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terça-feira, 26 de abril de 2022

O Mercado de Origem e o Museu das Reduções

(Por Arnaldo Silva) Instalado anteriormente em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto MG, o Museu das Reduções foi transferido para o Mercado de Origem, no bairro Olhos D´Água, na região Oeste de Belo Horizonte, às margens da BR-040, a 1,9km do BH Shopping, em frente ao Leroy Merlim e ao BH Outlet .
          Ocupando 14 mil m² de área construída, o Mercado de Origem é um complexo de compras e entretenimento, central de produtos , conhecimentos, tecnologias e eventos relacionados à agricultura mineira e brasileira de todas as regiões. (foto acima e abaixo Mercado de Origem/Divulgação)
          Com o objetivo de ser além de um centro de produtos variados e diferenciados, da agricultura familiar, cultura, sabor e saberes de Minas Gerais, mas principalmente, um ponto de encontro de pessoas e histórias de Minas, do Brasil e do mundo. São cerca de 180 lojas comerciais.
          O quê, que o Museu das Reduções tem a ver com o Mercado de Origem? Tudo a ver.. Primeiro porque é no Mercado de Origem que está funcionando agora o Museu das Reduções.
          Como o Mercado de Origem, além de ser um centro comercial, é um centro de cultura e tradições, por isso, sediar o Museu das Reduções, que é um museu único no Brasil, tem tudo a ver.
O Museu das Reduções
          A formação do Museu das Reduções começou em 1978, com os irmãos Ênnio, Décio, Evangelina e Silva Alves de Vilhena. Aposentados e talentosos artistas, decidiram reproduzir réplicas dos principais monumentos brasileiros, um antigo sonho dos irmãos. Viajaram pelo Brasil, pesquisaram, fotografaram, calcularam os projetos para transformar o sonho em realidade. Os irmãos desenvolveram técnicas e ferramentas que permitiram transformar imponentes construções históricas em pequenas obras de arte, idênticas às originais. (na imagem abaixo, redução do Convento de São Francisco de Assis em Olinda/PE, peça do Museu das Reduções)
          Não se trata de simples réplicas em gesso, acrílico ou resina. Nas peças não há nenhum produto sintético ou industrializado. É uma reprodução autêntica, feita com materiais usados nas construções originais como cimento, tijolo, telhas de barro, amianto e zinco, ferragens, madeira, tinta, lampiões, grades, balaústres, treliças, comportas metálicas, etc., todos esculpidos manualmente, em formatos reduzidos e pintados em cores originais.  (acima e abaixo, fotos de monumentos reduzidos no Museu das Reduções)       
          O Guia 4 Rodas do Brasil, elegeu em 2006, o Museu das Reduções como a melhor atração do país na categoria Contribuição Artística.
Os monumentos do Museu das Reduções
          O acervo do Museu das Reduções é composto por 29 réplicas reduzidas de monumentos de 24 cidades, 15 estados brasileiros.
Monumentos do Sul do país: Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Viamão/RS; Museu de Arqueologia e Etnologia de Paranaguá, Paranaguá/PR; Igreja de São Benedito, Paranaguá/PR; Casa enxaimel de Pomerode/SC e a Estação Ferroviária de Joinville/SC. (na foto acima/acervo do Museu das Reduções)
Monumentos do Sudeste: Casas Coloniais, Paraty/RJ; Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, Rio de Janeiro/RJ; Convento dos Reis Magos, Nova Almeida/ES; Fazenda do Resgate, de Bananal/SP e Casas coloniais, Paraty/RJ (na foto acima: acervo do Museu das Reduções).
Monumentos do Nordeste: Farol de São João da Barra (Farol da Barra), Salvador/BA; Engenho de São João, Itamaracá/PE; Convento de São Francisco de Assis, Olinda/PE; Fortaleza dos Reis Magos, Natal/RN; Museu Histórico de Sergipe, São Cristóvão/SE; Mercado Municipal, Laranjeiras/SE; Trecho de Rua, Marechal Deodoro/AL; Casas Particulares, Aracati/CE; Convento de São Francisco de Assis, Olinda/PE e a Fortaleza dos Reis Magos, Natal/RN. (na foto acima do acervo do Museu das Reduções)
Monumentos do Centro Oeste do Brasil: Palácio Conde dos Arcos, Goiás Velho/GO; Palácio da Alvorada, Brasília/DF (na foto acima do arquivo do Museu das Reduções)
Monumentos de Minas Gerais: Usina Marmelos Zero, Juiz de Fora/MG; solar dos Ferreira, Campanha/MG; Casa de Câmara e Cadeia, Mariana/MG; Igreja de Nossa Senhora da Expectação do Ó, Sabará/MG; Igreja de São Francisco de Assis (Igrejinha da Pampulha), Belo Horizonte/MG; Igreja das Dores, Campanha/MG; Casa Paroquial de Amarantina, Ouro Preto/MG, Casa dos Contos, Ouro Preto/MG (na foto acima/arquivo do Museu das Reduções) e, inacabada devido Evangelina Vilhena, ter falecido antes da conclusão da réplica e a Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha em BH (na foto abaixo/arquivo Museu das Reduções)
Museu e atividades sócios-educativas
          Um trabalho longo, que consumiu anos de dedicação. Em 1994, o acervo do Museu estava completo, sendo aberto para visitação pública em 26 de março de 1994, em Amarantina, distrito de Ouro Preto MG, se mantendo ao longo dos anos com o apoio de diversos parceiros comerciais, Ong´s e benfeitores.
          Os irmãos Vilhena passaram desenvolver vários projetos, como o de uma escola de artesanato onde ensinavam a fazer reduções, uma escola de informática e outros projetos culturais e socioeducativos. Ao longo seu funcionamento em Amarantina, os projetos desenvolvidos pelo Museu das Reduções beneficiaram diretamente milhares de alunos.
          Em 31 de Outubro de 2016, o Museu das Reduções encerrou suas atividades no Distrito de Amarantina, transferindo-se posteriormente para Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto MG, reabrindo para visitações, em 2020. (foto acima do arquivo do Museu das Reduções)
          Em 2023, as instalações do Museu das Reduções foram transferidas o Mercado de Origem, na BR-040, no bairro Olhos D´Água, na Capital Mineira, com o mesmo objetivo, além de continuar com suas atividades culturais e sociais.
O projeto das instalações do museu
          O novo espaço do Museu das Reduções foi projetado pela consagrada arquiteta mineira Jô Vasconcelos, especialista em centros culturais, responsável pelos projetos do Circuito Praça da Liberdade e da Filarmônica de Minas Gerais, dentre outros. 
          Numa releitura do Museu, que retrata a evolução da arquitetura Brasileira ao longo dos últimos 5 séculos, Jô explorou muito bem os aspectos e elementos da construção do Mercado de Origem, como tubulações aparentes, azulejos incompletos,  paredes desgastadas, etc, emoldurados pela fantástica arte de Drin Cortês, com pinturas que remetem aos séculos representados. 
          O resultado final é surpreendente, com as artes interagindo harmonicamente com o espaço inusitado, contando, de uma forma genuína, a história do Brasil.
Contato para mais informações: site:museudasreducoes.com.br, e-mail: museudasreducoes@gmail.com, WhatsApp (31) 9 9727-3658, Instagram e Facebook @museudasreducoes.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Três Ilhas: os encantos de uma joia mineira

(Por Arnaldo Silva) Três Ilhas é um distrito de Belmiro Braga, município a 295 km de Belo Horizonte na divisa em Minas Gerais com Juiz de Fora, Matias Barbosa, Simão Pereira, Santa Bárbara do Monte Verde e com Paraíba do Sul, Comendador Levy e Rio das Flores, no Rio de Janeiro. Em Três Ilhas, vivem pouco mais de 250 moradores. 
          Com origens no século XIX, Três Ilhas é um distrito histórico de grande importância  para Minas Gerais. Seu Centro Histórico, com destaque para o sobrado do Barão de São José Del Rei e a Igreja de São José, são bens tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG) em 10 de setembro de 1997. (fotografia acima de Thelmo Lins)
Cenário de cinema
          Suas ruas históricas e seu valioso casario bem preservado, sua simplicidade e charme, fazem do distrito um verdadeiro cenário de cinema, tanto é que os filmes o Menino Maluquinho 2 de 1997 e Lavoura Arcaica, de 2001, foram gravados em Três Ilhas. (fotografia acima de Pedro Henrique e abaixo de Marcos Lamas)
           Seu casario é todo habitado e bem conservado pelos moradores. Tendo ainda um cartório, um pequeno comércio e uma pequena e aconchegante pousada.
A Matriz de São José
          O grande destaque de Três Ilhas é a Igreja de São José, com obra iniciada em 1788 e inaugurada 10 anos depois, em 1888. Foi projetada pelo arquiteto Quintiliano Nery Ribeiro e projeto executado pelo metre-pedreiro português Manoel Joaquim Rodrigues e construídas por mãos escravas.
           Uma igreja imponente, erguida com enormes blocos de pedras e riqueza nos detalhes interiores que impressiona. (na foto acima do Thelmo Lins, a fachada da Igreja de São José e abaixo, de Marcos Lamas, o seu interior)
          Sua construção seguiu o estilo neorromânico, em pedras monocromáticas e grande números de arcos romanos em sua ornamentação interna, com colunas em pedra. A obra teve influência direta do poderio econômico dos barões do café do período do Ciclo do Café. Completa o conjunto da matriz, o casario barroco em seu entorno, bem conservado e de grande valor histórico.
A festa de São José
          Julho é o mês mais interessante para conhecer Três Ilhas. É no início desse mês, que acontece no distrito a tradicional Festa de São José.
          Além das comemorações religiosas, como missa, reza do terço e procissões dos motociclistas e ciclista, tem cavalgada, leilões, shows musicais, apresentação de coral, orquestra e sanfoneiros, baile com apresentações musicais, barracas com comidas típicas, café comunitário, almoço festivo beneficente, dentre outras atividades, durantes os 3 dias de festa.
Uma vila preservada
          A igreja de São José, bem como o casario em sua principal rua (na foto acima de Thelmo Lins), se manteve praticamente inalterado ao longo dos anos. É um dos poucos vilarejos mineiros que se mantém praticamente inalterado, desde suas origens.
          A igreja fica maior parte do tempo fechada, mas quem quiser conhecer seu interior, basta procurar pelo sacristão, que tem as chaves da igreja. ou então, conhecê-la nos dias de missa, no 1° e 3° domingos do mês, as 11 horas.
          Três Ilhas é uma mostra do poderio econômico do auge do Ciclo do Café, bem como as fazendas centenárias, presentes na região, muitas delas, hoje funcionando como hotéis fazendas. (fotografia acima e abaixo de Márcia Vale)
          Uma vila a ser descoberta pelos turistas por sua história, por suas fazendas históricas, arquitetura imponente, por suas belezas naturais e pelo seu charme único e encantador.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Caburu: uma típica e tradicional vila colonial mineira

(Por Arnaldo Silva) São Gonçalo de Amarante, popularmente conhecido como Caburu, é distrito colonial, do século XVIII, da cidade histórica de São João de- Rei MG, nas Vertentes Mineiras. A cidade está a 190 km de Belo Horizonte e o distrito, apenas 18 km distante da sede com acesso por estrada de terra e sinuosa, permitindo belíssimas vistas das paisagens da região. Na vila vivem cerca de mil pessoas em 60 casas.
Fotografia: César Reis
          Um lugar pitoresco, bucólico, de atmosfera simples e bucólicas, agraciado com belezas naturais incríveis.
          Seu casario colonial reflete o estilo das construções barrocas do século XVIII, com portas e janelas bem entalhadas e paredes caiadas em branco.  A vila é rodeada por montes e mirantes, que permitem contemplar as belezas naturais da região, além do romantismo que é contemplar o nascer e o por do sol. E como toda vila mineira, o folclore, a religiosidade, lendas e causos, fazem parte do dia a dia de seus moradores. 
Povo desconfiado
Fotografia: César Reis
          Como toda vila mineira, o forasteiro que vem à São Gonçalo do Amarante, percebe de cara o jeito desconfiado de seus moradores. Basta chegar um forasteiro que o povo corre para suas casas, fecha as portas e janelas e ainda, tranca o cachorro no quarto. Trancados em suas casas, ficam espiando pelas frestas das janelas as pessoas que vieram de fora.
          Isso é só no começo, mas logo começa a conversa, os moradores vão pegando confiança e se mostram de fato como são: carinhosos, educados, gentis, acolhedores e hospitaleiros. Basta o forasteiro ser simpático, elogiar a casa, a igreja da vila, o queijo, o café, enfim, falar bem de Minas, que logo é tratado como parente próximo.
Fotografia: Alex Fonseca
          Pouco se sabe sobre a história do povoado que se formou no início do século XVIII, com a chegada de bandeirantes e portugueses, em busca da riqueza que as minas de ouro mineiras proporcionavam. 
Origem de São Gonçalo do Amarante
 Fotografia: César Reis
         Pouco se sabe sobre a história do povoado que se formou no início do século XVIII, com a chegada de bandeirantes e portugueses, em busca da riqueza que as minas de ouro mineiras proporcionavam.
A igreja de São Gonçalo de Amarante          
Fotografia: César Reis
          É uma vila charmosa, pitoresca, bem atraente, com um casario colonial pequeno e bem preservado, além de ser um lugar tranquilo e aconchegante. Destaque para sua imponente, igreja construída entre 1720 e 1730, dedicada a São Gonçalo de Amarante, em estilo Nacional Português, a primeira fase do barroco mineiro. 
          É uma igreja simples com poucos detalhes exteriores, sem torres e com a sineira ao lado. Suas talhas interiores e ornamentações em dourados, são riquíssimas e refletem a beleza da arte da primeira fase do barroco mineiro e a riqueza da arte setecentista.
De Brumado para Caburu e São Gonçalo do Amarante
Fotografia: César Reis
          Por estar próximo a um riacho de nome Brumado, o primeiro nome do arraial foi São Gonçalo do Brumado, O arraial cresceu, se transformou num próspero povoado, foi elevado à vila e por fim, à distrito em 7 de setembro de 1923, mas com o nome de Caburu.
          Não se sabe ao certo o porquê desse nome, já que Caburu, no tupi é a junção das palavras cáa (mato) com mburu (maldito), Mato Maldito. E ainda, a junção pode ainda significar cab (vespa ou marimbondo), com uru (cesto, recipiente), Caixa de Marimbondos.
  Fotografia; César Reis
        O nome Caburu, se manteve até 1990, quando o distrito passou a ter o mesmo nome de sua igreja, São Gonçalo de Amarante. 
Em São João Del Rei
Pedra da Ramalhuda, lugar considerado sagrado pelos moradores da vila. Foto: César Reis
         A devoção a São Gonçalo de Amarante, um santo português que nasceu em Tagilde, no ano de 1187, chegou a São João Del Rei nos primeiros anos do século XVIII com a chegada de algumas famílias, oriundas de Amarante, em Portugal. 
Fotografia: César Reis
          O arraial cresceu em torno da igreja que os portugueses, devotos de São Gonçalo de Amarante construíram. Com o passar do tempo, a fé em São Gonçalo de Amarante se expandiu para regiões vizinhas. A igreja é constantemente visitada por fiéis, desde a origem do povoado, principalmente em julho, quando acontece a Festa de São Gonçalo do Amarante com cerimônias religiosas, leilão de gado, barracas com comidas típicas e etc. 
Fotografia; César Reis
        Nos períodos que antecedem à festa, a comunidade se organiza em preparativos para o evento religioso e também para receber os fiéis que vem de outras localidades. Religiosidade, barraquinhas com comidas e bebidas típicas, rezas, penitências e também muita alegria nos dias de festa.
          Festa de fé, de devoção e também, oportunidade de estar num lugar aprazível, charmoso, com um povo acolhedor e hospitaleiro.
Outras festas
Fotografia de César Reis
          Em outubro acontece ainda a tradicional Festa de Nossa Senhora do Rosário, com a presença de reinadeiros do Rosário e cortes de Reinado do Rosário da vila e da região.
          Em maio acontece na vila o tradicional "Café com Causos" quando os moradores se reúnem na praça da comunidade. Nesse evento, cada um traz suas quitandas preferidas que são compartilhadas com todos. Enquanto saboreiam as delícias mineiras, vão contando seus causos e histórias antigas da vila. Dessa forma, creem os mais velhos, a cultura, tradição, laços familiares e a história da vila são preservados.
          As festividades religiosas da Semana Santa é outro importante evento que acontece na vila.

São José do Barreiro: a vila da Canastra

(Por Arnaldo Silva) Pequena, pacata, tradicional, atraente e charmosa, a vila de São José do Barreiro é distrito de São Roque de Minas, na região Oeste do Estado, na Região da Serra da Canastra.
          Distante 320 km de Belo Horizonte, à acesso principal à região é pela MG-050. Essa rodovia tem ligações com a BR-262 e BR-381. (fotografia acima e abaixo de Nacip Gômez)
          Em São José do Barreiro vivem cerca de 600 pessoas. São pessoas simples, além de hospitaleiros e muito acolhedores.
          Em uma localização privilegiada, fica na parte baixa da Serra da Canastra, na estrada que se inicia em Vargem Bonita MG, que leva à Cachoeira da Cascadanta. 
          São José do Barreiro está apenas 9k km da portaria de acesso à primeira queda do Rio São Francisco.
          A pequena vila é tranquila e seu dia a dia bem pacato. Lugar ótimo para quem busca sossego, tranquilidade e contato puro com a natureza.
          São José do Barreiro tem uma boa estrutura para receber turistas e visitantes com pousadas, restaurantes com comidas típicas, posto de combustível. (fotografia acima e abaixo de Pedro Beraldo/@ecotrilhasdacanastra)
          Além disso, encontra-se na vila vendas e armazéns tradicionais, pitorescos botecos, lojas de artesanatos e claro, toda beleza em seu redor, de uma das mais belas paisagens do mundo, a Serra da Canastra.
          De São José do Barreiro, tem-se uma incrível vista do paredão, que chamou atenção dos primeiros bandeirantes a pisarem na região, no início do século XVIII. Por lembrar uma canastra, uma maleta de madeira tipo baú, deram esse nome ao maciço rochoso. (fotografia acima de Pedro Beraldo/@ecotrilhasdacanastra)
          Se antes era um ponto de referência geográfica para bandeirantes, hoje, o Paredão da Canastra é uma das maiores referências em turismo em Minas Gerais. Em seu ponto mais alto, o paredão atinge até 400 metros de altura.
          Além disso, em São José do Barreiro o turista tem ainda as praias fluviais formadas pelas águas do Rio São Francisco, as cachoeiras da Lavra e Lavrinha, os mirantes da Serra da Babilônia, trilhas e ainda, fazendas centenárias e tradicionais na produção do Queijo Canastra. 
          Tanto na vila, quanto nas fazendas em seu redor, pode-se sentir o mais autêntico sabor da culinária mineira como, a carne na lata, a galinhada e doces diversos, como o tradicional doce de queijo e claro, o legítimo Queijo Canastra (na foto acima, queijos da Queijaria Mergulhão).
          Nas andanças pela vila e zona rural, sente-se o mais puro jeito mineiro de ser e o doce sabor de nossas tradições, seja na religiosidade e folclore, em sua cultura e sotaque, no estilo de vida simples, no seu casario colonial, enfim, vive-se na vila, a mais autêntica mineiridade. (fotografia acima de Luís Leite)
          Ir à Serra da Canastra, São José do Barreiro é um destino imperdível.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

O arraial de São João Batista da Canastra

(Por Arnaldo Silva) São João Batista da Canastra é um pequeno arraial, localizado na parte alta do Parque Nacional da Serra da Canastra, em São Roque de Minas, a 1200 metros de altitude. O acesso ao arraial pode ser feito pelas portarias 1, 2 e 3 do parque. São Roque de Minas está a 320 km distante de Belo Horizonte, com acesso pela MG-050.
          Um vilarejo tipicamente mineiro, conta com pouco mais de 50, casas onde vivem cerca de 200 pessoas. No singelo arraial tem uma praça gramada, igreja, um tradicional boteco, pousadas, um pequeno restaurante, uma rua principal e pequenas ruas laterais, de terra batida. Um lugar pitoresco, charmoso, de gente bem simples, desapegada, hospitaleira e acolhedora. (fotografia acima de Luís Leite)
          Uma rusticidade e simplicidade poética. Lugar que transmite uma paz e tranquilidade incrível! (fotografia acima de Felipe Brazão/@fbimagensarea)
          Os moradores, principalmente os mais antigos, adoram uma boa e autêntica prosa mineira. Conhecem bem a história do arraial, suas lendas, causos e suas belezas e gostam de contar as histórias do arraial.
          Em torno da simplicidade da igreja e praça, acontece os principais eventos religiosos, folclórico e culturais de São João Batista da Canastra. (fotografia acima de Elpídio Justino de Andrade e abaixo da Maria Mineira, a singela igreja do vilarejo)
          A culinária de São João Batista da Canastra é famosa na região. Tradicional e tipicamente mineira, com os pratos típicos da nossa culinária, nossas quitandas, doces saborosos, como o doce de leite e o de queijo, além claro, do Queijo Canastra.
          Sem contar as belezas naturais em torno do arraial com uma vista de tirar o fôlego da Serra da Canastra, além das belas cachoeiras do Jota, da Gurita e a do Lava-pés, bem pertinho do arraial, tem ainda nas proximidades, as cachoeiras do Fundão, da Parida, da Boa Vista e de Rolinhos. (na foto acima da Maria Mineira a Cachoeira do Jota e abaixo, a Cachoeira do Fundão)
          Além disso, o pacato vilarejo tem o privilégio de estar entre as divisas das nascentes do Rio Araguari, que faz parte da bacia do Rio Paraná e também de nascentes, rios e riachos que formam a bacia do Rio São Francisco.
          Em São João Batista da Canastra a vida passa devagar, é tão sossegada e tranquila que é um convite imperdível para quem visita o Parque Nacional da Serra da Canastra. (fotografia acima de Luís Leite)
          Clima ameno, ares e sossego de fazenda, é um lugar ideal para sentir e conhecer de perto o jeito mais simples e autêntico do povo mineiro.

quarta-feira, 9 de março de 2022

Charco: frio e charme nas montanhas mineiras

(Por Arnaldo Silva) O Charco faz parte da área territorial do município de Delfim Moreira MG, distante 35 km da sede, com acesso pela BR-459 e MG-350. Curiosamente está apenas 6 km de Campos do Jordão/SP e a 15 km da cidade de Wenceslau Braz/MG.
          Pela distância do Charco à sede, essas duas cidades são referência dos moradores da vila para o uso dos serviços normais como supermercados, farmácias, escolas, etc. (na foto acima do Fernando Maia, vista parcial do Charco)
A cidade de Delfim Moreira
          Delfim Moreira está a 475 km de Belo Horizonte, com acesso pela BR-381 e a 235 km de São Paulo, com acesso pela BR-116. A cidade conta com pouco mais de 8 mil habitantes. Está na divisa com os municípios mineiros de Maria da Fé, Virgínia, Wenceslau Braz, Itajubá e Marmelópolis, além de fazer divisa com as cidades paulistas de Guaratinguetá, Cruzeiro, Piquete e Campos do Jordão.
          Cidade charmosa e acolhedora, Delfim Moreira está aos pés das montanhas da Mantiqueira, a 1200 metros de altitude, no Sul de Minas Gerais. Cidade com inverno rigoroso, abaixo de zero, se destaca por sua culinária e cervejaria artesanal, o cultivo do marmelo, arquitetura austríaca e colonial e belezas naturais espetaculares. (na foto acima de Eder Paulo Dias, o centro de Delfim Moreira MG)
          Além de sua beleza natural, arquitetônica e história, em Delfim Moreira se destaca o distrito do Charco, a oeste da sede. No sul de Minas, distritos são chamados de bairros rurais.
O bairro do Charco
          O povoado é um dos marcos da povoação do Sul de Minas. Sua povoação teve início nos primeiros anos nas últimas décadas do século XIX. As terras onde está o vilarejo tem origem na família Faria, permanecendo em propriedade dessa família por gerações.
          Durante o período da escravidão no Brasil, escravos foram trazidos para a região Sul de Minas, para trabalharem na mineração e agricultura. No Charco, segundo a tradição oral existiu, um cemitério onde os escravos eram sepultados, na parte alta das montanhas que cercam a vila. (fotografia acima do Mateus Ribeiro)
          Além disso, próximo à pequena Vila, encontra-se pequenos povoados no sopé da Serra dos Marins e ainda a Fazenda da Onça, área pertencente ao 4° BECMB, usada para treinamentos de militares do Exército Brasileiro.
O estilo groelandês na arquitetura
          Uma rua poética, tranquila é a entrada para o Charco, ladeada por chalés muito bem cuidados. Mais à frente, uma pequena igreja, sem torre, uma serraria e várias casas, no estilo das pequenas vilas da Groelândia.
          Das chaminés do casario do Charco, uma leve fumaça mostra o fogão a lenha ativo ou mesmo, a lareira aquecendo a casa. (fotografia acima e abaixo do Mateus Ribeiro)
          A charmosa vila é um conjunto de beleza que lembra as belas paisagens e arquitetura das vilas da Groelândia, a maior ilha do mundo, embora com poucos moradores, apenas 57 mil habitantes. Embora a ilha esteja na América do Norte, à leste das ilhas do Canadá, a Groelândia é território subordinado a Dinamarca, embora seja um território com autonomia e governo próprio, desde 1814.  Localizasse entre o Oceano Atlântico e o Oceano Glacial Ártico.
          A arquitetura da Groelândia segue o estilo nórdico, tradicional na Dinamarca e suas ilhas, como as Faroé.
          Guardadas as devidas proporções, a arquitetura do Charco tem muita semelhança com os vilarejos da Groelândia, principalmente nas casas de madeira coloridas. 
          O Charco é um recanto, um descanso e um encanto. Para os amantes do frio e comidas típicas de inverno, é o lugar ideal. (fotografia acima de Célia Xavier)
O casario em madeira do Charco
          As casas de madeira são singelas, simples, coloridas e charmosas. As construções em madeira vão além dos projetos arquitetônicos, são projetos artísticos. O casario do Charco é pura arte e requinte, seja no povoado e nas fazendas em seu entorno.
           As construções antigas e tradicionais mineiras são em pau-a-pique, com tijolos de adobe e barreada, segundo o estilo do barroco colonial mineiro. As recentes, em alvenaria. No Charco, as mais antigas são todas em madeira, tanto na Vila, quanto nas propriedades rurais. Mesmo as construções mais novas, misturam alvenaria com madeira da região. (na foto acima de Geraldo Gomes, a entrada da Vila e o casario em madeira)
Chalés da Suze
          Um dos destaques do casario do Charco são os Chalés da Suze, vistos logo na entrada da vila, numa rua de terra, o colorido casario é um misto de nostalgia, charme, simplicidade e beleza arquitetônica dinamarquesa. 
          É uma vila com construções em estilo único em Minas Gerais. Não tem semelhante no Estado. Casas de madeiras em várias localidades mineiras existem sim, mas como vila, bairro rural, não existe. O Charco é único nesse estilo. (na foto acima do Vinícius, a rua principal da Vila e alguns chalés da Suze)
          Entre os Chalés da Suze, passam turistas e peregrinos, já que o Charco está no Caminho de Aparecida. Inclusive, um galpão construído no vilarejo, serve de pouso e descanso dos romeiros. (fotografia acima de Mateus Ribeiro)
          Por isso que o bairro vem se transformando num refúgio de famílias de São Paulo e Rio de Janeiro, que vem à região em busca do sossego, paz e tranquilidade que o bairro oferece, construindo moradias, no estilo arquitetônico local para passarem fins de semana, feriados ou férias. (fotografia acima de Geraldo Gomes)
Beleza cênica e idílica
          Entre montanhas, matas nativas de araucárias, o Charco mostra seu charme em suas construções em estilo dinamarquês. O casario da Vila é praticamente todo em madeira. (fotografia acima de Matheus Freitas)
A Serraria Serra Negra 
          Isso devido ser fácil encontrar madeira na região, além do bairro contar com a Serra Negra, uma das mais antigas serrarias da Mantiqueira. Hoje, toda reformada e modernizada, é responsável pela geração de empregos e um dos pilares da existência da Vila. (Fotografia acima de Matheus Ribeiro)
          A qualidade da madeira na região e a instalação da serraria no Charco, explica a predominância de madeiras nas construções da vila.
          A Serraria Serra Negra faz parte da história do Charco e da Serra da Mantiqueira. Pertence até os dias de hoje a geração da família Faria, em especial, Zico Faria, um dos primeiros moradores da região, cuja família deu origem à vila, no século XIX.
Inverno congelante
          Sua principal caraterística é o frio, podendo chegar nos dias mais rigorosos de inverno, a temperaturas extremas, como em julho de 2021, quando os termômetros marcaram - 10°C. Se a vizinha Campos do Jordão é gelada no inverno, no Charco, pode ter certeza, é mais ainda.
          O inverno muda toda a paisagem, congela tudo, literalmente. Raro é a temperatura não ficar abaixo do zero grau no Charco, principalmente no mês de julho, o mais frio do inverno. (foto acima e abaixo de Mateus C. Ribeiro)
          O Charco possui uma pequena estação meteorológica particular, instalada em uma fazenda. O responsável pela instalação foi um estudante de geografia da Universidade de Pelotas/RS que escolheu o Charco por considerar o local o ponto mais frio da Serra da Mantiqueira.
          O lugar onde está instalada a estação, no Charco está a 1712 metros de altitude, acima do nível do mar. Em 2021 foram registradas as menores temperaturas na região. Em 23/07/207 os termômetros marcaram -10°C, superando os -9.1°C de 21 de junho, do mesmo ano.
          Porém, as temperaturas registradas nesta estação não são oficiais, devido a mesma não ser reconhecida pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). (Foto acima do Mateus C. Ribeiro)
Potencial turístico
          O Charco tem potencial para ser um dos mais interessantes pontos turísticos de Minas Gerais, principalmente por sua arquitetura, belezas naturais e seu inverno rigoroso, que faz com que a vila lembre as charmosas vilas dinamarquesas. (fotografia acima e abaixo de Geraldo Gomes)
          Explorar esse potencial, investindo em melhorias na infraestrutura do vilarejo é um passo importante para tornar o Charco uma das referências do turismo na Serra da Mantiqueira.

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