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sexta-feira, 12 de abril de 2019

Queijo maturado na cachaça com jabuticaba

     Existem vários processos de maturação de queijos existentes no mundo. Conheço algumas e como minha família tem tradição em queijos, é um tema que sempre me interessou.
     Através da Carolina Biasi, fanpage Sabará Sabor e do restaurante Alambique e Armazém Jotapê, em Pompéu, distrito de Sabará MG, conheci a técnica, criada por ela e sua mãe, Iara Biasi, de maturar queijo na cachaça com jabuticaba. As duas são as criadoras do processo de maturação de queijos na cachaça com jabuticaba.
     Fiquei bastante curioso em conhecer esse processo de maturação e resolvi maturar um queijo. Ficou ótimo!
É bem simples o processo.
- Você compra um queijo comum, meia cura. Qualquer queijo.
Numa vasilha coloque o queijo, em seguida a cachaça e por fim, jabuticabas como pode ver na imagem acima. 
- Tampe com um pano ou tela de preferência, para não cair insetos e deixe "curtindo" por 5 dias. 
- No terceiro dia estourei algumas jabuticabas.
- Nesse período, a cachaça e a jabuticaba agirão no queijo, tornando sua tonalidade mais intensa, firme e com a casca mais escura.
- Após esse tempo, retire e deixe o queijo "secando" por 15 dias. 
- O resultado final será como o da foto acima.
     Prontinho! O queijo já está maturado e o sabor é diferente, gostoso, intenso, meio picante. O bom de tudo é que o queijo não perde suas características, podendo ser usado normalmente como qualquer outro queijo.
     Gostei dessa experiência e sempre irei fazer essa técnica.
     Agora você me pergunta: o que fazer com a cachaça? Uai, eu coei e tomamos. Ficou gostosa com gostinho de queijo e jabuticaba.  
     Quem for a Sabará, vá a Pompéu, um distrito histórico e muito aconchegante. Bem no centro de Pompéu está o Restaurante e Alambique Jotapê. A comida é tipicamente mineira e como Sabará é a terra da jabuticaba e ora-pro-nobis, pratos com esses dois ingredientes não faltam. Além disso o atendimento no restaurante é um dos melhore, além do lugar ser muito aconchegante e confortável. Tanto a Carol, quanto toda a família são atenciosos, gentis, educados e com um talento enorme para a culinária. Fazem cada pratos de dar água na boca. (Arnaldo Silva)

terça-feira, 9 de abril de 2019

Plantação de Lavandas em Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva) A beleza e delicadeza das flores e o perfume das lavandas exalam no alto das montanhas mineiras. Mas tem lavanda em Minas Gerais? Sim, em São Bento Abade, cidade com com cerca de 6 mil habitantes, no Sul de Minas, na divisa com os municípios de São Tomé das Letras, Carmo da Cachoeira, Três Corações e Luminárias. (fotografia acima da Fazenda Lavandas da Serra, de autoria do @estudioquinas de Varginha MG)
          O povoamento do município teve início com o Padre José Bento Ferreira de Toledo em 1752. A partir dessa época começaram a surgir outros moradores. O Padre nutria muita devoção ao "eremita" São Bento. Construiu uma capela em homenagem ao santo na fazenda Campo Belo, que mais tarde recebeu o nome de Povoado de São Bento e quando se tornou distrito, também chamou-se São Bento. Em 1945, o distrito passou a chamar-se Eremita. (foto acima e abaixo, enviadas pela Raquel/Lavandas da Serra/Divulgação) 
          Quando o município foi emancipado, em 30 de dezembro de 1962, optou-se pelo nome original, São Bento. Como já existia outras localidades e cidades com o nome de São Bento, acrescentaram Abade, para distinguir o novo município que surgia. Assim ficou São Bento Abade. (foto abaixo da Fazenda Lavandas da Serra, de autoria do @estudioquinas de Varginha MG)
As lavandas em São Bento Abade
          O clima frio, aliado à altitude das montanhas mineiras são propícias para o cultivo de lavandas. O cultivo de lavandas em São Bento Abade teve como pioneira a Fazenda Maria Vitória, tradicional produtora de cafés, da cidade de Três Corações, a 30 km de distância de São Bento Abade. Agora é também pioneira em produção de lavandas para uso terapêutico, culinário, decorativo, artesanato, para ambientes e cuidados pessoais, em Minas Gerais. (na foto abaixo, óleo de lavanda, fotografado pelo @estudioquinas, de Varginha MG)
               Assim surgiu a Lavandas da Serra, com plantações de lavandas em São Bento Abade e lojas nas cidades vizinhas de Três Pontas e São Tomé das Letras. Além da produção de café, na Fazenda Maria Vitória, em Três Corações, todas cidades do Sul de Minas. (na foto abaixo, a Fazenda Lavandas da Serra, de autoria do @estudioquinas de Varginha MG)
A origem das Lavandas
          As espécies mais usadas como ervas e para ornamentação são as Lavanda inglesa e a Lavandula angustifolia (L. officinalis). As lavandas também são conhecidas pelo nome de alfazemas. É uma das mais antigas e mais belas plantas do mundo. São encontradas em estado nativo no Mediterrâneo, Ilhas Canárias, Norte e Oeste da África, Sul da Europa, Arábia e Índia. É largamente produzida na Europa, sendo os maiores produtores a Bulgária, França, Austrália, Rússia, Grã-Bretanha e Hungria.
          As lavandas são pequenos arbustos, de cor púrpura e com delicado perfume. São usadas para arranjos florais, terapêuticos, medicinais, em diversos tipos de artesanatos e até na culinária. Sua fragrância afasta a presença de insetos e parasitas. Da planta também se extrai óleos utilizados na indústria da beleza e ainda como antisséptico e na aroma-terapia. Lavandas são usadas ainda na culinária, como geleias, doces, bolos, etc. (foto abaixo de @estudioquinas de Varginha MG)
          O chá de lavanda, também conhecido por alfazema, é muito consumido, mas recomenda-se não usar continuamente e sim moderadamente. Este chá, ajuda a diminuir a ansiedade, melhora o sono, relaxa e ainda ajuda na redução da pressão arterial, febre, cicatrização de aftas, enxaqueca e a estabilizar os batimentos cardíacos. ( foto acima do @estudioquinas de Varginha MG, e abaixo, produtos feitos à base de lavanda, na Fazenda Lavandas da Serra em São Bento Abade)
A preferida das abelhas
     Durante a florada, que acontece no início do inverno, entre junho e julho, com duração de 30 dias mais ou menos, os campos de lavandas são tomados por abelhas, misturado aos tons das flores roxas da lavanda. 
          As abelhas adoram o perfume das flores de lavandas, isso porque as flores produzem néctar em abundância, atraindo-as em grandes quantidades. O mel que oriundo das lavandas é considerado de alta qualidade e grande valor comercial, já que é um mel de qualidade nutricional superior aos outros existentes. (fotografia acima e abaixo de @estudioquinas de Varginha MG)
          Um detalhe interessante, é que, dependendo da posição do sol, as lavandas tem alterações em suas cores, devido o reflexo da luz solar, principalmente no fim no alvorecer e entardecer. Além do espetáculo maravilhoso que é comtemplar o pôr do sol, em meio à lavandas, sentir o delicioso e suave perfume, que as lavandas exalam, é extasiante. É um descanso e relaxamento incrível para os olhos, olfato e mente. 
Para conhecer a Fazenda e agendar visitas, o telefone de contato é (35) 99873-1437.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

As regiões produtoras de cafés especiais de Minas

(Por Arnaldo Silva) Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil. O Estado de Minas sozinho é responsável pela produção de 53% do café no país. Segundo dados da Federação da Agricultura de Minas Gerais (FAEMG), a indústria cafeeira mineira gera 4 milhões de empregos diretos e indiretos no Estado. Dados da Embrapa aponta que o café é o principal commodity, de exportação de Minas Gerais. 
          O café tradicional é produzido em todas as 12 regiões geográficas mineiras, sendo que em várias cidades dessas regiões, são produzidos cafés especiais, de alta qualidade e grande valor, tanto para o mercado interno, quanto para o mercado externo. Se engana quem pensa que os cafés especiais são apenas para a exportação. A preferência por esse tipo de café vem crescendo a cada ano, mesmo com preços superiores ao café tradicional. (na foto acima, café do Sítio Pé de Bréu em Alto Caparaó MG. Enviada por Ricardo e Widma/Divulgação)
          O café mineiro vem a cada dia conquistando o paladar, não só do brasileiro, mas de todo o mundo. Em todas as regiões de Minas se produz café e algumas delas se destacam pelos cafés especiais. Como Minas é um estado com clima, altitudes, latitudes e biomas diferentes (no Estado temos os biomas Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga), além de diferentes formas de cultivos, faz com que os cafés mineiros tenhas suas particularidades e diferenças. Dessas diferenças regionais podemos encontrar cafés com sabores e aromas diferentes, que caracterizam cada região. (na foto acima de @hamiltoncarlos98, cafezais em Alto Caparaó MG, Zona da Mata e abaixo, de Luís Leite, terreiro de café em Poços de Caldas MG, Sul de Minas))
          A cada ano vem crescendo no Brasil o hábito em consumir cafés especiais. O consumo do café tradicional cresce 3% ao ano, já os cafés especiais, 15% ao ano, segundo dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais. A diferença do café especial para o café convencional é a qualidade superior, resultado de investimentos em tecnologia, pesquisas que geram grãos de alta qualidade, consequentemente, um café especial, de excelente qualidade, aroma e sabor.
As regiões produtoras de cafés em Minas Gerais
- Campo das Vertentes
 
          O Campo das Vertentes é uma das principais regiões de Minas Gerais. Clima ameno, montanhas, altitude e solo de qualidade são fatores preponderantes que definem as características únicas, dos cafés especiais, produzidos nessa região, reconhecida como região de Indicação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional de Patentes Industriais (INPI0 em novembro de 2020. (na foto acima de Deividson Costa, fazenda de café em São Tiago MG)
          A região cafeeira mineira Campo das Vertentes, é formada pelos municípios de São Tiago, São João Del Rei, Oliveira, Ibituruna, Conceição da Barra de Minas, Santo Antônio do Amparo, Santana do Jacaré, Ritápolis, Camacho, Campo Belo, Carmo da Mata, Cana Verde, Perdões, Candeias, Bom Sucesso, Nazareno e São Francisco de Paula. 
- Matas de Minas
          O café produzido na região Matas de Minas é o cereja e nessa região a opção é pelo cereja descascado. Seu aroma é achocolatado, sabor cítrico, com acidez média, doçura alta e corpo médio a encorpado. É de ótima qualidade, se destacando sempre em concursos de cafés especiais, tanto no Brasil como no exterior, com mercado de exportação para Japão, Estados Unidos e vários países da Europa. 
     Essa região cafeeira é composta por 65 municípios, se destacando Alto Caparaó, Ervália, Manhumirim, Carangola, Alto Jequitibá, Araponga, Espera Feliz, Muriaé, Inhapim, Mutum, Caparaó e Viçosa.(foto acima do Café Pé de Bréu de Alto Caparaó MG, enviada por Ricardo e Widma/Divulgação)
- Café Chapada de Minas
          O café Chapada de Minas tem como característica o corpo denso, com notas de caramelo, frutas passa, capim limão e acidez cítrica.
          É produzido no Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri e Norte de Minas, regiões que estão se tornando referência no plantio de cafés especiais de alta qualidade. (na foto acima, cafezal em Angelândia, Vale do Jequitinhonha. Fotografia de Sérgio Mourão/Encantos de Minas)
          Em destaque para as cidades de Capelinha, a maior produtora do região, Diamantina, Montes Claros, Buritizeiro, Presidente Kubistchek, Medina, Ladainha, Pedra Azul, Nanuque, Felício dos Santos, Salinas, Turmalina, Teófilo Otoni, Serro, Gouveia, Santa Maria do Salto, Malacacheta, e Angelândia, cujo café Geisha da Fazenda Primavera, do grupo Montesanto Tavares, ganhou o Cup Excelence de 2018, sendo considerado até então o café mais caro no mundo. A saca de 60 kg foi vendida por 72 mil reais.
- Sul e Sudoeste de Minas
          O café produzido nas montanhas do Sul de Minas tem como característica o corpo aveludado, adocicado, com notas de chocolate, amêndoas, caramelo, cítricas e frutadas. Já o café do Sudoeste Mineiro tem como característica o corpo médio com notas florais e cítricas, além de ser adocicado e com acidez alta. (na foto acima de Luís Leite, terreiro de café em Campestre MG)
          O café produzido no Sul de Minas é 100% Arábica. Esse é o tipo de café mais cultivado no mundo e no Brasil. 

          A origem desse café é Africana e se adaptou muito bem ao Brasil, principalmente em Minas Gerais já que o plantio desse tipo de café requer altitudes acima de 700 metros. Devido ao seu clima ameno, entre 18 a 22 graus, relevo e altitudes que variam de 850 a 1500 metros, o Sul de Minas se tornou propício para o desenvolvimento de grãos de café arábica de alta qualidade. Aliado a pesquisas, dedicação e infraestrutura sólida, se consolida como um dos melhores cafés do mundo. 
          As variedades do café Arábica cultivado na região são o Catuaí, Mundo Novo, Icatu, Obatã e Catuaí Rubi. 
          Destaca-se na produção desse café a cidade de Guaxupé, que tem a maior cooperativa do Brasil, a Cooxupé e ainda as cidades de Campos Gerais, Poços de Caldas,  Muzambinho e Três Pontas, cidade tradicional na produção de cafés especiais, que conta ainda com uma estação experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), estatal mineira vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA/MG).
- Mantiqueira de Minas
          A Serra da Mantiqueira faz parte da Região Sul de Minas. O café cultivado na região é um dos mais premiados no Brasil e no exterior. Por ser uma região de tradição cafeeira, se destaca na produção de café desde o século passado, sempre esteve à frente na produção de cafés de qualidade. Essa tradição, aliada a inovação, tecnologia do cultivo e pesquisas, consolida o café da Mantiqueira como um dos melhores do mundo, reconhecidamente com várias premiações nacionais e internacionais. 
          O café da Mantiqueira é caracterizado pelo corpo cremoso e denso, notas florais e cítricas, doçura alta, frutado, acidez cítrica com intensidade média alta.
          Por sua tradição e fama mundial por produzir cafés especiais de altíssima qualidade, diferenciado e sabor único, a Mantiqueira é reconhecida como Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP) desde 2011.
          Entre os municípios produtores do café da Mantiqueira de Minas se destacam Conceição das Pedras, Paraisópolis, Jesuânia, Lambari, Dom Viçoso, Pedralva e os municípios de Cristina e Carmo de Minas, que conquistaram vários prêmios pela qualidade de seus cafés produzidos. 

- Cerrado Mineiro
          O café Cerrado Mineiro é uma bebida fina, bem encorpada, com sabor doce, aroma intenso, acidez delicada e cítrica, com notas de chocolate, caramelo e nozes.
          É um dos melhores cafés do Brasil. 100% Arábica, produzido em altitudes que variam de 800 a 1200 metros em 55 cidades das regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, se destacando as cidades de Patrocínio, Monte Carmelo, Araguari, Patos de Minas, Campos Altos, Unaí, Serra do Salitre, São Gotardo, Araxá e Carmo do Paranaíba. Essas três regiões tem estações climáticas definidas com chuvas intensas no verão e estiagem no inverno, o que propicia o cultivo natural, com secagem ao sol, de cafés de alta qualidade, como o Arábica. 

          O clima do Cerrado Mineiro contribui para fixar o aroma e a doçura desse tipo de café, aliado a técnicas de cultivo, pesquisas e investimentos tecnológicos dos produtores da região.
- Café Tradicional
          O nosso tradicional e popular cafezinho vem das fazendas de todas as 12 regiões de Minas (Zona da Mata, Campo das Vertentes, Noroeste de Minas, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Região Central, Vale do Jequitinhonha, Vale do Mucuri, Norte de Minas, Região Metropolitana de BH, Sul e Sudoeste de Minas, Centro Oeste de Minas). (foto acima de Chico do Vale de Viçosa MG)  Como pode ler acima, várias cidades dessas regiões se dedicam a produção de cafés especiais. Em sua maioria, o café produzido em Minas é o tradicional. É aquele café colhido nas fazendas ou nos sítios, torrado e moído da forma tradicional que conhecemos. É empacotado à vácuo e disponibilizado nos supermercados para o consumidor. 
          O café tradicional tem o sabor bem forte e marcante. É produzido a partir de grãos que valorizam o equilíbrio entre a excelência da bebida, o aroma  e o sabor. 
          A tradição do que há de melhor em nossa terra, pode ser saboreada numa boa xícara de café que traz em si um café saboroso, de cor escura, com sabor que varia entre o forte ao extraforte.
          Esse é o café presente no nosso dia a dia, coado em coador de pano, em filtros de papel ou feito até em cafeteiras. Mas nunca falta em nossas casas, escritórios, lanchonetes e padarias que frequentamos. (foto acima de Chico do Vale em Viçosa MG)
          Para aproveitar melhor o sabor e aroma do café tradicional, ele deve ser consumido até uma hora depois de coado. 

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Ora-pro-nobis: o ouro verde de Sabará MG

(Por Arnaldo Silva) Sabará, cidade histórica a 20 km de Belo Horizonte, teve seu auge no ciclo do ouro. O mineral e com o tempo foram surgindo dois valiosos ouros que movimenta a economia da cidade e garante o sustento de centenas de famílias. Estamos falando do ouro negro e do ouro verde: a jabuticaba e o Ora-pro-nobis.
          Esses tesouros abundantes em Sabará são ricos em nutrientes, principalmente o Ora-pro-nobis que contém proteínas, vitaminas A, B e C, ferro, cálcio, fósforo, fibras e aminoácidos essenciais como lisina e triptofano. Por ser rica em ferro, é chamada também de "carne dos pobres". (fotografia acima de Wilson Fortunato)
          Tanto a jabuticaba, quanto o Ora-pro-nobis estão presentes na vida e história da cidade desde o século passado, sendo o município uma das referências gastronômicas de Minas.   
          As delícias feitas com jabuticaba e Ora-pro-nobis são passadas de geração em geração.
Tanto a jabuticaba quanto o Ora-pro-nobis são importantíssimos para a cidade e para a economia local. São tão importantes que tem festival, tanto de jabuticaba, que acontece no fim do ano, como do ora-pro-nobis, que acontece em maio, mês da florada do ora-pro-nobis.
          O Festival do Ora-pro-nobis é realizado desde 1997, em Pompéu, distrito de Sabará, sempre no mês de maio. A principal estrela do Festival é a hortaliça e durante os três dias do evento, são apresentados ao públicos pratos variados com Ora-pro-nobis como frango e linguiça com Ora-pro-nobis, sorvete patês, sucos, polentas, risotos, nhoques, bebidas diversas, etc. Além dos pratos, durante o festival acontece também apresentações musicais.
          O Ora-pro-nobis é uma trepadeira, por isso é muito fácil de ser encontrada nos muros das casas em Sabará. É uma planta polinizadora, tem uma linda florada com belíssimas flores brancas.  Tem outra espécie que produz flores rosas, mais usada como trepadeira por ser muito espinhenta. Já a que tem flores brancas, é a mais usada na culinária. 
          Usa-se a folha, não as flores na culinária. A folha dessa preciosa planta enriquece os pratos e dá um gostinho especial à nossa rica culinária, tão bem preservada em Sabará, cidade que valoriza e preserva os tesouros da nossa culinária.
A história da charmosa Vila de Pompéu
          O vilarejo foi fundado no início do século 18, já no começo do ciclo do ouro. Pouco anos depois, em 1708, o povoado foi palco da Guerra dos Emboabas, conflito ocorrido na região entre paulistas, baianos e renóis. Naquele tempo, as terras onde hoje está o distrito de Pompéu, pertenciam ao  padre Guilherme Pompéu de Almeida, morto em 1713. Também no início do século 18, chegou à região, o Sertanista José Pompéu, um dos primeiros a descobrir ouro na região de Sabará. O sertanista morreu na guerra dos Emboabas. Dai se surgiu a origem do nome Pompéu.
          Pompéu fica a 16 km do Centro de Sabará. Além da rica culinária, o visitante estará num dos mais antigos distritos de Minas, com uma rica história que guarda relíquias da arte barroca, com boa parte dessa arte no interior da Igreja de Santo Antônio, no centro do distrito,  construída no século XVIII com características semelhantes às igrejas de Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Ó, em Sabará. 
(As fotos, exceto a primeira, foram gentilmente cedidas por Carol Biasi, do Restaurante Jotapê, em Pompéu, distrito de Sabará MG)

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Conheça a Casa da Ópera de Sabará MG

(Por Arnaldo Silva) Inaugurado em 1819, a Casa da Ópera de Sabará foi o segundo teatro a ser construído no Brasil. O primeiro foi à Casa da Ópera de Ouro Preto, inaugurada em 1770, tendo sido o primeiro teatro das Américas. Desde sua inauguração, grandes companhias artísticas da época se apresentaram no palco da Casa da Ópera de Sabará. Personagens ilustres de nossa história estiveram presentes no teatro como Dom Pedro I em 1831 e Dom Pedro II em 1881.
É uma das mais impressionantes construções de Minas Gerais, com estrutura interna em madeira, com forro feito com um material usado na época para forração das casas, chamado de treliça. Construído em estilo barroco, com inspiração nos traços arquitetônicos ingleses do período do Reinado da Rainha Elizabeth I (1533 – 1603). Por essa influência da arquitetura inglesa, é também chamado de Teatro Elisabetano. Em seu interior há influência da arquitetura italiana, citando como exemplo, os 47 camarotes dispostos em três galerias e sala em forma de ferradura, características típicas da arquitetura dos teatros italianos do século XVII.
A arquitetura do teatro foi tão bem feita que de todos os ângulos a visão é ampla, isso porque o seu palco é elevado e sua acústica é muito boa. O teatro está em pleno funcionamento e aberto a visitação pública diariamente de 8 hs as 17 hs. É um dos lugares mais impressionantes de Minas. Rico em cultura, história, beleza arquitetônica. Conhecer o Teatro de Sabará e conhecer um pouco do nosso passado. Um lugar que impressiona e emociona. 

terça-feira, 2 de abril de 2019

Trem Rio-Minas entrará em operação em 2024

(Por Arnaldo Silva) A imagem do trem de passageiros, serpenteando as montanhas e vales da Zona da Mata Mineira, passando por pontes, fazendas e paisagens deslumbrantes, ligando Minas Gerais ao Rio de Janeiro, voltará a propiciar essa nostálgica e saudosa viagem, pelo menos em parte com previsão para entrar em operação no início de 2024. 
          Ao menos é o que espera a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Amigos do Trem, responsável pelo projeto de colocar o trem Rio-Minas em operação para viagens turísticas. Uma luta difícil, sem recursos públicos e com inúmeras dificuldades ao longo desses mais de 8 anos. 
          Foram mais de 8 anos de espera e de muita disposição dos membros da Ong Amigos do Trem em concretizar o sonho de ter de volta aos trilhos, o trem de passageiros e seus vagões serpenteando as belas paisagens das colinas, serras e montanhas mineiras e fluminenses.
Itinerário inicial   
           
A primeira etapa de 37 km dos 168 km da ferrovia, já está em início de reforma. O trem, na primeira etapa, sairá de Três Rios/RJ, passando por Sapucaia/MG, passando por Chiador/MG e retornando. (foto acima cedida pela Cyntia Nascimento/Ong Amigos do Trem/Divulgação)
          Será o primeiro trem turístico interestadual da Região Sudeste com destaque para a Estação de Chiador MG, inaugurada em 1869 por Dom Pedro II e totalmente reformada. É a mais antiga estação ferroviária do Brasil. 
          A presidente da Ong Amigos do Trem, Cynthia Nascimento à frente da entidade desde 2018, disse disse estar confiante que o trem fará sua primeira viagem em dezembro. Isso porque, foi entregue à entidade o Certificado Operacional Específico (COE) que era o documento que faltava para o trem finalmente funcionar e circular nos trilhos.
          Para o trem turístico Rio-Minas circular, falta o sinal verde Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), validando o COE e da VLI/Ferrovia Centro-Atlântica FCA, que é concessionária do ramal Ferroviário, que ainda colaborou na recuperação de trilhos, dormentes e outros reparos na ferrovia.
          Em comunicado oficial em vídeo divulgado nas redes sociais, a presidente da Ong Amigos do Trem, Cynthia Nascimento fez um apelo aos prefeitos e empresários da região para que se empenhem em ajudar na conclusão do projeto.
          No vídeo, Cynthia reitera o pedido de apoio de prefeitos e empresários: “É importante o apoio institucional, mas precisamos de recursos financeiros. Não temos dinheiro federal, estadual ou municipal, muito menos emendas parlamentares. Contamos com nossos recursos e de voluntários. Precisamos que todos se sensibilizem e colaborem, pois é um projeto que merece e vai mudar a região”, concluí Cynthia Nascimento.
Continuidade do trabalhos
          Após a conclusão da primeira etapa, terá a segunda e terceira etapas, para concluir todos os 168 km do trecho, que sairá de Cataguases MG até Três Rios RJ.
          O prazo para a conclusão da primeira etapa está prevista para até o fim do segundo semestre de 2023. Após a conclusão da primeira etapa, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), fará inspeção do trajeto e liberará a linha para funcionamento.
          Todo esse processo e cronograma já foram concluídos, faltando apenas alguns detalhes burocráticos para o trem sair da estação, entrar nos trilhos, soar o apito e voltar a transportar passageiros. 
          A previsão é que a linha entre em operação experimental ainda no primeiro semestre de 2024, fazendo o trajeto de ida e volta a partir de dezembro desse ano.(na foto e acima cedida pela Cyntia Nascimento/Ong Amigos do Trem/Divulgação, trabalhos de restauro e reconstrução dos dormentes e trilhos da ferrovia)
          Após os testes experimentais e detalhes burocráticos finais, o funcionamento do trem passará a ser normal, circulando aos sábados, domingos e feriados, duas vezes ao dia, ida e volta.
História e itinerário original
          Os 168 km do trecho do trem turístico que ligará Cataguases em Minas à Três Rios RJ, faz parte do ramal de Porto Novo, da antiga Estrada de Ferro Leopoldina (EFL). Foi inaugurada em 1884, para transporte de passageiros e carga. A partir de 1995, a linha passa a operar, sob concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA)/VLI Logística, apenas para transporte de cargas. (Foto acima arquivo Ong Amigos do Trem/enviada por Cyntia Nascimento)
          Cerca de 168 km do trecho do ramal, entre Cataguases MG, a Três Rios/RJ, não estavam sendo usados pela empresa, desde 2015. Desde essa época, a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público/OSCIP - Amigos do Trem, presidida por Cyntia Nascimento Leite, vem se empenhando para reativar esse trecho, para transporte de passageiros para fins turísticos. (foto acima de Caio Corrêa Mello/Ong Amigos do Trem/Divulgação, o novo trem, já restaurado, em sua primeira viagem de testes)
Trem e vagões todos restaurados
          Isso porque já está pronto, restaurado e revisado, tendo inclusive feito viagens de testes, pelo percurso. São dois trens e 15 vagões panorâmicos, do antigo trem Vitória/Minas, adquiridos da Vale (foto acima /ONg Amigos do Trem/Divulgação) e em perfeitas condições de uso. Quando todo o trecho do ramal, estiver em funcionamento, um trem sairá de Cataguases MG e outro sairá de Três Rios RJ, no mesmo horário, se encontrando no meio do caminho, em Além Paraíba MG.
168 km de trilhos por 8 cidades

          
O projeto original, prevê uma viagem de 168 km sobre trilhos, passando por 6 cidades mineiras, começando por Cataguases, seguindo por Leopoldina, Recreio (onde fica a oficina da Ong Amigos do Trem/na foto acima de Duva Brunelli), Volta Grande, Além Paraíba e Chiador em Minas, entrando no Rio de Janeiro por Sapucaia, indo até Três Rios/RJ.
          Serão cerca de 800 turistas por viagem, o que daria 300 mil pessoas usando o Trem Minas-Rio, um número considerável de visitantes para as 8 cidades de todo o trajeto original. Isso incrementará o turismo nessas cidades, gerará empregos e renda.
Primeira etapa
          O percurso total do projeto, de 168 km, está programado para ser feito em 3 horas, pelas 8 cidades. De início, serão apenas 37 km de percurso passando por 3 cidades apenas, com tempo menor de viagem.
          O trem sairá de Três Rios/RJ, com parada na estação Penha Longa, na charmosa e acolhedora cidade mineira de Chiador. Inaugurada em 9 de junho de 1887, no ramal de Porto Novo, a estação é tão atraente, quanto a cidade. Totalmente revitalizada, a estação Penha Longa (na foto acima de Duva Brunelli), aguarda apenas o início do funcionamento do trem Rio/Minas. 
          Em Chiador, o turista poderá conhecer ainda a primeira estação de trem de Minas Gerais, inaugurada pelo Imperador Dom Pedro II, em 1869. Até pouco tempo, estava esquecida e em ruínas.
          Em estilo neoclássico, tem o traçado retangular, com 55 metros de comprimento, por 7 de largura, com armazéns no centro, ocupando 40 metros da construção, além de dois pavimentos, com telhado, em duas águas. (fotografia acima arquivo Ong Amigos do Trem/enviada por Cyntia Nascimento)
          Por sua história e importância para a cidade e Minas Gerais, objetiva-se sua restauração, preservando assim, uma parte importante da história ferroviária de Minas Gerais.
          De Chiador/MG, o trem seguirá para Sapucaia/RJ. A volta é o caminho inverso, saindo de Sapucaia, passando por Chiador, finalizando em Três Rios/RJ.
Segunda etapa
          O trem circulará nas outras cinco cinco mineiras, de acordo com o projeto original, na medida que os trechos do ramal ferroviário e estações, forem sendo reformados pela concessionária e prefeituras, respectivamente. (na foto acima da Ong Amigos do Trem/Divulgação, o novo trem, na Estação Simplício, em Além Paraíba MG, inaugurada em 1871 e reformada, pronta para ser uma das paradas do trem turístico)
          O trem circulará nos fins de semana e feriados. Serão em média, 860 passageiros transportados por dia. Segundo estimativa da Ong Amigos do Trem, essa nova linha irá gerar cerca de 300 empregos diretos e fomentará a economia das oito cidades, por onde o trem passará.
          Isso porque, nas paradas, o turista poderá conhecer a gastronomia, artesanato, arquitetura, atividades culturais e ecológicas de cada cidade.
          Para que o turista, possa aproveitar ao máximo, a viagem de trem, a Ong Amigos do Trem, planeja organizar atividades diversas dentro dos vagões. O objetivo é tornar o passeio mais atraente e inesquecível. (foto acima arquivo Ong Amigos do Trem/enviada por Cyntia Nascimento)
          
Isso porque, além das belezas naturais, das charmosas estações de paradas e atrativos naturais, arquitetônicos, gastronômicos e culturais das 8 cidades que o trem passará, a viagem de trem contará com atrações variadas, organizadas pela Ong Amigos do Trem.  
Reativação do ramal: uma luta de anos
          Idealizado e iniciado por Paulo Henrique do Nascimento (in memoriam), mineiro de Juiz de Fora MG, teve seu projeto e luta,  abraçado por sua sobrinha, Cyntia Nascimento Leite, a partir de 2018, continuando a luta e o sonho de Paulo Henrique, que faleceu nesse ano. (fotografia acima Ong Amigos do Trem/enviada por Cyntia Nascimento)
          Foram 8 anos de luta, tanto de Paulo, quanto de Cynthia Nascimento (na foto/arquivo pessoal), com trem e vagões reformados, através de parcerias e apoio das prefeituras locais, aguardando apenas as licenças da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para que o projeto saísse do papel e esse trecho do antigo ramal ferroviário da Estrada de Ferro Leopoldina, fosse recuperado, para o trem circular novamente.
         
          Quem quiser saber mais sobre o Trem Minas Rio, pode entrar em contato com a Ong Amigos do Trem através da fanpage: Amigos do Trem ou pelo instagram: @amigosdotrem.matrizjf.

domingo, 31 de março de 2019

Kaol: o popular prato de Belo Horizonte

(Por Arnaldo Silva) O tradicional Café Palhares, é mais que um pequeno bar em Belo Horizonte. É parte da história da capital. Foi fundado em 1938 na rua dos Tupinambás, 638, bem no coração de BH. Resistiu a inúmeras mudanças de época e do centro e neste mesmo endereço está até os dias de hoje. Durante esses quase 80 anos em funcionamento, milhares de pessoas anônimas e famosas passaram pelo local. 
          Numa mesa ou no balcão do Palhares tomando cerveja geladinha e degustando os famosos pratos criados, muitas conversas e histórias contadas pelos seus frequentadores. Uma dessas conversas era de que a lendária Hilda Furacão chegou a frequentar o local. 
Na foto do Carlos Magno Foureaux o atual e tradicional Kaol, direto do balcão do Café Palhares:  Arroz, couve refogada, ovo frito, farofa de feijão inteiro, torresmo, linguiça de pernil e molho (ambos da casa)
          Até a década dos anos 1980 os bares tinham pouca presença de mulheres. Eram mais frequentados por homens. Com o objetivo de atrair um público mais diversificado para o estabelecimento, o Café Palhares passou a ser cafeteria, bar e restaurante. Foi no início dos anos 1980 que um prato bem simples criado no Café Palhares caiu no gosto dos belo-horizontinos. É o famoso kaol. 
          Antes basicamente frequentado por homens, hoje recebe famílias inteiras para almoçar no local. É um dos principais pontos da gastronomia mineira em Belo Horizonte. Antes era uma cafeteria que funcionava 24 horas por dia. Hoje um dos mais famosos e procurados restaurantes da capital mineira.
          O carro chefe do restaurante é sem dúvida o kaol, batizado com esse nome pelo compositor Rômulo Paes. O curioso é que esse prato foi preparado para os funcionários que trabalhavam no café. Kaol é uma sigla e quer dizer cachaça (com k mesmo para chamar mais a atenção), arroz, ovo e linguiça. O k é porque naqueles tempos o povo gostava muito de tomar um aperitivo antes do almoço. Diziam que era para abrir o apetite.
          Essa receita clássica caiu no gosto de quem experimentava por ser fácil de preparar, barata e bem simples. Pouco tempo depois vários outros estabelecimentos de Belo Horizonte começaram a servir kaol, mas acrescentavam uma rodela de tomate e as vezes uma, folha de alface. Era mais em conta que o tradicional Prato Feito.
          No Café Palhares, a receita original foi incrementada e hoje o kaol tem couve, torresmo, farofa de feijão, ovo frito e um molho de tomate com um segredo especial. Mas os proprietários não revelam o ingrediente secreto do molho. Está melhor que antes e continua sendo o prato mais pedido pelos clientes.

quinta-feira, 21 de março de 2019

Tradição religiosa nas cidades históricas mineiras

(Por Arnaldo Silva) A religiosidade em Minas vem do interior. Não somente das cidades do interior, mas do interior de nossa gente. Na fé e manifestação de sua religiosidade, o povo mineiro se reencontra e se fortalece.
          As festividades religiosas são marcos da fé do mineiro, principalmente a Semana Santa, onde nosso povo revive o sofrimento de Jesus do calvário à crucificação, morte e ressurreição da mesma forma que eram feitas há 300 anos. (na foto acima da Ane Souz, Procissão de Ramos em Ouro Preto MG)
 
          A fé leva o povo a buscar contato direto com Deus, entender o sofrimento de Jesus por isso preservam as tradições, de séculos, acompanham todo o ritual religioso, desde as confissões, procissões, missas e penitências. (foto acima a imagem de Nossa Senhora das Graças de autoria de Saulo Guglielmelli, de Morro do Ferro, distrito de Oliveira MG)
          Quem participa está lá pela fé, quem vai às cidades históricas, vê cultura e, tradição preservadas nas procissões pelas estreitas ruas das cidades coloniais mineiras, ao som de cânticos melancólicos, rezas fervorosas, intercaladas pelas badaladas dos sinos das igrejas de nossas cidades históricas. (na fotografia acima de Elvira Nascimento, interior da Igreja de Nossa Senhora da conceição em Catas Altas MG)
Diamantina
          Em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, distante 292 quilômetros de BH,  a Semana Santa é marcada por uma forte devoção popular e a presença da Guarda Romana dá mais brilho e emoção à festividades. (na foto acima de Giselle Oliveira, celebração de Corpus Christi em Diamantina)
          São cerca de 50 homens que se vestem como os soldados Romanos da época de Jesus e caminham pela ruas históricas da cidade nas cerimônias da encenação da Paixão, condenação e morte e ressurreição de Jesus. Caminham com passos e movimentos compassados, portando escudos e batendo as alabardas (arma romana composta por uma longa haste) produzindo um som que lembra dor e sofrimento. (foto acima de Giselle Oliveira)
          A Guarda Romana é tão importante para a cidade que foi registrada como bem imaterial do patrimônio municipal. 
Pitangui
          Pitangui está a 125 km de Belo Horizonte, na Região Centro Oeste de Minas. Fundada em 1715, foi uma das primeiras cidades mineiras. Com mais de três séculos de história, Pitangui preserva suas tradições, principalmente religiosas.  (fotografia acima de Nicodemos Rosa)
          Há mais de 300 anos, acontece a "Procissão do Fogaréu" no dia de Santa Cruz, 3 de maio de cada ano. A procissão encena a saída dos soldados romanos para prenderem Jesus. Somente homens participam da procissão, seguindo a risca a tradição tricentenária. Saem pelas ruas históricas de Pitangui, em ritmo lento cantando hinos de louvor, vestidos come túnicas brancas, cobrindo a cabeça e segurando tochas ou luminárias nas mãos. 
Congonhas
          Congonhas é uma das mais importantes cidades históricas de Minas. Fica a 88 km de Belo Horizonte.  É na cidade que está o Santuário do Bom Jesus do Matosinhos, uma das mais impressionantes obras do maior artista brasileiro de todos os tempos, Antônio Francisco Lisboa, o Mestre Aleijadinho (1730-1814). (foto acima de Marcelo Santos) Os passos da Paixão de Cristo é a obra prima de Aleijadinho que conta com  66 figuras em cedro representando a ceia, horto, prisão, flagelação, coroação de espinhos, cruz às costas e crucificação de Jesus. 
Ouro Preto
          A Semana Santa em Ouro Preto MG, cidade Patrimônio da Humanidade, distante 100 km de Belo Horizonte atrai gente de todo mundo. As ruas recebem serragens e arte, como no dia de Corpus Christi. As celebrações são da mesma forma que 300 anos atrás, inclusive com cantos em latim. (foto acima e abaixo de Ane Souz)
          A Semana Santa em Ouro Preto é organizada pelas Paróquias de Nossa Senhora da Conceição, no bairro Antônio Dias em ano ímpar e pela Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, em ano par.
          A beleza da fé, das vestimentas usadas pelos religiosos, a decoração das janelas dos casarões coloniais, a luz das velas levadas pelo povo em cortejos pelas ruas históricas da cidade se transformam num espetáculo que dá gosto de se ver. É uma verdadeira volta ao tempo. 
Mariana
          Mariana a mais antiga cidade de Minas, tem mais 320 anos de história Fica apenas 20 km de Ouro Preto e a 120 km de Belo Horizonte. Desde os primórdios de sua existência, a Semana Santa é o evento religioso mais importante da cidade e com tradições seculares. Todos os anos acontece a procissão das almas, onde fiéis se cobrem com túnicas brancas, carregam velas e saem pelas ruas da cidade na madrugada da sexta-feira da Paixão. (fotografia acima de Ane Souz)
          No domingo, por ser significar a Ressurreição de Cristo, as ruas são enfeitadas com lindos tapetes coloridos onde crianças vestidas de anjos passam por essas ruas. Os moradores enfeitam suas sacadas e janelas com colchas, toalhas bordadas e flores. O toque dos sinos são espetáculos à parte.  O evento religioso se concentra principalmente na Catedral da Sé e na Praça Minas Gerais. Além das procissões, tem malhação do Judas, decoração das rua com flores e serragens e shows à noite. 
São João Del Rei 
          Na cidade histórica que fica a 185 km de Belo Horizonte a tradição e devoção dos fiéis atravessam séculos (foto acima de Wilson Paulo Braz). A Semana Santa é um dos marcos da fé dos moradores de São João Del Rei. Cânticos em latim, rituais seculares, cerimônia do lava-pés, encenação da crucificação e ressurreição de Jesus, missas, apresentação de corais e orquestras, acompanhadas por 25 padres, numa manifestação de fé e religiosidade oriundas das Irmandades do século 18. Além disso, decorar as ruas do Centro Histórico com tapetes de serragem e flores pelos moradores é uma tradição valioso para os fiéis que fazem questão de participar ajudando a decorar suas ruas. 
Tiradentes
          Tiradentes fica a 15 km de São João Del Rei e a 190 km de Belo Horizonte.(foto acima de César Reis) O evento religioso mais importante da cidade é a Semana Santa. O ponto de partida ou chegada é a Igreja de Santo Antônio. O ritual religioso da Semana Santa é preservado desde os tempos do Brasil Colônia, há 300 anos e duram 19 dias. Missas, procissões, encenações, vigílias e todo o ritual da Semana Santa é praticado com o envolvimento de toda a cidade. No domingo de Páscoa, as janelas do preservado casario da cidade ficam decoradas com toalhas bordas e flores. A cidade fica mais linda ainda nesse dia.
Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas
          No alto da Serra da Piedade, em Caeté, distante 51 km da Capital, acontece todos os anos uma das mais belas celebrações da Semana Santa em Minas. Por estar no topo da Serra da Piedade, o Santuário, que é a menor basílica do mundo, parece que está no céu. O visual é impressionante e emociona a todos. Nossa Senhora da Piedade é a Padroeira de Minas Gerais. Durante dos dias de celebração da Semana Santa, no Santuário tem missas e vigílias em intenção das almas, onde os fiéis rezam pelas almas dos que estão no purgatório.
          Um pouco perto de Caeté, está Barão de Cocais MG, distante 95 km de Belo Horizonte. Na cidade acontece a bênção dos fogos de artifícios, também conhecida por "Cerimônia da Luz", no sábado de Aleluia, no Santuário de São João Batista
         Na vizinha Santa Bárbara (na foto acima de Thelmo Lins), a 105 km de Belo Horizonte acontece há mais de 40 a encenação dos Passos da Agonia pelo Grupo de Teatro Âncora em frente a Igreja Matriz de Santo Antônio, no Centro Histórico. É encenação da Paixão e morte de Cristo.
          Em Catas Altas (na foto acima de Elvira Nascimento), pertinho de Santa Bárbara e distante 120 km de Belo Horizonte, a tradição na Semana Santa é a procissão de Ramos e a comemoração da Ressurreição de Jesus Cristo. As festividades religiosas acontecem no entorno da Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Sabará 
          Sabará está a 20 km a 20 km de Belo Horizonte. Nessa cidade tricentenária, a Semana Santa é revivida como no período colonial. Um dos costumes preservados até os dias de hoje em Sabará é o de enfeitar enfeitar as imagens de Nossa Senhora das Dores com rosas, e a de Nosso Senhor dos Passos com folhas de rosmaninho, manjericão e alecrim, que dão um perfume suave nos templos dos séculos XVIII e XIX. 
          Um outro ritual em Sabará, do século 18, considerado único no Brasil, é a abertura do santo sepulcro do Senhor Morto, que acontece na Igreja de São Francisco na véspera da Sexta-feira da Paixão. No caso, é numa quinta-feira, quando os fiéis saem as ruas em procissão do enterro, relembrando a crucificação de Jesus e ficando em vigília e oração. Na Sexta-feira da Paixão, antes do sol nascer por volta das 4 horas da manhã, os fiéis saem da Igreja de São Francisco em procissão, até o Morro da Cruz encenando a via-sacra e retornam em seguida. Esse ritual dura em média 3 horas. 

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