista, não só por suas águas ter sido eleita a terceira melhor água mineral do mundo e suas sete fontes, sendo a primeira e segunda, comporem a maior fonte de água mineral naturalmente gasosa do mundo, mas por seus detalhes naturais e urbanos. (fotografia acima de Thelmo Lins)
          Sua charmosa arquitetura chama atenção, bem como suas belezas naturais e opções de diversão e entretenimento que a cidade oferece a seus habitantes e visitantes, como o Palácio do Cassino do Lago; Farol do Lago; Parque das Águas com suas piscinas e fontes de águas minerais com altas propriedades terapêuticas; Parque Wenceslau Braz; Duchas e Cascata; Parque Estadual Nova Baden (reserva ambiental natural e museu, 4 km da cidade); Mata Municipal (reserva da mata Atlântica); Rampa de asa delta na Serra das Águas; Cruzeiro; Igreja Matriz Nossa Senhora da Saúde, além de belas cachoeiras como a do Roncador, Sete Quedas, Serra das Águas e João Gonçalves, Lago Guanabara e o antigo cassino. Lugar ideal para quem busca equilíbrio entre o corpo e a mante e qualidade de vida.
Cambuquira
          Cambuquira, uma singela cidade, tipicamente mineira. Suas águas foram descobertas no século XIX, por escravos que foram hoje o Parque das Águas de Cambuquira com suas fontes de águas gasosas, sulfurosas, alcalino-gasosas-bi carbonatadas, magnesianas e ferruginosas
          Além do Parque das Águas, a cidade na cidade encontra-se um Observatório Astronômico, uma reserva biológica, onde encontra-se as principais nascentes da cidade, além de grutas e cachoeiras. Tem ainda o Mirante do Piripau, a 1372 metros de altitude, com ampla vista para os arredores da cidade e uma rampa para asa delta. Em Cambuquira, as tradições religiosas são preservadas e valorizadas, bem como a tradição do Carro de Bois e Cavalgadas. (foto acima e abaixo de Thelmo Lins)
          A arquitetura da cidade é charmosa, atraente e conta com boas acomodações e restaurantes com a tradicional comida típica mineira. Nas lojas da cidade, encontra-se artesanato e produtos artesanais como queijos e doces, além claro da famosa água mineral de Cambuquira, considerada uma das melhores do mundo. É um líquido precioso, diferente das outras águas engarrafadas que conhecemos, é quase como degustar um delicioso vinho fino. A água de Cambuquira é um orgulho nacional, todos os visitantes percebem isso e fazem questão de levar garrafas da água de Cambuquira para casa.
Caxambu
           Rodeada por montanhas, Caxambu encanta por suas belezas naturais, pelos jardins e belas praças, bem como o Parque das Águas, um dos mais belos de Minas Gerais com suas famosas fontes de água mineral. É uma das mais tradicionais e importantes estâncias hidrominerais do Brasil. É em Caxambu (na foto acima de Sérgio Mourão) que se encontra a maior concentração de águas carbogasosas do planeta. São 12 fontes diferentes de água mineral de alto poder diurético e desintoxicante, cada uma com propriedades químicas diferentes da outra.
          Descobertas em 1810, as fontes de águas de Caxambu passaram a ser procuradas por pessoas de toda a região. A partir de 1875, suas propriedades medicinais e curativas, atraindo ainda mais atenção de pessoas que buscavam curas para diversas enfermidades. (foto acima de Rafael Siqueira)
          Uma dessas pessoas foi a Princesa Isabel (cujo nome completo era Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon de Orléans e Bragança). A princesa veio á cidade em 1868 em busca de tratamento contra sua infertilidade. Graças às propriedades medicinais das águas de Caxambu, conseguiu a cura para sua enfermidade, engravidando quatro vezes.
          Com a repercussão da cura da princesa, Caxambu passou a receber cada vez mais gente vindas do Brasil inteiro, em busca das propriedades medicinais e terapêuticas de suas águas. Para receber tanta gente, em 1886, a Companhia das Águas de Contendas iniciou a construção do balneário, do jardim, do gradil do parque e a captação e abrigo das fontes. O projeto é do arquiteto Alfredo Burnier com detalhes arquitetônicos inspirados nos traços romanos. (na foto acima de Thelmo Lins)
          Além do Parque das Águas, Caxambu (foto acima de Rogério Salgado) o visitante pode caminhar pelo horto florestal e pelas belas e calmas ruas, casarões e igrejas históricas, bem como belas praças, além de saborear a tradicional cozinha mineira, bem como conhecer o rico artesanato local.
          Tem ainda a opção de passeio de teleférico (na foto acima de Thelmo Lins), visitar os criatórios de cavalos Manga-larga Marchador e cavalgar pelas fazendas da região.
          Olavo Bilac, famoso poeta brasileiro, conheceu Caxambu e deixou suas impressões sobre a cidade, suas águas e seus povo: “O que sei é que as águas, santas são santíssimas… Esse milagre é operado, em parte, pelo uso das águas mas é também devido à doçura deste clima abençoado, desta serra e deste céu e, principalmente, à bondade sem par desta gente de Caxambu — uma gente que tem a alma na boca e nos olhos — uma gente meiga que conserva e zela como uma relíquia moral de valor inestimável, a tradição da fidalga e carinhosa hospitalidade mineira — uma gente que acolhe o forasteiro com
 um tal requinte de afeto e de sinceridade, que ele, ao partir, deixa cair por aqui um pedaço do coração.”
Baependi 
          Além do turismo ecológico, de suas belezas naturais como cachoeiras paradisíacas como a do Caldeirão (na foto acima de Jerez Costa), Itaúna e Juju, montanhas, matas nativas e de suas águas medicinais, Baependi tem forte vocação religiosa. 
          Foi no município que viveu a leiga Nhá Chica, reconhecida pela Igreja Católica como beata em 2013. Desde essa data, peregrinos vem constantemente à cidade para visitar o Santuário da Imaculada Conceição (na foto acima Elpídio Justino de Andrade), a Igreja de Nhá Chica, que fica no Centro da cidade. Os restos mortais de Nhá Chica estão no Santuário, bem como ao lado, o peregrino pode conhecer a casa em que viveu a beata, quando sua mãe e irmão, saíram de Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei, para viverem em Baependi. Na bagagem, com muitos poucos pertences, trouxeram uma Imagem da Imaculada Conceição.
          O artesanato é uma importante atividade econômica em Baependi destacando a comercialização de pedras e peças feitas em bambu, palha de milho e tronco de cafeeiro que são distribuídas em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e capitais da Região Nordeste do Brasil.
Passa Quatro
          Passa Quatro é um pacata e acolhedora cidade, com ares tipicamente mineiros, contando hoje com pouco mais de 16 mil habitantes. Charmosa em sua arquitetura colonial, do século XIX e eclético, do século XX, presentes em seu Centro Histórico, Passa Quatro um dos destinos mais atraentes e um surpreendente paraíso hidromineral, no Sul de Minas. Suas fontes estão espalhadas pela cidade, acessível a moradores e turistas. (foto abaixo de Rildo Silveira)
          Apesar das propriedades de suas águas medicinais, por ser um município rodeado pelas mais altas montanhas do Brasil, sendo este o seu maior atrativo. A cidade  é mais procurada por trilheiros e alpinistas e amantes da natureza, pela beleza da Serra da Mantiqueira, por suas belíssimas cachoeiras, em destaque a Cachoeira do Poço Paraíso, Cachoeira Poço do Quilombo, Cachoeira da Gomeira e do Andorinhão, o Rio Verde, o Pico Pedra da Mina.
          Além disso, da Estação de Passa Quatro (na foto acima de Sérgio Mourão), sai o trem que corta as montanhas da Mantiqueira, permitindo aos passageiros, vistas paradisíacas da região e ainda conhecer lugares históricos, como o Túnel da Mantiqueira, inaugurado por Dom Pedro II em 1881, que foi palco ainda da batalha entre mineiros e paulistas, na “Revolução Constitucionalista de 1932. A estação final do trem é na Estação Coronel Fulgêncio, na divisa com a vizinha Cruzeiro /SP. 
Como chegar às cidades da Mantiqueira
Vindo de Belo Horizonte pegue a Rodovia Fernão Dias rumo a Três Corações, no Sul de Minas.
Pra quem vem de São Paulo o melhor caminho é pela Fernão Dias, até Pouso Alegre, pegando a MG-458 até Heliodora.
Pra quem vem do Rio de Janeiro a estância hidromineral mais próxima é São Lourenço, distante 270 km da capital fluminense pegando a BR-116, seguindo até a BR-354.
Pra quem vem de avião o aeroporto mais próximo das Estâncias Hidrominerais do Sul de Minas é o de Varginha. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Mineiridade que corre nas veias

(Por Arnaldo Silva) Em Minas, visita é logo convidado para entrar e ir pra cozinha, pra tomar um cafezinho passado na hora. Seja na hora do almoço ou no jantar, chegou visita, vai logo pra cozinha. Se quiser, pode ficar, pode pousar. Sempre tem uma cama sobrando para receber as visitas. (na foto acima de Lucas Carvalho/@elclucas Senhor Carneiro, mora na Vila do Rio das Mortes, distrito de São João Del Rei, MG, na residência mais antiga do local)
          Mineiro é assim, recebe as visitas tão bem que impressiona.
Se conhece, trata bem demais, se não conhece, desconfia um pouco mas logo se solta e o visitante já é de casa, quase compadre e vai logo para a cozinha tomar uns goles de café e jogar uma boa prosa fora, ouvindo os nossos melhores causos. Casa de mineiro não tem sala, tem cozinha. (acima de @shakalcarlos, tradicional fazenda mineira no Caminho da Luz, Zona da Mata)
          O maior prazer do mineiro é levar sua visita para cozinha comer queijo, pão de queijo, biscoitos, bolos, broas, rosquinhas e claro, tomar muito café, feito na hora, no coador de pano. (na foto acima do Cantinho de Minas em São João Batista do Gloria MG)
         Mas tem gente que não entende o nosso mineirês e o nosso jeito de ser. Não falamos errado, falamos do nosso jeito. É um sotaque, um dialeto falado desde o povoamento de nossas Minas Gerais, há uns 300 anos e valorizamos muito as nossas tradições e origens. Nas 12 regiões geográficas de Minas, mesmo com algumas diferenças, nosso sotaque, tradições, história e cultura são valorizadas e passadas de geração a geração.
          Aqui não tem mar e nos perguntam o que fazemos num lugar sem mar. Se Minas não tem mar, o problema é do mar que não tem Minas. Nós vivemos super bem entre nossas montanhas, nossas cachoeiras, rios, cidades encantadoras, históricas e com nossa vasta e riquíssima culinária. (na foto acima do J. Camilo, o Lago de Três Marias MG)
          Quem não é mineiro, não entende isso. Nós não estamos em Minas, somos Minas Gerais. Minas faz parte da gente. Minas é o nosso sangue, é um trem que corre em nossas veias.
          O que nos diferencia é que somos parte integrante de nosso Estado, de nossas belezas, de nossa cultura, de nossa riqueza gastronômica.
          O mineiro, mesmo que não viva em Minas, sabe com, certeza que Minas Gerais vive nele. 
          Mineiro tem orgulho de Minas porque ser mineiro é bom demais!

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Os 10 destinos mais acolhedores do mundo

(Por Arnaldo Silva) Imagine você andando por ruas com árvores com folhagem coloridas, jardins e casario em estilo europeu. Imaginou estar na Europa, em Campos do Jordão, Pomerode ou em Gramado? Nenhuma das opções. Esse lugar é no Brasil e em Minas Gerais. É Monte Verde, distrito de Camanducaia, no Sul de Minas, distante 484 km da capital. Na charmosa, acolhedora e aconchegante vila, vivem, em seus exatos 1555,5 metros de altitude, cerca de 6 mil pessoas, todos simpáticos, receptivos e hospitaleiros.
          A beleza da arquitetura monte-verdense encanta pelo estilo alemão e letão, mas sua origem não é nem da Alemanha e nem da Suíça, é da Letônia, pequeno país no Leste Europeu, uma ex república da antiga União Soviética. (foto acima do Wdiniz) Os letões chegaram à região por volta de 1938 e perceberam similaridade na paisagem, clima e frio da região, com a de seu país. Adquiriram propriedades no local e começaram a povoar e construir casas no estilo arquitetônico letão. Com o passar do tempo, novos moradores foram chegando, a vila crescendo e se desenvolvendo, formando hoje as características atuais de Monte Verde. Assim surgiu um dos mais atraentes, charmosos e elegantes distritos de Minas Gerais. 
          Hoje Monte Verde (na foto acima do Wellington Diniz) é um dos principais destinos turísticos do Brasil, e não é por acaso. Seus moradores conseguiriam unir a tradição Europeia e mineira, principalmente na culinária, investiram na formação de uma rede gastronômica de alta qualidade, com pratos finos e diversificados, mesclando a tradição da culinária mineira que vai desde o nosso frango com quiabo, aos principais pratos europeus, como fondue, por exemplos. Outro investimento foi na formação de uma sofisticada rede hoteleira, que inclui de pequenas e charmosas pousadas até pousadas e spas luxuosos. Além disso, diversificaram o artesanato local, bem como a produção artesanal de queijos, cachaça, licores e doces. 
          Aliado ainda às belezas da região e o frio, um dos atrativos de Monte Verde. Sua paisagem fica mais parecida com as pequenas vilas europeias em dias de geada, com temperaturas baixíssimas, entre 0ºC a -7º nos dias de frio intenso. No inverno normal, os termômetros ficam em torno de 3 a 10 graus e em dias de verão, a temperatura fica em 25ºC em média, portanto, clima ameno na estação mais quente do ano. (foto acima enviada pela Mônica Milev)
          Para explorar as belezas arquitetônicas, naturais e gastronômicas de Monte Verde, foram criados vários roteiros de passeios, incluindo trilhas, cachoeiras, mirantes com vistas impactantes, visitas aos pontos naturais como a Pedra Redonda, Chapéu do Bispo, Platô, Pedra Partida, Pico do Selado, passeios de quadriciclos, a cavalo, além de passeios pela chocolaterias, cervejaria Fritiz, lojas de artesanatos e outros locais atrativos de Monte Verde, que levam o turista a verdadeiros cenários de filmes românticos. (fotografia de Anthony Cardoso/@anthonyckn)
          Todo esse investimento na melhoria do distrito, tanto por parte da Prefeitura na parte de melhorias urbana, quanto por parte dos moradores, organizados em Associação, foi feito de forma sustentável e organizada, com a preocupação em melhorar o atendimento ao turista, bem como a qualidade de vida de seus moradores. Investimentos estes com grande retorno pois o distrito recebe recebe uma média de 300 mil turistas por ano, principalmente entre os meses de maio a agosto e no final ano, com os festejos natalinos e a iluminação de natal da vila, uma das mais belas do Brasil.      
          A presença dos turistas são constantes, permanentes e crescentes. Além das belezas naturais, da qualidade das pousadas, de sua culinária, da beleza do seu artesanato, das ruas, dos produtos artesanais oferecidos, um outro diferencial é de grande importância para Monte Verde ser o que é hoje. (fotografia acima de Wellington Diniz) É a hospitalidade de seu povo. Quem vem a Monte Verde quer voltar e recomenda visitas. Alegria, gentileza e a educação de seu povo acolhedor, impressiona, não só o Brasil, mas o mundo.
          E não é nenhum exagero. Fato confirmando em janeiro de 2020, quando um dos maiores sites de turismo do mundo, o Booking.com, divulgou a lista dos 10 destinos turísticos mais acolhedores do mundo e Monte Verde ficou nono lugar. No Continente Americano (América Latina, Central e do Norte) só Monte Verde na lista. Os outros nove são da Europa e Ásia. (fotografia de Anthony Cardoso/@anthonyckn)
          A eleição foi feita entre viajantes do mundo inteiro que usam a plataforma. Agora, Monte Verde faz parte  do Traveller Review Awards 2020, prêmio anual da Booking.com que homenageia os parceiros de acomodação.  
A lista dos 10 destinos mais aconchegantes do mundo: 
1. Goreme (Turquia)
2. Tatranska Lomnica (Eslováquia)
3. Phong Nha (Vietnã)
4. Kobarid (Eslovênia)
5. Cochem (Alemanha)
6. Doolin (Irlanda)
7. Taitung City (Taiwan)
8. Schenna (Itália)
9. Monte Verde (Brasil)
10. Lake Tekapo (Nova Zelândia)
          O cantinho da Europa em Minas (na foto acima de Wellington Diniz) pode dizer para todos que é um dos lugares mais acolhedores do mundo, onde o turista é bem recebido, muito bem acolhido, se sentindo como se estive em sua casa. Esse é uma das mais antigas identidades mineiras: a hospitalidade, o acolhimento e a alegria em receber visitantes. Em Minas, toda visita é de casa. 

domingo, 12 de janeiro de 2020

O paraíso do queijo, azeite, vinho, café e doces

(Por Arnaldo Silva) Queijo, vinho, azeite, café e doces, transforma Minas Gerais no paraíso gastronômico do Brasil. Nossa culinária é uma das mais diversificadas do mundo. Referência em todo o Brasil, a cozinha mineira é saborosa e atrai paladares de todo de todos os cantos do país. (na foto abaixo, de Rinaldo Almeida, Fazenda de Azeite em Maria da Fé MG)
          Não só montanhas, estâncias hidrominerais, cachoeiras e arquitetura colonial que atraem turistas. A nossa culinária, com as centenas de festivais gastronômicos por todo o Estado, fomenta a economia e turismo no Estado. 
          São mais de 300 anos de pura tradição e história. Além dos nossos saborosos e inigualáveis pratos, Minas Gerais sempre se destacou na produção de queijos e café de altíssima qualidade, se destacando no mundo inteiro. Recentemente, vinhos e azeites produzidos em Minas Gerais estão cada dia mais presentes nas mesas dos mineiros e também do brasileiro. 
O paraíso dos queijos
          Que o queijo mineiro é o melhor do Brasil isso todos sabem desde o século 18. De uns anos para cá os queijos mineiros vem recebendo premiações constantes, não só nacionais, mas internacionais, como aconteceu no Mondial du Fromage, a “Copa do Mundo dos queijos” realizada na França ano passado. Das 56 medalhas conquistadas por queijos brasileiros, 50 foram para queijos mineiros. (na foto acima, queijaria da Granparma, na Fazenda Malhada, em Cachoeira de Minas, Sul do Estado e na foto abaixo, do Luís Leite, a Fazenda Caxambu, em Sacramento, no Triângulo Mineiro, que produz um dos mais premiados queijos do Brasil, inclusive no Mondial Du Fromage)
          Os queijos premiados de Minas estão presentes em várias cidades, por todas as regiões mineiras podendo, ser encontrado em Araxá, Serra do Salitre e Sacramento no Alto Paranaíba/Triângulo Mineiro; São Roque de Minas, Medeiros, Delfinópolis, Bambuí, Vargem Bonita, Tapiraí e Piumhi na Serra da Canastra; Barbacena no Campo das Vertentes; Alagoa, Aiuruoca e Cruzília no Sul de Minas; Datas, Serro e Diamantina no Jequitinhonha. Além de experimentar os deliciosos queijos, o turista pode desfrutar das belezas arquitetônicas e naturais dessas cidades, todas com belíssimos atrativos culturais, arquitetônicos e naturais, bem como bons restaurantes, hotéis e pousadas. 
O paraíso do leite
          Minas é o maior produtor de leite do Brasil, segundo dados do IBGE, divulgados em 2019, Minas lidera a produção nacional de leite, com 9,8 bilhões de litros de leite por ano, seguido de Paraná com 4,4 bilhões e em terceiro, Rio Grande do Sul com 4,2 bilhões. (foto acima Eramos Pereira/Epamig) Boa parte desse leite vai para a produção de queijos. Minas é o maior produtor de queijos do Brasil e o sexto maior produtor de queijos do mundo e também de doces, principalmente doce de leite.
O paraíso dos doces
          Por todos os municípios mineiros, você encontra doces caseiros e industriais. Os mais famosos doces de leite do Estado são: Doce Viçosa, de Viçosa e Ubari, de Ubá, Sabores do Grama, de Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata, Reserva de Minas, de Machado, Ercila de Itanhandu, Tatitânia, Boreal de Rio Pomba, Majestic de Alfenas no Sul do Estado, Nevada de Carmópolis de Minas, no Oeste do Estado; Rancho Paraíso de Itaguara e Doces Antunes, de Moeda MG (na foto acima, doce de leite caseiro feito pela Regina Kátia/@reginasfarm)
          Tiradentes no Campo das Vertentes (na foto acima de César Reis) e Araxá no Alto Paranaíba se destacam na produção de doces diversos em Minas Gerais. A primeira é uma das mais belas cidades históricas do Brasil. 
          Já Araxá (na foto acima de Celso Flávio), famosa por seu queijo, pelas cervejas artesanais, por sua famosa culinária, por suas águas radioativas, pelo Grande Hotel, pela história de Dona Beja e suas belezas naturais. 
O paraíso do azeite
          Outro destaque mineiro é o azeite e suas fazendas produtores. (foto acima de Eramos Pereira/Epamig) Há mais de 70 anos, pesquisadores da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) em Maria da Fé, no Sul de Minas, vêm trabalhando no desenvolvimento do cultivo de oliveiras em Minas Gerais, obtendo resultados impressionantes. Nossos azeites vêm conquistando mercados e premiações nacionais e internacionais, sendo comparados aos tradicionais azeites gregos, portugueses e italianos pela qualidade e baixa acidez. 
          As cidades com destaque na produção de azeites no Estado estão concentradas na região Sul de Minas, precisamente na Serra da Mantiqueira. São belíssimas e acolhedoras cidades, muitas delas pacatas e pitorescas, destaques também no turismo ecológico e gastronômico. Cidades como Andradas e Poços de Caldas, tem azeites premiados, bem como Alagoa, Aiuruoca (na foto acima de Marlon Arantes), Delfim Moreira, Cristina, Maria da Fé e Itanhandu. 
          Minas Gerais também é pioneira na produção de azeite de abacate, produzido pela empresa Paraíso Verde, com produção centrada em São Sebastião do Paraíso, no Sudoeste do Estado. 
O paraíso vinhos
         A terra da cachaça, também produz vinhos e de qualidade. Aliás, vinho foi a primeira bebida a ser produzida em Minas Gerais. A bebida foi introduzida em nossas terras pelos portugueses no século 18. Com a descoberta de diamantes na região, consideráveis números de portugueses vieram para a região de Diamantina (na foto acima de Giselle Oliveira). Importar a bebida da Europa naquela época era bem difícil, a solução foi plantar uva e produzir vinhos. Diamantina com seus mais de 1280 metros de altitude se tornou propícia para a produção de vinhos finos, de excelente qualidade.
          Os vinhos de altitude de Diamantina são finos e de alta qualidade (na foto acima alguns dos rótulos de vinhos diamantinenses - Foto Avodaj/Divulgação), como o vinho Quinta D´Alva, Vindiminas, Diamante das Minas, Vesperata, dentre outros rótulos produzidos pelas seis vinícolas existentes no município atualmente. Além da beleza arquitetônica da cidade patrimônio cultural da humanidade, o turista poderá desfrutar da excelente culinária e artesanato local, típicos de Minas Gerais. 
          Tradicionalmente, o Sul de Minas se destaca na produção de vinhos. (na foto acima, Vinícola Fidêncio em Bueno Brandão MG) Introduzida na região por imigrantes italianos, a bebida vem crescendo em produção e qualidade, sendo essa qualidade reconhecida em diversas premiações, nacionais, quanto internacionais, como a recente premiação internacional, conquista em Londres, pelo Vinho Maria Maria de Três Pontas. Andradas, Andrelândia, Cordislândia e Caldas são outras cidades que se destacam na produção de vinhos finos de qualidade. Caldas, por sinal, é uma das mais antigas cidades do Sul de Minas, estância hidromineral, conta com uma riquíssima culinária, sendo destaque, a famosa Festa do Biscoito, que acontece sempre nos fins de semana no mês de julho. 
O paraíso do vinho, licor e cerveja
          Na região central de Minas, a 120 km de Belo Horizonte, a histórica cidade de Santana dos Montes (na foto acima do César Reis), produz cerveja artesanal e vinho de qualidade, em suas fazendas centenárias. Destaque para o vinho Dos Montes, produzido na Fazenda Guarará, com uvas cultivadas na própria fazenda. 
          Em Sabará, cidade histórica pertinho de BH e Catas Altas (na foto acima de Thiago Andrade/@thiagotba82), outra cidade história, a 120 km da capital, na Serra do Espinhaço, é produzida o famoso vinho de jabuticaba, tinto suave, de mesa e seco. O festival de vinho de Catas Altas, que acontece sempre em maio, é um dos mais importantes e tradicionais festivais gastronômicos mineiros. 
          Outra bebida famosa em Minas, produzida em todas as cidades mineiras é o licor. Em Itaipé, no Vale do Mucuri é bebida é uma das mais tradicionais no Estado. São licores de todos os sabores, com destaque para os produzidos com frutos nativos de Minas Gerais. 
O paraíso do café
           E agora a mais famosa bebida mineira: o café. (fotografia acima de Chico do Vale) Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. Nosso Estado sozinho produz sozinho mais de 50% de todo o café nacional e por esse motivo, nossos cafés são os mais premiados do Brasil, bem como reconhecido como um dos melhores cafés do mundo. 
          As cidades produtoras de café que se destacam em Minas Gerais são: Cristina, Campos Gerais, Três Pontas, Muzambinho, Conceição das Pedras, Paraisópolis, Jesuânia, Lambari, Dom Viçoso, Pedralva, Carmo de Minas e Guaxupé no Sul de Minas.
          Diamantina, Montes Claros, Buritizeiro, Presidente Kubistchek, Medina, Ladainha, Pedra Azul, Nanuque, Felício dos Santos, Salinas, Turmalina, Teófilo Otoni, Serro, Gouveia, Santa Maria do Salto, Malacacheta,  Angelândia, Mutum, Carangola e Inhapim no Vale do Jequitinhonha, Mucuri, Vale do Rio Doce e Norte de Minas. (na foto acima do Sérgio Mourão, cafezal em Angelândia MG)
          Patrocínio, Monte Carmelo, Araguari, Patos de Minas, Campos Altos, Serra do Salitre, São Gotardo, Araxá e Carmo do Paranaíba no Alto Paranaíba/Triângulo Mineiro.
          Unaí no Noroeste de Minas, é um dos grandes destaques na produção de cafés de qualidade, bem como os tradicionais cafés da Zona da Mata Mineira, destacando os cafés produzidos em Ervália, Viçosa, Manhumirim, Muriaé, Araponga, Alto Jequitibá, Espera Feliz e Alto Caparaó, cidades tradicionais na produção de café, com premiações nacionais e internacionais. 
O paraíso é aqui, em Minas Gerais
          Vindo às Minas Gerais, curta nossas belezas naturais como rios, cachoeiras e montanhas, como a Pedra do Pedrão, em Pedralva, no Sul de Minas, (na foto acima de Rinaldo Almeida). Se delicie com a qualidade das águas das estâncias hidrominerais. Vivencie nossa história, com a beleza de nossa arquitetura colonial. Volte ao passado, andando de Maria Fumaça, aventure-se pelas trilhas e montanhas mineiras, mas conheça nossos vinhos, licores, cafés, queijos, e azeites. (na foto abaixo de Giseli Jorge, terreiro de café em Andradas MG, Sul de Minas)
          As fazendas produtivas de azeites, queijos, doces, vinhos e cafés, em sua maioria, recebem visitantes para conhecerem e degustarem seus vinhos, azeites, queijos e cafés. 

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Campo de Gabirobas

(Por Marina Alves/Lagoa da Prata) Gabiroba, ou guabiroba? Eu gosto de “gabiroba”, mas pode ser “guabiroba” — ou vários outros nomes para a frutinha nativa dos nossos cerrados, que floresce de setembro a novembro, quando a gabirobeira se cobre de flores brancas e cheirosas. Vivi muito da minha infância correndo atrás das moitas apinhadas destes frutos maduros e docinhos.
          A gabiroba é uma fruta redondinha, de polpa suculenta, com muitas sementes. Seu nome, segundo li, vem do tupi-guarani wa'bi, "ao comer" e rob, "amargo” e tem um sabor de intrigante paladar. Quando verde, a casca é meio amarga e grossa, bem ruinzinha de provar, mas quando madura, é docinha feito ela só! É também fonte de alimento para insetos e pássaros, e concentra mais vitamina C que a acerola. (fotografia acima de Jad Vilela de Divinópolis MG)
          A gabiroba não é só uma deliciosa e nutritiva fruta do mato. Ela é também tema de muitas histórias de infância, sendo sua colheita pretexto para encontros e brincadeiras. Para quem viveu na roça, a gabiroba era um feliz e animado passatempo. Chegava o domingo e o povo chamava:         
 — Vamo caçá gabiroba, gente! — e estava pronto o passeio. Amigos e parentes se juntavam e saíam para passar o dia no cerrado, atrás das frutas. Os olhos ávidos por achar o pé mais carregadinho, não perdiam uma só moita pela frente. A gabiroba enche o pé! É uma festa dar de cara com o arbusto coberto de frutos maduros — puro mel na boca! Comer gabiroba no pé não é como comer uma banana ou chupar uma laranja. É totalmente diferente! Porque antes de tudo existe a aventura de “caçá-la”. E não são poucos os “causos” que começam assim: “Um dia, nóis fomo caçá gabiroba e...”. Certeza que vem causo bom! 
          Certa vez, perguntei a alguém de mais idade pelos “divertimentos” dos jovens de sua época. É claro que entre as rezas, os terços, as visitas, foi citada a caça à gabiroba. E pelos relatos, a busca pela frutinha era quase um evento. Ali se faziam amizades, começavam namoros, tratavam casamento, aconteciam fatos que viravam histórias. E muitos eram os casos de gente que, correndo atrás das gabirobeiras, se perdia na imensidão do cerrado. E que trabalhão encontrar os perdidos! E pasmem — havia até relatos de assombrações que apareciam para os mais desavisados e ambiciosos. Um perigo, uma coisa do outro mundo! Sem contar que tinha gente que acendia vela na intenção de colher boas e graúdas gabirobas. (foto acima de César Reis)
          E os concursos? Sim! Ao final do “tour rural” ganhava quem apresentasse a maior ou a menor gabiroba (só não sei qual era o prêmio. Talvez só mesmo o gosto de tirar uma onda: achei a maior! Achei a menor!) Cada coisa, hein? 
          Faz algum tempo, em visita ao lugar onde nasci, resolvi adentrar ao mato, à beira da velha estrada. Grata surpresa! Dei com um campo de gabirobas em temporada de colheita! Levar à boca os frutos maduros e doces foi como retornar no tempo, quando, junto com as primas, desbravava aqueles cerradões, à cata das gabirobeiras carregadas. (foto abaixo de Arnaldo Silva)
        E provar das gabirobas no pé não foi apenas saborear uma frutinha de sabor inconfundível. Foi ter o poder de trazer a infância outra vez, pelas boas lembranças e pelo paladar!

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