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quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Conheça Pintos Negreiros

(Por Arnaldo Silva) Pintos Negreiros é um charmoso e pitoresco distrito de Maria da Fé, no Sul de Minas Gerais criado por Lei em 1953. A charmosa Vila faz divisa com os municípios de Cristina, Dom Viçosa, Virgínia, Delfim Moreira e Itajubá.
          Encravado na Serra da Mantiqueira, a Vila conta com pouco mais de 1600 moradores que vivem nos bairros Negreiros, Alto da Serra, Pedreira, Canto dos Amaros, Canto dos Carneiros, Canto dos Caetanos, Mendanha, Caetés, Coli e Boa Vista da Barra. A atividade econômica principal do distrito é a agropecuários e pequenos comércios. (fotografia acima de Carlos Henrique Silva e abaixo de Cássia Almeida)
          Outra atividade que vem crescendo no distrito é o turismo rural como o surgimento de pousadas, trilhas e oportunidades que o distrito oferece aos visitantes de conhecer as belezas da Serra da Mantiqueira, num lugar charmoso, tranquilo, pitoresco, com um povo muito simples e hospitaleiro. Como em toda região da Mantiqueira, belezas naturais também estão presentes em Pintos Negreiros como cachoeiras paradisíacas, ótima trilha com cerca de 51 km de extensão que atraem ciclistas e motociclistas de várias regiões. Para os adeptos de rapel e escaladas, a dica são as pedreiras. 
          Vale ressaltar que Pintos Negreiros é considerada pelos trilheiros como um dos melhores lugares do país para a prática de mountaim bike. (Fotografia acima Cássia Almeida)
          A religiosidade é marcante entre os moradores de Pintos Negreiros. A fé católica é predominante, sendo que sua principal igreja faz parte da Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, na sede, Maria da Fé MG. No bairro Boa Vista da Barra há mais uma igreja católica e no distrito tem ainda uma igreja da Assembleia de Deus. (fotografia acima e abaixo da Cássia Almeida)
          O acesso ao distrito é por estrada de terra, bem conservada. Saindo de Maria da Fé, são 25 km. De Dom Viçoso até Pintos Negreiros são 10 km. Outra opção é por Delfim Moreira e Virgínia, também em estrada de terra, porém não estão em boas condições. A que está em melhores condições de tráfego é esta acima, saindo de Maria da Fé MG. 

Os vinhos finos de altitude de Diamantina

(Por Arnaldo Silva) A paisagem lembra a italiana Toscana, sem exageros. Variedades diferentes uvas estão presentes nos vinhedos, entre elas muscat, sauvignon, merlot, tempranillo, syrah usadas na produção dos vinhos em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, a 300 km de Belo Horizonte. (acima alguns rótulos de vinhos diamantinenses e abaixo, vinhedo da Quinta Campo Alegre - Imagens enviadas pelas Avodaj/Divulgação)
     Isso mesmo, vinho no Vale do Jequitinhonha e na terra dos diamantes, de Chica da Silva, da seresta, de JK. Diamantina da música, da arquitetura, dos tapetes arraiolos e nosso patrimônio Cultural da Humanidade produz vinho, sim, de excelente qualidade. 
     Mas isso é recente? Não, não é. Diamantina foi uma das primeiras cidades a produzir vinhos no Brasil e em toda a América. Os vinhos já existiam em Diamantina bem antes da chegada dos imigrantes europeus, principalmente italianos, que para cá vieram no final do século 19 e começaram a produzir vinhos, principalmente na região Sul do país. (na foto abaixo Quinta da Matriculada - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
     Vinhedos em Diamantina existem desde o século 18, há mais de 200 anos. A cidade também se destaca na produção de cafés e oliveiras, culturas favorecidas por sua altitude, 1280 metros acima do nível do mar e temperaturas amenas, em média 18ºC. Diamantina é uma das cidades mais frias de Minas Gerais, com um inverno bem rigoroso e seco. Clima propício para a produção de uvas. 
     Os vinhos de Diamantina eram tão importantes para Minas e para todo o Brasil que na cidade existia uma estação enológica, fundada no início do século XX e desmontada pelo Governo Militar na década de 1970, bem como foi extinta a estrada de ferro. Mandaram a estação para Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. O objetivo era tirar da memória do povo, Juscelino Kubistchek e sua terra (foto acima/Arquivo). Tudo que lembrava JK era evitado naquela época pelo Governo Militar. 
Hoje vinhedos vêm crescendo ano a ano no município, embora em produção pequena, ainda artesanal. Mas vamos voltar a dois séculos para entender a vocação dos diamantinenses para a produção de vinhos. (na foto acima, rua das uvas Syriah e abaixo, vinho La Blanca da Quinta do Campo Alegre - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
     Tudo começou no século XVIII, quando Diamantina ainda se chamava Arraial do Tijuco e era a maior produtora de diamantes do mundo, naquela época. Tanta riqueza atraiu os nobres portugueses, que vieram para o Brasil com suas famílias em busca da riqueza que as pedras preciosas mineiras propiciavam. Com a chegada dos portugueses, veio também seus costumes, entre eles, o de beber vinhos. (foto abaixo de Elvira Nascimento)
     Como trazer vinhos da Europa nos tempos do Brasil Colônia era muito difícil e quando conseguiam trazer, demoravam meses para chega, a urgência de se produzir a bebida em nossas terras começou a ganhar força, pela necessidade dos portugueses em ter a bebida e ainda para as celebrações religiosas, já que não tinha vinho nem para os padres celebrarem as missas. 
     Foi assim, pela necessidade, que começou nessa época o plantio de sementes de uvas, vindas de Portugal no antigo Arraial do Tijuco e região. A altitude e temperaturas amenas foram os fatores primordiais para a proliferação das videiras no município, bem como a produção de vinhos. 
     Os vinhos produzidos em Diamantina eram comercializados na cidade e também em parte da Região do Vale do Jequitinhonha e Norte do Estado, levada por tropeiros. Os principais clientes eram os padres e os fidalgos da época.
     A cidade que produzia diamantes foi uma das primeiras a produzir vinhos no Brasil e na América. Vinhos finos e de qualidade que agradou os exigentes paladares dos portugueses. 
     No final do século 19 e início do século 20, a produção de vinhos em Diamantina teve um rápido crescimento, levando o Governo do Estado a criar no município uma estação enológica, que existiu na cidade até a década de 1970. Com a crise de 1929, a produção de vinhos na região sofreu uma queda enorme, se limitando a poucas famílias, basicamente produziam para consumo próprio ou para algumas vendas. Nas décadas seguintes, começou a retomada da produção, ainda bem artesanal, sofrendo novo revés quando da transferência da estação enológica da cidade, na década de 1970. O motivo da transferência foi citado acima. 
     Mesmo com todas as dificuldades, falta de capital para investir na melhoria dos vinhedos e no aumento da produção e qualidade maior dos vinhos, o diamantinense nunca deixou de produzir a bebida, mesmo que a produção tenha sido restrita a pequenas propriedades ou para consumo familiar. Os vinhedos sempre estiveram presentes nos campos diamantinenses e região.
     Já no início dos anos 2000, por iniciativa do vinicultor João Francisco Meira, da Vinícola Quinta Dalva, foram importados da França 4 mil mudas de 9 variedades de uvas diferentes, plantados entre 2003, 2004 e 2005. O pioneirismo do Chico, como prefere ser chamado, incentivou outros produtores a investirem no plantio de uvas e produção de vinhos finos. Assim, começou a retomada da produção de vinhos em maior escala no município começou a ganhar força, baseada na tradição, vocação e história da vitivinicultura diamantinense ao longo de 200 anos produzindo vinhos de qualidade reconhecida. (na foto abaixo, a vinícola Quinta Dalva)
     Segundo João Francisco Meira, isso se deve " as características da região (clima, relevo, solo, amplitude térmica, altitude, umidade do ar e regime de chuvas) são favoráveis à cultura da vinha. Em 2005, o Quinta D'Alva plantou 9 variedades de viníferas importadas da França, para selecionar as mais apropriadas para produção de vinhos de qualidade. Desde então buscamos selecionar as mais apropriadas para produção de vinhos de qualidade, já conseguindo sucesso com algumas castas tintas e brancas. Importante citar que o ciclo vegetativo é alterado por um inovador sistema de poda que estimula a brotação dos cachos no outono, para as uvas serem colhidas no inverno. A partir de 2016 estamos produzindo espumantes com métodos Chardonnay utilizando além da Champenoise as castas Pinot Noir e Pinot Meunier".
     Buscando unir os vitinicultores da região, com incentivo e participação do pioneiro, João Francisco Meira,  da Quinta Dalva, vitinicultores de Diamantina e Alto Jequitinhonha criaram a AVODAJ – Associação dos Vitivinicultores e Olivicultores  de Diamantina e Alto Jequitinhonha com o objetivo de resgatar uma das mais antigas tradições de Diamantina, que é a produção de vinhos finos de alta qualidade, bem como desenvolver na cidade e região o Enoturismo, hoje um dos principais segmentos de turismo no mundo. O turista vem à cidade, conhece os vinhedos, as vinícolas, o processo de produção e tem a oportunidade de adquirir vinhos diretos do produtor. 
     Assim, com o apoio e orientações dos órgãos governamentais, vitivinicultores começaram a trabalhar na produção de vinhos finos, utilizando cerca de 20 variedades de uvas, com mudas de procedência certificada e adaptadas ao clima da região. As variedades plantadas em Diamantina são: Tempranillo, Sauvingon Blanc, Tanat, Alvarinho, Marsane, Muscat, Chardonnay, Pinot Meunier, Carbenet Sauvingon, Gewurstraminer, Touriga Nacional, Barbera, Isabel Precoce, Petit Verdot, Riesling Itálico, Carbenet Franc, Malbec, Merlot, Pinot Noir e Syrah. O sucesso do plantio dessas variedades é graças ao sistema de dupla poda e safra de inverno, que proporciona entre os meses de maio e agosto frutos com boa acidez, antocianinas e teores de açúcar equilibrados.
     São mais de 52 mil vitiníferas plantadas. A técnica da dupla, desenvolvida no Núcleo Tecnológico Uva e Vinho da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). (Vinho Sauvingnon Blanc premiado da Quinta do Campo Alegre, junto com um Dom Leon Alvarez/imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)Essa técnica consiste na inversão do ciclo da videira, alterando para o inverno o período de colheita das uvas destinadas à produção de vinhos finos. São aplicadas duas podas, uma para a formação de ramos, em setembro, e de produção, em janeiro e fevereiro.
     Com o uso da dupla poda, a produção de vinhos finos em Minas Gerais vem aumentando a cada ano, bem como aumentando o número de hectares de áreas com videiras plantadas, beneficiando o viticultor que é aquele responsável pela plantação, cultivo e colheita da uva, bem como o vinicultor, que é o recebe as uvas e a transforma em vinho. 

     O projeto e iniciativas vêm dando certo e resgatando uma das maiores tradições de Diamantina, agora com a qualidade e tecnologia que possibilita colocar Diamantina na rota mundial dos produtores de vinhos de alta qualidade, inclusive, reconhecida nacionalmente por especialistas e apreciadores de vinhos finos, de qualidade no Brasil. (na foto abaixo imagem do primeiro processo da vinificação na Vinícola Campo Alegre, com as uvas na mesa de seleção, indo para a desengaçadeira - Imagem enviada pela Avodaj/Divulgação))
Os vinhedos e rótulos existentes hoje em Diamantina, produzindo uvas de qualidade e vinhos finos são:
Vinhedo Quinta Dalva com o rótulo Quinta Dalva 
Vinhedo Campo Alegre com os rótulos Dom Léon Alvarez, La Blanca, La Campola, Al Tempo, Diamante das Minas 
Vinhedo da Quinta da Matriculada com o rótulo Vin de Minas (imagem de Ricardo Maciel/Avodaj/Divulgação)
Vinhedo Sítio Vale dos Vinhedos com o rótulo Vesperata (imagem enviada pela Avodaj/Divulgação)
Vinhedo da Toca com o rótulo Andrade 
Vinhedo Santa Helena
Vinhedo Candeia Torta
Vinhedo Riacho das Varas
Vinhedo Fazenda do Sapê
Vinhedo Sítio das Lajes
Vinhedo Sítio Vale dos Vinhedos 

Vinhedo Fazenda Candeias com os rótulos Theo e Ethos (na foto ao lado enviada pela Avodaj/Divulgação)
     Atualmente a região conta com 13 produtores cadastrados na AVODAJ – Associação dos Vitivinicultores e Olivicultores
de Diamantina e Alto Jequitinhonha. Desses, apenas seis estão produzindo vinhos para comercialização que são:
Quinta D’Alva: João Francisco: 31-99731 8255

Quinta do Campo Alegre: Istagran - @quintadocampoalegre ; Luiz Felipe: 33-99176 6156 e Luciana: 38-99195 0402
Quinta da Matriculada: Daniel: 38-98837 4110
Sítio Vale dos Vinhedos: Eduardo: 38-98822 4968
Fazenda Candeias: Manoel: 38-98808 2460
Fazenda da Toca: Douglas: 38-98808 3945

Em breve os vinhos de Diamantina chamarão a atenção, não só dos mineiros mas dos brasileiros em geral, por sua qualidade e terroir. As terras altas diamantinenses serão consideradas grandes produtoras de vinhos finos no país, fazendo da região um dos grandes pólos do enoturismo brasileiro. 
Grappa: bebida para dias frios
     Além dos vinhos finos, em Diamantina também se produz a Grappa, uma bebida alcoólica de origem italiana e portuguesa. É feita a partir do bagaço da uva e seu teor alcoólico varia entre 37,5% a 60%, aromatizada com a erva arruda. A bebida foi criada na Idade Média com o objetivo de evitar o desperdício. São aproveitados além das cascas, os engaços e sementes da uva. O sabor, bem como o do vinho, depende do tipo e qualidade da uva e dos processos de destilação de cada produtor. Por seu alto teor alcoólico, a bebida caiu no gosto dos europeus e é até hoje muito apreciada, principalmente no rigoroso inverno europeu. 
     Em Diamantina a Grappa é produzida pela Quinta Dalva e em breve pela vinícola Campo Alegre. A grappa da Quinta Dalva chama atenção pela excelente qualidade. Uma ótima bebida para aliviar o frio das geladas noites diamantinense no inverno. 
     Vindo á Diamantina (foto acima de Elvira Nascimento), vivencie a música, a cultura, as tradições, a religiosidade, a beleza de sua arquitetura colonial, do seu artesanato e aprecie um bom vinho das quintas diamantinenses! Venha para Diamantina. Aqui temos história e bons vinhos. 
(Reportagem de Arnaldo Silva com fotos de Elvira Nascimento. Fotos das vinícolas e vinhos, cedidas por João Francisco Meira e Avodaj)

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

A charmosa Vila de Conceição do Ibitipoca

(Por Arnaldo Silva) Conceição do Ibitipoca é um distrito de Lima Duarte, na Zona da Mata Mineira. São aproximadamente 1500 habitantes na vila, vivendo da atividade turística, produção agropecuária e pequenos comércios. (foto abaixo do Raul Moura)
           A matriz da vila é em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, obra do Barroco Mineiro datado de 1768. “Ibitipoca” significa “montanha (ibytyra) estourada (pok)” segundo a língua tupi. Da junção do nome da padroeira com o termo tupi, surgiu Conceição do Ibitipoca. Além da Matriz, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos é outro marco da fé católica no distrito, construída pouco depois da Matriz por escravos, sua arquitetura é colonial, erguida em pau-a-pique.
          É uma das mais antigas, charmosas e encantadoras vilas mineiras e a porta de entrada para um dos mais belos santuários ecológicos do Brasil, o Parque do Ibitipoca. (foto acima deJohn Brandão/@fotografo_aventureiro) A povoação na região começou a no final do século XVII e início do século XVIII com a descoberta de ouro na região. Com o passar dos séculos, a vila manteve sua originalidade, tradições e principalmente sua variada e rica gastronomia serrana. Seus moradores tem um estilo de vida simples, são hospitaleiros e simplesmente, amam o lugar em que vivem.
           O Casario de Conceição do Ibitipoca, com suas cores vivas preserva os traços coloniais e suas ruas de pedras nos remetem ao passado. No entorno da bela Matriz de Nossa Senhora da Conceição os moradores se encontraram para prosear ou mesmo relaxar na tranquilidade do vilarejo, rodeado por montanhas e vasta natureza. (foto acima do John Brandão/@fotografo_aventureiro)
          Uma das preciosidades da Vila são sua gastronomia e ótimas opções de hospedagens. Cafés coloniais, doces, bistrôs, charmosos restaurantes, produção artesanal de queijos e cervejas são atrativos, bem como o tradicional Pão de Canela do Ibitipoca. O charme serrano de Conceição do Ibitipoca atrai muitos turistas no inverno, principalmente casais. As pousadas e hotéis oferecem a oportunidade casais vivenciarem a estação mais fria do ano em confortáveis chalés ou quartos, com direito a lareira, para aquecer as noites geladas do Ibitipoca. (foto acima do Raul Moura)
          Já na vila, durante o inverno acontecem festivais culturais variados de jazz, blues, forrós e outros. A noite é um atrativo à parte. Pelas ruas, aconchegantes e pitorescos bares e botecos são sempre um convite para um bom bate-papo com os amigos ou mesmo, momentos românticos entre casais. 
          Saindo um pouco de Conceição do Ibitipoca, nos arredores do distrito pequenos povoados que valem a pena conhecer como Vila dos Moreiras, Bom Jesus do Vermelho, Boa Vista e o Mogol. 
          O Mogol me encantou (foto acima de Márcia Valle). O lugar é um dos mais pitorescos que conheci até hoje. São poucas casas, mas seus moradores, cerca de 22, são amáveis, hospitaleiros e tem o maior carinho pelo lugar em que vivem. 
          Mogol surgiu no século XVIII. Seu casario tem traços coloniais, com detalhes do barroco mineiro. O que mais chama atenção no povoado é a sua igreja e o coreto ao fundo (na foto acima de Márcia Valle). Construída em estilo colonial, o pequeno templo é de uma simplicidade encantadora. Por dentro é uma aconchegante obra de arte com detalhes romanos, nas colunas, mourísticos nos arcos e colonial brasileiro. O piso é em cerâmica e o forro em saião. Possui dois altares em madeira na cor azul rei, com detalhes em branco, dedicados a três santos. O centro é dedicado a Nossa Senhora dos Remédios. De um lado encontra-se o altar de São Sebastião, e do lado, o altar de Nossa Senhora de Fátima.
          Vale a pena conhecer Mogol, uma típica vila mineira em detalhes e beleza. 

           Lima Duarte (na foto acima de Márcio Lucinda da Sauá Turismo) é uma linda cidade distante 297 km de Belo Horizonte. A cidade ponto de referência é Juiz de Fora MG. Conceição do Ibitipoca fica a 27 km da sede. De Conceição do Ibitipoca até a porta principal do Parque Estadual do Ibitipoca são 3 km, dá para ir a pé. Tanto em Lima Duarte como em Conceição, existem vários guias especializados que levam turistas para o Parque e distritos de Lima Duarte. 

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Unesco reconhece: BH é Cidade Criativa na Gastronomia

(Por Arnaldo Silva) A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) divulgou em 30/10/2019, a lista das novas cidades que integram a Rede de Cidades Criativas do mundo, em Paris, França. 
          A rede de cidades foi criada com a finalidade de promover a cooperação entre municípios em todos os continentes, que têm na criatividade um fator importante para o desenvolvimento urbano sustentável. 
          Foram 64 novas cidades que passaram a integrar a lista hoje com 250 municípios em todo o mundo. Belo Horizonte teve o titulo de Cidade Criativa na Gastronomia. (imagem ilustrativa abaixo de Ane Souz)
           A capital dos mineiros, Belo Horizonte, foi reconhecida por sua valiosa e rica gastronomia, muito valorizada pelo belo-horizontino e reconhecida pelos visitantes, principalmente na famosa “cultura de boteco” já que BH é reconhecida como a capital dos bares no Brasil. A gastronomia belo-horizontina movimenta a economia da capital, gerando impostos, renda e milhares de empregos. Os milhares de bares e restaurantes belo-horizontinos, sempre inovam, criam e apresentam pratos diferentes. Fatores esses importantes para o reconhecimento pela Unesco.        
          Por sua culinária, apenas 21 cidades no mundo inteiro tinham esse reconhecimento da UNESCO. No Brasil, a capital de Santa Catarina, Florianópolis, Belém, capital do Pará e agora Belo Horizonte, tem o título internacional de Cidade Criativa em Gastronomia. 
          Em todos os quesitos, gastronomia, arte mídia, design, música, cinema, artesanato e artes folclóricas e literatura são agora 250 municípios em todo o mundo  que fazem parte da Rede de Cidades Criativas da Unesco, sendo 10 cidades brasileiras como podem ver na lista abaixo em ordem alfabética:
1. Belém (PA) - gastronomia
2. Belo Horizonte (MG) - gastronomia
3. Brasília (DF) - design
4. Curitiba (PR) - design
5. Florianópolis (SC) - gastronomia
6. Fortaleza (CE) - design
7. João Pessoa (PB) - artesanato e artes folclóricas
8. Paraty (RJ) - artesanato e artes folclóricas
9. Salvador (BA) - música
10. Santos (SP) – cinema
          Uma das obrigações das cidades que recebem esse título é a de defender e criar ações voltadas para desenvolvimento sustentável das comunidades locais com foco para 
pessoa, planeta, prosperidade, paz e parceria. As cidades, para manter esse título, terão que desenvolver ações nessa área, o que sem dúvida é um grande incentivo e motivo para que surjam novas ações nesta área. Quem ganha é a cidade e seus moradores. 

sábado, 26 de outubro de 2019

Os campos de lírios nativos do Vale do Jequitinhonha

(Por Arnaldo Silva) Os lírios tem sua origem na Ásia, Oriente Médio, Europa e na América do Norte. Foram introduzidos na América Latina pelos Portugueses e espanhóis. Lírio é denominação genérica das espécies da família das liláceas. 
          Algumas espécies de lírios recebem o nome de açucena. São cerca de 100 espécies existentes no mundo, mais da metade dessas espécies são nativas do Japão e China. Algumas são híbridas, oriundas do cruzamento de espécies diferentes, resultado em cores variadas ou modificadas naturalmente, adaptadas às regiões onde foram plantadas, no caso no clima de Minas Gerais. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans em Araçuaí MG)
     Os lírios são plantas resistentes às intempéries do tempo, como secas prolongadas e podem chegar até 2 metros de altura, dependendo da espécie. Uma dessas espécies, a lírium candidum, foi a que mais se adaptou ao clima do Brasil, especialmente de Minas Gerais, onde se adaptou muito bem, dando origens a diversas plantações nativas no território mineiro. 
Os lírios de Minas Gerais
          A espécie foi introduzida no Brasil no século 18, adaptando-se a algumas regiões mineiras como na Serra da Canastra, com poucas modificações, tornando-se com o tempo adaptados e nativos dessas regiões. 
          No Vale do Jequitinhonha, os lírios nascem espontaneamente e com florada sempre no mês de outubro. Inclusive, a planta era usada pelos povos indígenas, antes mesmo da povoação não indígena se instalar na região.
          Os campos de lírios são comuns em Araçuaí, Itinga e arredores. É difícil não parar para ver, adentrar-se nos campos floridos e sentir o perfume dos lírios do campo. 
          No Vale do Jequitinhonha os lírios nativos são chamados pelos sertanejo de “Cebolinha ”, “Neve do Sertão” e pelos indígenas de "Cebola Brava" por seu bulbo ser semelhante às cebolas que conhecemos. Surge na primeira grande chuva da primavera, com florada entre 15 a 20 dias de duração. No final de setembro e início de outubro, são comuns os campos de lírios em Araçuaí e arredores. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans em Itinga MG)
          A Cebola Brava nativa de Itinga MG era usada antigamente como planta medicinal. Seu sumo contém propriedades antissépticas, contribuindo para limpar feridas. Seu bulbo ou cebola em si, está no subsolo é e comestível. Os indígenas consumiam o bulbo cru, frito e também cozido em fogões de barro. Hoje, com suas flores em tons brancos e rosa, são usadas como ornamentos naturais.
          Os campos de lírios nativos de Itinga são colírio paras os nossos olhos.
Beleza que impressiona
          Sua beleza é impactante, presente em decoração de eventos, em arranjos florais e buquês. Embora suas flores simbolizem uma delicada simplicidade, é considerada a rainha das flores, simbolizando ainda a castidade, pureza e inocência. Junto com as rosas, são as flores mais perfumadas do mundo. Seu perfume é inebriante e transmite uma gostosa sensação de paz e tranquilidade. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans em Itinga MG)
Citado na Bíblia e na história da Humanidade
          Presente na história da humanidade, desde os tempos antigos encantam por sua beleza, resistência e perfume inigualável. Era uma das flores mais admiradas por Jesus Cristo, citada inclusive em suas mais belas pregações, o Sermão da Montanha: “Olhai para os lírios do campo, como eles crescem: não trabalham nem fiam…” Mt. 6.28.
          Ao longo da história, foi retratada em telas de artistas famosos, desde os tempos da Grécia e Roma antigas, até os dias de hoje. A magia dos lírios, que há milhares de anos encanta e perfuma o mundo, está presente sempre em jardins, campos e também em lendas, misticismo, simpatias, crendices populares e na religiosidade. (foto acima e abaixo de Ernani Calazans)
          Na Grécia antiga desenhos de lírios homenageiam a deusa Hera. Na Igreja Católica, o lírio é o símbolo da Virgem Maria. Os antigos acreditavam também que os lírios tinham o poder de reconciliar casais em fim de relacionamento. Não é à toa que o significado de lírio é “amor eterno”. É a flor, ao lado da rosa, símbolo do amor. Na China, onde a planta é cultivada há mais de três mil anos, sua florada densa é sinal de fartura. (foto abaixo de Ernani Calazans em Araçuaí MG)
          Os lírios nativos estão presentes em várias partes do nosso Estado, sendo notados ou não, estão lá, perfumados, lindos, delicados e frondosos. Quem quiser conhecer os lírios nativos do Vale do Jequitinhonha, um convite para o mês de outubro, visitar Araçuaí, Itinga e arredores. É um espetáculo deslumbrante e perfumado. 
(Reportagem de Arnaldo Silva, com fotografias de Ernani Calazans em Itinga MG)

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A Matriz de Santo Antônio de Pádua em Santa Bárbara

(Por Arnaldo Silva) Fundada em 1704, Santa Bárbara é uma das mais antigas cidades mineiras. Distante apenas 105 km de Belo Horizonte, faz divisa com os municípios de Alvinópolis, Barão de Cocais, Catas Altas, Caeté, Itabirito, Mariana, Ouro Preto, Rio Acima, Rio Piracicaba e São Gonçalo do Rio Abaixo. A cidade tem hoje, segundo o IBGE, 30.466 habitantes em 2022. (foto acima de Thelmo Lins)
     É uma das mais belas e importantes cidades históricas de Minas Gerais com construções do século 18 e 19 muito bem preservadas. Em destaque para o Hotel Quadrado, a sede da Prefeitura, a antiga Cadeia Municipal, a Pharmacia Sant´Anna (hoje Museu do Judiciário Municipal), o Chalé Barroco, a Casa da cultura, a Igrejinha de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, o casario colonial da Rua Rabelo Horta, capelas, igrejas e uma beleza natural incrível, com paisagens deslumbrantes. (foto acima de Thelmo Lins)
     O grande destaque de Santa Bárbara é sem dúvida a Matriz de Santo Antônio, construída em 1724 no estilo setecentista, que era o movimento artístico predominante na Europa no século 18, introduzido no Brasil pelos construtores portugueses na construção de igrejas e casarões. O interior da Igreja conta com arte sacra de grandes escultores da época e mestres da pintura, como Mestre Ataíde. É sem dúvida alguma uma das mais belas e impactantes construções do século 18. (na foto acima de Elvira Nascimento, a Matriz e ao fundo a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos)  
     Em 1821, Dom frei José da Santíssima Trindade, então Bispo de Mariana, em visita pastoral à cidade, ficou perplexo com a beleza do templo dedicado a Santo Antônio, considerando a Matriz de Santa Bárbara como a mais linda que visitou até então. (foto acima e abaixo de Thelmo Lins)     
     E até hoje a igreja continua assim, linda, preservada, bem cuidada e impressionando os visitantes desde a sua fachada, com sua portada bem talhada, torres, cúpula e pilastras e cunhas de madeira, bem como seu interior com as pinturas do Mestre Ataíde e toda obra talhada, bem como a beleza dos seus seis altares no estilo barroco e rococó, bem como os adornos e detalhes muito bem trabalhadores que formam o conjunto da Matriz. Uma verdadeira obra de arte que impressiona. (foto acima de Gislene Ras)  
     Os estilos setecentistas, barroco e rococó estão presentes na Igreja de Santo Antônio devido às reformas e reconstruções nos últimos séculos. Por isso é uma igreja singular, com os estilos de época presentes em seu exterior e principalmente no interior do templo. (foto acima de Gislene Ras)
     A Igreja de Santo Antônio de Pádua em Santa Bárbara não é apenas uma igreja, é uma verdadeira obra de arte. (foto acima de Elvira Nascimento) E esta espetacular obra de arte merece ser vista por todos que amam a história, bem como a riqueza da arquitetura do século 18 e 19. 

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