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domingo, 3 de fevereiro de 2019

Brumadinho: história, distritos e o Inhotim

(Por Arnaldo Silva) Brumadinho é uma charmosa cidade turística mineira, distante apenas 55 km de Belo Horizonte. Segundo o IBGE, em 2019, sua população estimada era de 40.103 habitantes. Apesar de ser uma cidade pequena, é um dos maiores municípios em extensão territorial de Minas Gerais. (fotografia acima de Sônia Fraga)
          Faz divisa com os municípios de Ibirité, Sarzedo, Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Itatiaiuçu, Rio Manso, Bonfim, Belo Vale, Moeda, Itabirito, Nova Lima e Belo Horizonte, estando apenas a 55 km de distância da capital.   
          A região de Brumadinho é montanhosa, com matas nativas, o que possibilitada a formação constantes e pequenas brumas. Brumadinho é simplesmente, o diminutivo de bruma. (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade, a entrada da cidade)
Origem
          No início de seu povoamento, no século XVIII, com a chegada de bandeirantes paulistas para explorar ouro na região no Vale do Paraopeba, foram fundados os povoados de São José do Paraopeba, Aranha e Brumado do Paraopeba, distrito criado em 1891, passando a se chamar Conceição do Itaguá em 1914, a Brumadinho em 1923, para finalmente, em 17 de dezembro de 1938, ser elevado município, permanecendo o nome Brumadinho.
Com chegar?
          O acesso a Brumadinho é bem fácil, já que o município é cortado pelas rodovias BR-381 (São Paulo-Belo Horizonte) e com acesso fácil pela BR-040 (Rio de Janeiro-Belo Horizonte), sendo possível chegar à sede municipal a partir de ambas as rodovias, sendo o acesso mais curto para quem vem da Capital, pela BR-040, pela Via do Minério, estrada que sai da Região do Barreiro em Belo Horizonte, atravessando pelos municípios de Ibirité e Mário Campos, até chegar a Brumadinho.
Riqueza hidromineral
          Em Brumadinho, a mineração que responde por 65% sua arrecadação, mas a cidade se destaca também pelos seus recursos hídricos. Seu relevo montanhoso e sua enorme extensão territorial, permitem concentrar em suas dimensões grandes mananciais de água. 
          Pra se ter ideia da riqueza hídrica de Brumadinho, 1/4 da água que abastece a Região Metropolitana de Belo Horizonte, que tem cerca de 5,5 milhões de habitantes, saem de Brumadinho e dos municípios vizinhos, através dos sistemas Rio Manso e Catarina, operados pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA). (na foto acima do Anderson Sá, a Cachoeira das Ostras)
          Além dos mananciais, está em Brumadinho a maior fonte de água mineral do mundo, localizada na serra, entre Brumadinho e Mário Campos. Esta água atualmente é explorada pela Hidrobrás, detentora da marca "Ingá".
Distritos históricos
          O município de  Brumadinho é formado pelos distritos de Aranha, Conceição de Itaguá, São José do Paraopeba e Piedade do Paraopeba (na foto acima do Barbosa).
          Além dos seus quatro distritos, bairros e povoados rurais completam a formação do município, como o de Águas Claras, Casa Branca (na foto acima do Elpídio Justino de Andrade), Coronel Eurico, Córrego do Feijão, Córrego Fundo, Eixo Quebrado, Encosta da Serra da Moeda, Marinhos, Melo Franco, Monte Cristo, Palhano, Parque da Cachoeira, Quilombos do Sapé, Retiro do Brumado, Suzana, Toca e Tijuco.
Gastronomia e belezas naturais
          O comércio de Brumadinho é bem variado, com lojas de todos os tipos, com ofertas de produtos diversos, além do visitante encontrar na  cidade bares e restaurantes dos mais simples aos mais requintados como o Carpe Dien, na foto acima da Eliane Torino, além de excelentes pousadas e hotéis, tanto na cidade, como na zona rural para que os que vêm à cidade atraídos por seu clima, belezas e paisagem naturais, sossego e para conhecer o Inhotim, possam desfrutar de momentos agradáveis e guardar boas lembranças. Seu povo é hospitaleiro, gentil e recebem muito bem os visitantes.
          Quatro belíssimas serras circundam Brumadinho, entre elas a Serra da Moeda e a Serra do Rola Moça (na foto acima da Eliane Torino). Serras que atraem turistas diariamente para meditar, praticar voo livre, fazer sobrevoos de balão, caminhar ou subir a serra pelas trilhas em bikes e motos, além do atrativo da beleza das vistas que proporcionam, principalmente no Topo do Mundo, na Serra da Moeda.
Construções seculares e o Inhotim
          Em torno de suas belezas naturais, seja em suas serras, distritos ou bairro rurais, encontra-se construções dos séculos XVII e XVIII como igrejas, fazendas centenárias, o distrito de Piedade do Paraopeba, um dos mais antigos povoados de Minas Gerais, dentre outros.
          Um dos destaque do patrimônio histórico de Brumadinho é a Igreja de Nossa Senhora da Piedade, datada de 1713 (na foto acima do Barbosa, o seu interior), uma das construções mais antigas de Minas Gerais, com elementos arquitetônicos em estilo Barroco e decoração interior em o estilo o Rococó. A devoção, estilo arquitetônico da Igreja, um dos símbolos do distrito, marcam os tempos do Ciclo do Ouro em Minas Gerais. 
           Ainda em Brumadinho, destaque-se como atrativos a Mansão Matosinhos, a Estação de Marinhos, a Fazenda Martins (na foto acima de César Rocha), o Mirante dos Veados, o Templo Budista, o Túnel do Sapê, as ruínas do antigo Forte de Brumadinho, o charme do bairro rural de Casa Branca, com seus restaurantes sofisticados e comidas típicas, a Corporação Musical Banda São Sebastião, fundada em 13 de maio de 1929 por Tarcílio Gomes da Costa e o Inhotim, um dos maiores atrativos, não só da cidade mas de Minas Gerais, considerado um dos maiores museus a céu aberto do mundo, com uma expressiva coleção de arte contemporânea, paisagens deslumbrantes, com várias espécies de árvores oriundas de diversos países. (foto abaixo de Wellington Diniz)
          Como atividades culturais e religiosas, durante o ano são destaques vários eventos como a Festa da Jabuticaba, a Festa do Milho, a Festa da Mexerica, a Festa da Cachaça, a  Festa de São Sebastião, o Jubileu de Nossa Senhora das Mercês, o Festival Gastronômico, o Rodeio de Brumadinho, dentro outros eventos. 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Guapé, uma região de ar puro e água cristalina

(Por Arnaldo Silva) Fluctuat Ne Mergitur, que significa "flutua mas não afunda" é o lema de Guapé, cidade do Sul de Minas, desde sua emancipação, em 1924.
          Na década de 1960, as águas da represa de Furnas inundaram terras de 34 municípios da região como construção do reservatório da hidrelétrica, entre eles Guapé, que teve boa parte de suas terras e toda área urbana inundada. (fotografia acima de Gilberto César de Oliveira)
          Como diz seu lema, flutuou mas não afundou. A cidade se reergueu, sendo construída na parte alta, sobre uma península. Guapé é hoje uma das mais belas cidades de Minas Gerais além de ser um dos pontos turísticos mais badalados do Estado e uma das mais encantadoras e charmosas cidades do Brasil. (fotografia acima e abaixo de Eduardo Martins)
          Além do Lago de Furnas e da beleza da península onde foi construída a nova cidade, trilhas, serras, nascentes, riachos, mirantes, passeios náuticos, pesca esportiva, passeios de lanchas e esportes radicais, o Parque Ecológico do Paredão, o Ipê Campestre Clube, diversos eventos culturais, folclóricos e religiosos durante o ano, são atrativos da cidade. 
          Sem contar cachoeiras de belezas inigualáveis com águas limpas e cristalinas como a Cachoeira do Paredão, Cachoeira do Inferno, Cachoeira do Macuco, Cachoeira do Garimpo, Cachoeira do Capão Quente, Cachoeira da Água Limpa, Cachoeira do Moinho, Cachoeira do Lobo, da Volta Grande, entre outras. (fotografia acima e abaixo de Thelmo Lins e abaixo de Eduardo Martins)
          Guapé está na divisa com Capitólio, Alpinópolis, Formiga, Piumhi, Pimenta, Boa Esperança, Cristais, Ilicínea, Carmo do Rio Claro e São José da Barra. O município está a 293 km de Belo Horizonte.
          A economia de Guapé tem como base o turismo e a agricultura, em destaque a extração de quartzito e produção de cafés de altíssima qualidade, plantados ao longo dos seus 934,598 km² de extensão territorial, além de contar com um comércio variado, um bom setor de serviços e boa estrutura urbana. (fotografia acima de Norberto Vitor)
          Além disso a cidade é bastante tranquila, seu povo gentil e hospitaleiro.
          Guapé é muito bem estruturada para receber turistas. Conta com pousadas e hotéis de ótima qualidade, além de restaurantes e bares com bebidas e pratos típicos de Minas Gerais, além de diversos e saborosos pratos e tira gostos com peixes de água doce. (Fotografia acima de Gilberto César de Oliveira)
          Conheça Guapé, visite uma das mais encantadoras e charmosas cidades do Brasil!

Conheça o café do Jacu

(Por Arnaldo Silva) Jacu (Penelope sp.) é uma ave de grande porte da nossa Mata Atlântica e está presente em todo o território nacional. Pode chegar a 85 cm, tem calda, pescoço e asas longas e uma cabeça pequena. Em torno dos seus olhos vermelhos tem uma pele em tom azulado e sem pelos. O papo do jacu é vermelho. Sua plumagem é lisa com aspecto escamado e tem a tonalidade escura e as vezes, na cor cinza. Suas patas tem tons avermelhados. (foto abaixo de Ricardo Cozzo em Monte Verde MG)
          Ai você pergunta, o que o jacu tem a ver com café? É que o grão do café vem do Jacu. Essa ave gera um café de alto valor, tanto comercial, quanto de qualidade.           
          Para você entender o processo, vou explicar direitinho. 
          A maioria das aves se alimentam de frutos. Isso todos sabemos. Elas comem a parte adocicada dos frutos e não comem as sementes. No caso, as aves espalham as sementes pela natureza, ajudando a natureza a ser renovar. 
          O Jacu também se alimenta dos frutos, mas diferente das outras aves, ele engole as sementes inteiras, sem mastigá-las. Uma das sementes preferidas do jacu é a do café (na foto acima do Aridelson Rezende em São Gonçalo do Rio Abaixo MG). Eles ficam aos pés dos cafezais escolhendo os grãos de café e são muito seletivos. Escolhem os grãos que não tem defeitos e os mais maduras. 
          O Jacu não tem estômago. Quando ele ingere a semente do café, seu organismo processa rapidamente o fruto, que passa pelo intestino da ave, sendo protegido pela casca. Por fim, o grão é expelido por inteiro, totalmente intacto, o que torna o processo de fermentação, totalmente higiênico.
          Todo esse processo é feito diretamente no intestino da ave. Em seu organismo o grão do café absorve ácidos e enzimas que garantem uma baixa acidez do grão. Essa baixa acidez dá ao grão um amargor e doçura bem equilibrada à bebida. 
          Entendeu? O Jacu expele a semente. Defeca. É das fezes do Jacu que é retirado os grãos do café. (na foto acima do Aridelson Rezende em São Gonçalo do Rio Abaixo MG, os grãos do café, expelidos pelo Jacu)
          Assim que a ave defeca, as fezes são coletadas e passam em seguida por um rigoroso processo de limpeza para retirar as bactérias e limpeza dos grãos. Após a limpeza, os grãos ficam em "descanso" por um período. Depois do "descanso" são torrados e moídos. Depois disso, está pronto para consumo. (na foto acima do Aridelson Rezende em São Gonçalo do Rio Abaixo, os grãos do café do Jacu, já selecionados, limpos e lavados, prontos para serem torrados)
          Mas o café é bom? Bom não, é ótimo! Tanto é bom que está entre os cinco melhores cafés exóticos do mundo, presente nas principais cafeterias de Los Angeles, Londres, Tóquio e outras cidades do Brasil e do mundo.
          
Mas qual a origem desse café? Foi desenvolvido por um cafeicultor do Espírito Santo, Hnerique Sloper, proprietário da Fazenda Camocim, que vivia em constantes problemas causados pelas aves, que comi cerca de 10% de sua produção de grãos e ainda, comiam as sementes mais saudáveis de seu cafezal.
          Na tentativa de saber o que fazer, descobriu que na Indonésia existia um café bem exótico, considerado até então o mais caro do mundo. Esse café, conhecido por Kopi Luwak produzido a partir das fezes que não são digeridas de um animal herbívoro, da familia dos gatos, nativo da região chamado de Luwak (Paradoxurus hermaphroditus).
          De posse dessa informação, resolveu fazer experiência com os jacus, já que eles comiam as sementes e as defecavam inteiras. Quando o homem percebe que a natureza pode ser sua aliada e se harmonizar com ela, o retorno é ótimo para os dois lados. De vilões, essas aves passaram a ser amigas, já que o produtor percebeu que o café era ótimo. Além de exótico, surpreendeu especialistas em degustação do país, que afirmaram que o café do Jacu tem um sabor adocicado e equilibrado, com acidez marcante e deixa um gosto bom na boca.
          Hoje, esse tipo de café se tornou mais conhecido no mundo inteiro, estando entre os cinco melhores cafés do planeta, atualmente. No Brasil também, a resistência ao produto exótico, vem reduzindo e a especiaria, sendo degustada e aprovada.
          Baseada na experiência do produtor do Estado vizinho, cafeicultores mineiros que passavam pelos mesmo problemas com as aves, decidiram investir nesse tipo de café especial.
Isso porque a ave é bastante comum em Minas Gerais, presente em todas as regiões do Estado. Regiões e cidades tradicionais na produção de cafés especiais, passaram então a ver nos jacus, um aliado e não um inimigo. Assim, Minas Gerais passou a produzir Café do Jacu ou Jacu Bird Coffee.
          O café especial de jacu pode ser encontrados nas regiões do Sul de Minas, Central, Leste de Minas, dentre outras e também em cidades como Espera Feliz, Manhuaçu e São Gonçalo do Rio Abaixo. São apenas algumas exemplos de cidades, são dezenas.
Por ser um café especial e relativamente caro, não é um tipo de café produzido em escala industrial. São feitos em pequenas quantidades ou por encomenda ou em pequeno estoque, por se tratar de um produto exótico e com um preço bem maior que o café convencional.
Além disso, o processo de produção desse café é totalmente diferente do atual que conhecemos, como deu para perceber na descrição, acima.
Mas quem puder e tiver oportunidade de experimentar o Café do Jacu, valerá a pena gastar um pouco mais e saborear um café exótico, de alta qualidade e sabor.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O lago do Funil em Ijaci, Macaia e Bom Sucesso

(Por Arnaldo Silva) Bom Sucesso é uma charmosa cidade com cerca de 20 mil habitantes, na região Micro Região do Alto Rio Grande, no Sul do Estado. Distante 190 km da capital Belo Horizonte com ligação pela BR-381 por 20 km. Bom Sucesso faz divisa com Oliveira, São Tiago, Ibituruna, Santo Antônio do Amparo e Ijaci, cidade tipicamente mineira, pequena, com menos de 7 mil habitantes hoje, além de ser acolhedora e seu povo muito hospitaleiro. Está a 310 km de Belo Horizonte. (na foto abaixo do Rogério Salgado, parte do Lago do Funil em Ijaci MG)
          Bom Sucesso, conta ainda com um ramal ferroviário ligado à principal malha de estrada de ferro do Brasil. A economia da cidade gira em torno da agricultura, com destaque para a pecuária leiteira e cultivo de café além de contar com um comércio variado, boas pousadas e restaurantes com comida típica.
          A realidade econômica do município mudou a partir de 2001 com a instalação da Usina Hidrelétrica Engenheiro José Mendes Júnior, ou Usina do Funil (na foto acima do Rogério Salgado, o Lago do Funil em Ijaci MG). A barragem foi construída entre Lavras e Perdões, com o reservatório ocupando uma área área de 34,71 km², represando as águas do Rio Grande entre os municípios de Ibituruna, Itumirim, Ijaci e Bom Sucesso, inundando as comunidades Ponte do Funil em Lavras, Macaia, distrito de Bom Sucesso e Pedra Negra, distrito de Ijaci MG (na foto abaixo de Rogério Salgado).
          Seus moradores foram transferidos para outro local, com construção de novas comunidades pela consórcio responsável pela UHE, na época, entregues aos moradores em outubro de 2002. Em 2003, a UHE, começou a entrar em operação. 
          A história e passado dos moradores da Ponte do Funil, Pedra Negra e Macaia, (na foto acima do Rogério Salgado), foram inundadas pelas águas do Rio Grande, que tiveram que refazer suas vidas com a construção de novas comunidades. 
          Hoje, o lugar é um dos principais atrativos turístico da região, movimentando a economia das cidades banhadas pela represa, além do charme, beleza e aconchego de Macaia, (na foto acima do Robson Rodarte e abaixo do Rogério Salgado).
          Tanto Ijaci, quanto Bom Sucesso oferecem ao visitantes uma ótima estrutura urbana, com boas pousadas, pequenos e aconchegantes hotéis, restaurantes com comida típica.
          Destaque para a cidade de Bom Sucesso, além da cidade ter sua origem no século XVIII, tendo sido fundada em 15 de novembro de 1736, guarda relíquias arquitetônicas dos tempos do Brasil Colônia, bem como possuindo várias belezas encontradas no distrito de Aureliano Mourão, a 14 km da sede, onde o visitante encontrará belíssimas cachoeiras e cachoeiras e corredeiras do Rio das Mortes (na foto acima do Rogério Salgado), além de pontes e estações ferroviárias antigas. Poderá ainda conhecer o ponto de encontro das águas do Rio Pirapetinga com o Rio das Mortes, lugar com várias praias fluviais, ótimo para banho e contato com a natureza.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) A região do Quadrilátero Ferrífero começou a ser formada no século XVIII, com a descoberta de ouro na região, estando localizada no centro-sul do estado de Minas Gerais. Parte de duas importantes bacias hidrográficas de Minas Gerais: a do Rio Doce e do Rio das Velhas, encontra-se nessa região. (na foto acima feita pelo saudoso amigo John Brandão/In Memoriam, viaduto da linha férrea, na Rodovia dos Inconfidentes a 20 km de Ouro Preto MG)
          Além disso, grandes áreas de preservação permanente, mananciais, belezas naturais e arquitetônicas de Minas Gerais, 
encontra-se nessa região, já que foi formada a partir do início do século XVIII, fazendo parte do Quadrilátero Ferrífero, algumas das mais importantes cidades históricas mineiras como Belo Horizonte, Sabará, Congonhas, Santa Luzia, Ouro Preto e Mariana.
          A região é formada pelos municípios de Alvinópolis, Barão de Cocais, Belo Horizonte, Belo Vale, Bom Jesus do Amparo, Brumadinho, Caeté, 
Catas Altas, Congonhas, Igarapé, Itabira, Itabirito, Itatiaiuçu, Itaúna, Jeceaba, João Monlevade, Mariana, Mateus Leme, Mário Campos, Moeda, Nova Lima, Ouro Preto, Ouro Branco, Raposos, Rio Acima, Rio Manso, Rio Piracicaba, Sabará, Santa Bárbara, Santa Luzia, São Gonçalo do Rio Abaixo, São Joaquim de Bicas, Santa Luzia e Sarzedo. (foto acima de @viniciusbarnabe a Serra de Ouro Branco)
          As dimensões territoriais dessa região, com cerca de 7000 km², formam um quadrado e sua maior riqueza é a extração do minério, por isso o nome. (na foto acima de Andréia Gomes, trem de carga transportando o minério para o Porto de Tubarão em Vitória, pela Ferrovia Vitória/Minas, passando por Caeté MG e na foto abaixo, de Mateus Leme Recordações, linha férrea em Mateus Leme MG)
          60% de toda produção de minério no Brasil saem do Quadrilátero Ferrífero, que além do minério, produz ouro, ferro ,manganês, bauxita e outros minerais. Trata-se de uma das regiões mais ricas e desenvolvidas de Minas Gerais, gerando milhares de empregos diretos e indiretos, sendo ainda responsável por boa parte do PIB mineiro. (na foto abaixo, do Evaldo Itor, linha férrea em Moeda MG)
          A produção mineral do Quadrilátero Ferrífero abastece usinas siderúrgicas brasileiras, chegando a seus destinos através de trem de carga e minerodutos. Boa parte é exportada para vários países, como a China, por exemplo. A exportação é feita pela Companhia Vale S.A, escoando a produção pela Estrada de Ferro Vitória Minas até o Porto de Tubarão, na capital Capixaba, ambos sob gestão da Vale.

Broinha de Fubá de Moinho da Dona Teresa

(Maria Mineira/Conheça Minas) Você vai acompanhar passo a passo dessa receita e o segredinho para que as broinhas fiquem do jeito que está nas fotos. A receita é de Dona Teresa, de São Roque de Minas. Essa receita está presente há várias gerações na família.
INGREDIENTES
. 1 quilo de fubá moinho d’água ( de boa qualidade)
. 1 litro de leite
. 12 ovos
. 800 gramas de açúcar
. 500 gramas de manteiga de leite
. 2 colheres de sopa de fermento em pó
. 1 pitada de sal
. Meio quilo de Queijo Canastra ralado
. 1 xícara de polvilho doce ou azedo

MODO DE PREPARO
- Coloque em uma panela grande, o leite, o açúcar e quando começar a ferver, coloque o fubá e faça um angu firme. 
- Fica difícil amassar, mas não se preocupe é assim mesmo! 
- Logo após, acrescente a xícara de polvilho que serve para dar liga à massa. 
- Amasse com uma colher grande e espere esfriar.
- Depois, coloque os ovos aos poucos e amasse com as mãos, juntando a manteiga.

- Se tiver nata de leite pode usar também. 
- Se os ovos acabarem pode usar leite para amolecer a massa.
- Finalmente acrescente o fermento dissolvido no leite, o queijo e misture bem!
- A massa estará no ponto quando se colocar a ponta dos dedos nela e eles ficarem brilhando, devido à manteiga.
Finalmente, uma dica muito importante! 
- A broinha não pode ser enrolada com as mãos, senão seu aspecto final não será o mesmo. 
- O truque para uma aparência perfeita é molhar uma xícara ou coité, enfarinhar, colocar uma colherada,  balançar cada unidade antes de despejar no tabuleiro.
- Rende mais ou menos 50 unidades.
*Para facilitar, registrei o passo a passo de dona Teresa, minha mãe, fazendo a receita. Ela não tem por escrito, aprendeu com a avó.
Fotografias e Receitas com direitos autorais reservados à Maria Mineira e Conheça Minas.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A origem dos tapetes de Corpus Christi

(Por Arnaldo Silva) A festa de Corpus Christi, que significa Corpo de Cristo, acontece 60 dias depois a páscoa. A Igreja comemora essa festa desde o ano de 1264, com a instituição desse festejo pelo Papa Urbano IV com a Bula "Transiturus". (na foto abaixo, de Elvira Nascimento, tapetes de Corpus Christi em Ouro Preto MG)
         Os tapetes de Corpus Christi que encantam a todos nesse período religioso vem de uma tradição muito antiga.  A prática surgiu em na região dos Açores em Portugal no século XIII e foi introduzida no Brasil no período colonial, sendo rapidamente difundida por toda a colônia e hoje é uma prática dos católicos em todos os Estados Brasileiros. É uma tradição rica, de enorme valor para os católicos e preservada até hoje pelos dois países. Em Minas Gerais, Estado que durante o Ciclo do Ouro recebeu milhares de portugueses, a tradição foi amplamente difundida e se enraizou na sociedade cristã mineira, fazendo parte da tradição religiosa mineira. 
         Em Portugal a procissão do Corpus Christi sempre foi tradição. No século 13 fiéis observavam o Sacerdote que caminhava á frente da procissão carregando o Ostensório, um objeto que armazena a hóstia sagrada, que para os católicos significa a presença do corpo de Cristo. ( na foto ao lado, o sacerdote com o Ostensório, em Tiradentes MG) É o Sacramento da Eucaristia que somente nesse dia, deixa o altar e vai para as ruas. Para os católicos, a passagem do ostensório com a hóstia representa Jesus está andando pelas ruas da cidade. 
         Por acreditarem que Jesus estaria andando pelas ruas de sua cidade e para os católicos, Jesus é o Rei dos Reis, o Salvador, o Messias prometido, merecia uma recepção digna da fé de seu povo. 
         Foi lembrada então uma passagem bíblica na parte que narra Jesus entrando em Jerusalém e o povo feliz com sua presença. Numa demonstração de carinho, jogavam no chão ramos de oliveiras para que ele passasse por cima. O ato do povo colocar ramos de oliveiras no chão, foi inspiração para para que no dia de Corpus Christi fosse feito algo mais bonito, digno de Jesus Cristo, o Rei dos Reis. (na foto acima, a arte do artista plástico Reinaldo de Paula em frente a Igreja de Jaboticatubas.Um verdadeiro show de fé, criatividade e talento do artista )
         Não tem nada a ver com a procissão de Ramos, no período da Semana Santa, foi apenas uma ideia inspirada nessa passagem e que se popularizou e teve a aprovação da Igreja. Assim, inspirando-se nessa ideia, surgiu a decoração das ruas das cidades, no século 13, em Portugal e introduzida no Brasil, durante o período colonial. Até hoje decorar ruas com tapetes nesse dia é praticada nos dois países.  
         Com o passar dos séculos a ideia foi se desenvolvendo até chegar aos moldes atuais, onde os fiéis decoram as ruas fazendo desenhos que representam cenas bíblicas com o rosto de Cristo, cálices, cordeiros, pão e outros desenhos sobre as ruas onde a procissão passará. Usam serragens, borra de café, farinha, casca de ovos, areia, folhas, flores, sal coloridos, entre outros materiais. (a foto mostra acima de Giselle Oliveria mostra um dia de Corpus Christi em Diamantina. )
         Esses trabalhos chegam a ser considerados verdadeiras obras de arte, pela beleza, magia e encantos que proporcionam. O trabalho é feito pela comunidade e não tem caráter de promessa ou penitência. É somente amor à Eucaristia e adoração a Cristo.Começam no dia anterior ao feriado e muitos passam a noite inteira decorando as ruas.
         Os fieis se reúnem e começam a preparar os tapetes para o dia seguinte, de Corpus Christi. Não tem tamanho, formato ou extensão exatas. Pode ser de algumas centenas de metros ou dependendo dos fiéis, quilômetros até. Na tradição antiga, principalmente nas cidades históricas onde existiam muitas igrejas, a procissão saia de uma igreja para a outra, assim os tapetes ligavam as igrejas. Durante o cortejo, os fiéis exibiam e ainda exibem panos vermelhos nas janelas 
(como podemos ver na foto abaixo, de Ane Souz, em Ouro Preto).
         Em Minas Gerais essa tradição, vem desde o início do século XVII e hoje em todos os 853 municípios mineiros, distritos e povoados, é preservada. 
         O mineiro sempre foi um povo conservador e muito religioso. As manifestações de fé do nosso povo atrai a atenção de todos do Brasil e do mundo. Vem para ver, fotografar, sentir, se emocionar e participar desse momento de fé, confraternização e alegria do povo católico mineiro que coloca toda sua emoção e sentimento na arte dos tapetes de Corpus Christi. E o turista sente essa emoção.
          Nosso Estado é muito grande e não dá para ir em todas as cidades mineiras para admirar a beleza dos tapetes e participar da alegria dos fiéis, mas sugerimos algumas cidades onde você turista poderá acompanhar o dia de Corpus Christi e conhecer cidades lindas, com história, museus, arquitetura colonial, e outros atrativos. Veja os roteiros que sugerimos.
Ouro Preto, Mariana e Congonhas
          São cidades próximas. Começando por Ouro Preto (na foto acima de Ane Souz), o visitante ficará deslumbrado com os tapetes coloridos em frente as igrejas do período barroco. É deslumbrante. A cidade é perto de Belo Horizonte, apenas 100 km de distância a capital.
          A 20 km de Ouro Preto está Mariana, a primeira cidade e capital de Minas Gerais. Os fiéis saem pelas ruas repletas de tapetes e os que não estão na procissão, estendem colchas e toalhas de rendas nas janelas de suas casas.
          E a 56 km de Ouro Preto está Congonhas, a famosa cidade dos 12 profetas do Aleijadinho, expostos no Santuário do Bom Jesus do Matosinhos que é Patrimônio da Humanidade. Os tapetes coloridos nesse de Corpus Christi são verdadeiros espetáculos.
São João del Rei, Tiradentes e Prados
        As cidades são vizinhas. Tiradentes fica apenas 16 km de São João Del Rei que está a 188 km distante da capital Belo Horizonte.
   Nas três cidades ocorre procissões com suas principais ruas, próximas as igrejas cobertas pelos tapetes. Em Tiradentes, é comum nesse dia apresentações de teatrais, recitais de poemas e canções, no Largo das Forras. (na foto, missa de Corpus Christi na Igreja de Santo Antônio em Tiradentes fotografada pelo César Reis)
          A 17 km de Tiradentes está a cidade de Prados, que também é cidade histórica, com um casario colonial preservado. É nessa cidade que está o Bichinho, distrito famoso por sua beleza e artesanato. A missa e procissão de Corpus Christi em Prados mostra a fé e carinho de seu povo por esse dia.
Diamantina e Serro
          Diamantina está a 300 km de Belo Horizonte na região do Alto Jequitinhonha. A 90 km de Diamantina está a cidade do Serro. (na foto acima, tapetes de Corpus Christi nas ruas de Diamantina. Fotografia de Giselle Oliveira)
          Essas duas cidades são especiais por valorizarem as tradições e preservarem a memória e história de seus antepassados. Pelas ruas de Diamantina e do Serro, após a missa de Corpus Christi, o colorido dos tapetes e a alegria dos fiéis emociona os visitantes.
Sabará, Santa Luzia e Caeté
          Apenas 20 km de Belo Horizonte está Sabará, a terceira vila e cidade mineira. Possui um rico patrimônio histórico, com igrejas e casario do tempo do Brasil Colônia. Aleijadinho e o Meste Ataíde deixaram suas obras na cidade, que fica mais linda ainda com os tapetes coloridos, preparados com carinho pelos fiéis.
          A 21 km de Sabará está Santa Luzia, também cidade histórica. Nesse dia especial de Corpus Christi, as principais ruas do centro histórico de Santa Luzia ficam lindas com os tapetes coloridos, bem como em Caeté, que está a 35 km de Sabará. Cidade histórica, fiel às tradições religiosas. Além disso, ir à Serra da Piedade, que faz parte do município, é um passeio quase que obrigatório.
Capitólio e São João Batista do Gloria

          Capitólio está a 281 km da capital Belo Horizonte. É hoje um dos pontos turísticos mais badalados do Brasil. Banhada pelo Lago de Furnas, que é seu maior atrativo, junto com os cânions e suas belas cachoeiras, a cidade vive e preserva a tradições religiosas, bem como a vizinha São João Batista do Glória, a 61 km de Capitólio. (a foto ao lado mostra uma rua de São João Batista do Glória decorada para o dia de Corpus Christi. Foto da Paróquia local, enviada por Aline Marques).Cidade com forte  respeito às tradições religiosas e fé do seu povo.
          Em São João Batista do Glória está o Paraíso Perdido, a Lagoa Azul e tantas outras belezas e cachoeiras da região da Serra da Canastra. A fé vem de geração em geração e as cerimônias religiosas são seguidas à rica e feitas com muito carinho. O turista se impressiona com a beleza dos tapetes que ornamentam as ruas dessas duas badaladas cidades turísticas de Minas Gerais.
          Além das cidades históricas, turistas do Brasil inteiro vem a Lambari (na foto ao de autoria de Joseane Astério) Caxambu, São Lourenço, Extrema, Camanducaia, Santana do Riacho, Alfenas, Poços de Caldas, Baependi, Aiuruoca, Campos Altos, Romaria e Araxá para participarem das celebrações de Corpus Christi, porque são cidades que tem atividades voltadas para o turismo religioso.
          Seja qual for o roteiro que você escolher, Minas Gerais tem 853 municípios e em todos eles, a fé católica é mostrada com fervor e alegria não só no dia de Corpus Christi, mas em todos os dias de eventos religiosos. Seja em qual cidade mineira você estiver, encontrará as tradições religiosas católicas mineiras valorizadas e preservadas em sua forma original. O mineiro conserva e preserva suas tradições. 

Conheça o Castelo do Café

(Por Arnaldo Silva) O Castelo do Café está localizado na região do Coqueiro Rural em Manhuaçu – MG a 290 km de Belo Horizonte. (fotografia acima de Brunno Estevão)
          Empreendimento ousado e imponente que surgiu com a finalidade de unificar e centralizar as operações do Café Salomão. Desta maneira, a família Charbel, formada pelo casal Rosely e Charbel e os filhos Davi e Salomão, foram audaciosos e decidiram criar um empreendimento único, e que trouxesse uma experiência ímpar no universo dos cafés especiais. (fotos acima da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho)
          No início, a ideia era ter um galpão e colocar em sua fachada algo parecido com um castelo, porem, unindo a criatividade da Rosely e a experiência do arquiteto João Previero, o galpão se transforma em um Castelo. Uma obra majestosa, localizada entre uma cachoeira e belíssimos jardins e lavouras de café, a obra leva em seus traços características dos castelos italianos e da região da Baviera na Alemanha. 
         O visitante que tiver a oportunidade de ir até o Castelo do Café poderá ver de perto um local rico em detalhes, unindo os símbolos da família Charbel, elementos medievais e saborear cafés frescos de altíssima qualidade (característica presente do Café Salomão) na Cafeteria do Castelo do Café. (foto acima da Jane Bicalho/@sob_meu_olhar_janebicalho e abaixo arquivo do Castelo do Café/Divulgação)
          O Castelo do Café está aberto ao público aos sábados, domingos e feriados entre 10 da manhã às 20 horas. O endereço é: Chácara a Rosa e a Deusa, 1 - Castelo do Café, Coqueiro Rural, Manhuaçu MG, Zona da Mata. Telefone: (33) 99811-1004
(Com informações e algumas imagens fornecidas por Davi Charbel)

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